fotos: Rinaldo Calheiros e Carlos Galhardo
Já é tarde, o calor da noite não me deixa dormir, volto para a sala, abro a janela e logo vem o doce perfume da Dama da Noite que exala da casa do vizinho, no Ipiranga, respiro fundo e logo as lembranças de antigos poemas e velhas canções me fazem voltar aos bons tempos da juventude.
Paraguassú cantava:
Perdão Emilia, se roubei-te a vida,
Se fui impuro, fui cruel, ousado,
Perdão Emilia, se manchei teus lábios,
Perdão Emilia para um desgraçado.
Rinaldo Calheiros cantava:
Já não te vejo, deslumbrante como outrora
Já não te sinto, luz do meu encantamento
Com a cerimônia, que te chamam de senhora
Tu podes crer, que já mudou meu sentimento.
Carlos Galhardo cantava:
Chega, eu já sei o que vens me dizer,
Chega, eu não quero saber
Se ela é falsa, deixa a tristeza comigo
Quem falar dela não pode ser meu amigo.
E Humberto de Campos, brilhante poeta, escreveu:
Tuas Cartas...
Tuas cartas rasguei uma por uma
Cento e catorze páginas e tiras
De confissão e juramento: em suma,
De perfídias, de enganos, de mentiras.
E chorei, ao rasgá-las! Tinha alguma
Cousa implorando contra as minhas iras
Em todas; e, hoje, irritação nenhuma
Neste peito verás, por mais que o firas.
Eram mentiras, eu bem sei...No entanto,
Cada rompida página era um cardo
Que enterrava no peito em cada canto.
E eis porque, pelo chão, após instantes,
Os pedaços juntei... e agora os guardo
Com mais carinho do que os guardava antes!
Finalmente o sono vem, fecho a janela, cerro a cortina e vou para o leito, faço as minhas orações agradecendo ao Criador por mais um dia esperando ter lindos sonhos.
Por Leonello Tesser (Nelinho).
Paraguassú cantava:
Perdão Emilia, se roubei-te a vida,
Se fui impuro, fui cruel, ousado,
Perdão Emilia, se manchei teus lábios,
Perdão Emilia para um desgraçado.
Rinaldo Calheiros cantava:
Já não te vejo, deslumbrante como outrora
Já não te sinto, luz do meu encantamento
Com a cerimônia, que te chamam de senhora
Tu podes crer, que já mudou meu sentimento.
Carlos Galhardo cantava:
Chega, eu já sei o que vens me dizer,
Chega, eu não quero saber
Se ela é falsa, deixa a tristeza comigo
Quem falar dela não pode ser meu amigo.
E Humberto de Campos, brilhante poeta, escreveu:
Tuas Cartas...
Tuas cartas rasguei uma por uma
Cento e catorze páginas e tiras
De confissão e juramento: em suma,
De perfídias, de enganos, de mentiras.
E chorei, ao rasgá-las! Tinha alguma
Cousa implorando contra as minhas iras
Em todas; e, hoje, irritação nenhuma
Neste peito verás, por mais que o firas.
Eram mentiras, eu bem sei...No entanto,
Cada rompida página era um cardo
Que enterrava no peito em cada canto.
E eis porque, pelo chão, após instantes,
Os pedaços juntei... e agora os guardo
Com mais carinho do que os guardava antes!
Finalmente o sono vem, fecho a janela, cerro a cortina e vou para o leito, faço as minhas orações agradecendo ao Criador por mais um dia esperando ter lindos sonhos.
Por Leonello Tesser (Nelinho).
9 comentários:
Olá, Nelinho!
É ruim quando se perde o sono, mas, quando ficamos acordados e com pensamentos bons, aí sim é bom...
Auela saudadesinha gostosa, lembranças da mocidade, dos momentos bons da vida, é tudo de bom para o soninho chegar.
Valeu, Nelinho!
Obrigada.
Muita paz!
O poeta Nelinho em seus devaneios mais ardentes por entremear canções saudosas dos trovadores de nosso tempo e o grande poeta Humberto de Campos. Quanta saudade, quanta alegria por, ainda sentirmos saudades. Sinal que, ainda estamos vivos, graças a Deus.
Um baccio, bardo simpático.
Grande Nelinho, você assim de mansinho,vai resgatando aos pouquinhos.
bem devagar, devagarinho
nosso passado musical tão gostoso Obridado amigo.
Este é o nelinhho, boemio, poeta e milongueiro. Valeu tuas recordações antes do sono calmo dos justos.
Nelinho, que saudade gostosa! Bons tempos, marcados por lindas canções, com letras que tocavam nossos corações.
Um abraço
Sílvio Caldas , portavoz de Orestes Barbosa, cantou:
Cansei de esperar por ela, toda noite na janela, vendo a cidade a luzir.
E os delírios nervosos dos anúncios luminosos, que são a vida a mentir...
E cada vez que subia, o elevador não trazia esta mulher maldição...
e quando, lento, gemia, o elevador que descia, subia meu coração !
Deixei de olhar as reclames, e disse ao peito: não ames, que teu amor não te quer !
Levanta, fecha a vidraça. Esquece aquela desgraça, esquece aquela mulher!
Deitei-me então sobre o peito, em sonhos vieste ameu leito, e acordei, que aflição...
sonhando que te abraçava, alucinado apertava eu mesmo meu coração !
Abraços.
Caro Nelinho!
Em retribuição à lembrança da dupla que remonta às minhas mais remotas lembranças musicais, envio abaixo o link para que veja e ouça a dupla RINALDO CALHEIROS E SILVANA cantando ONDE ESTÁS CORAÇÃO:
http://www.youtube.com/watch?v=TOdGb3UpxKQ
Claro que esse link serve para todos que queiram relembrar e deixar-se embalar pela saudade...
Abraço.
Que beleza o Saidenberg lembrar do grande Silvio Caldas!
E você Nelinho com seus devaneios, é o responsavel por nos trazer lembranças, guardadas no fundo de nossa alma.
Abraços
O Nelinho fica escrevendo esses negócios, e eu fico com uma tremenda saudade dos tempos de andarilho da Paulicéia. Pena que a Sônia não colocou a foto da Silvana que fazia dupla com o Rinaldo Calhieros. Se ele “éra bonito” ela era linda. Quanto ao seresteiro foi o que melhor cantou São Paulo. Aonde estão seus sobrados de longos telhados e seus lampiões. E a turma da academia...
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