Um casamento, por mais suntuoso e luxuoso que seja, é uma cerimônia que faz a alegria além dos noivos, dos pais, tios, e o séquito de padrinhos arregimentados. Para “enriquecer” o visual sonoro, introduz-se um “barítono” de churrascaria, dando os acordes de uma canção (em inglês, cafonice das mais deslavadas...), e logo após, uma secção de trombetas, “ensaiando” as primeiras notas da marcha nupcial, (de Mendelson ou Shubert) tentando criar um clima de cerimônia estilo medieval, “pompa e circunstância” como se o Elgar e o rei Arthur estivessem presentes. Preparei-me pra tudo isso num casamento que fui assistir, no dia 26 de dezembro de 2009, na paróquia São Francisco de Assis, na rua Borges Lagoa, 1209. do neto de meu irmão Vicente.
Ledo engano.
Fabiano Carelli, filho da Felícia, (minha sobrinha, lindíssima, retrato vivo da Elisabeth Taylor, quando jovem) o noivo, belo exemplo de Adônis (de Guarulhos), todo de preto, (quebrando o ritual monótono do fraque cinza, gravata com laço esvoaçante, colarinho com ponta dobrada e engomada). Cabelos ruivos, herança do bisavô Vito Laruccia, parecendo labaredas fugindo de uma tocha ardente, enunciando o porvir alegre e exitante, que estava pra acontecer. Guitarrista do conjunto “Capital Inicial”, não se faz de rogado, seu semblante é de uma felicidade só e ele navega nas ondas de um mar revolto de nuances musicais, transferindo, nos gestos toda felicidade e alegria a sua companheira.
Maria Clara Trindade, (Mamá pros íntimos), cabelo preso num coque, vestida com saia larga e um decote generoso, sem ser extravagante, branco, contrastando com sua pele mediterrânea, feliz resultado da miscigenação nipônica e espanhola. Além da beleza rara, Mamá, uma exímia dominadora da arte mímica, cantora, líder de corais, figurante da “troupe” “Doutores do Riso”, conjunto que anima hospitais de crianças cancerígenas, espontânea dedicação aos doentes terminais, as vezes.
Após a cerimônia religiosa, que não escapa ao fraseado habitual que o evento exige, o padre, talvez contaminado pelo espirito alegre e descontraído dos noivos, consegue dar um toque infantil a seriedade desse dogma.
Tão logo deixam a nave clerical, o casal segue pro salão de festas, ao lado da igreja, onde começam animar a todos com contagiante demonstração de alegria e contentamento.
É comum em quase todos os casamentos, os noivos se sentarem num canto, aguardando os cumprimentos, dos mais próximos e dos amigos e conhecidos. As vezes, inibidos pela exuberância do evento, os noivos chegam a duvidar de que tudo aquilo é pra eles e se mantém afastados, assistindo a farra e torcendo pra que termine o mais rápido possível. Com esse casal, não. Se alguém espera que apareça um figurão musical pra animar a festa(o que seria uma expectativa dentro da normalidade), fica duplamente satisfeito, não aparece ninguém provido desse espirito e o mais gratificante: o próprio casal, Fabiano e Maria Clara dominam o espetáculo, com canções, corais, solo de guitarra, danças, as vezes com o concurso de outros elementos da banda, deixando os presentes boquiabertos, sem saber se dançam, aplaudem, gritam ou cantam...
Além da beleza, a simpatia contagiante do casal, os números musicais, bales, corais tão bem executados como verdadeiros profissionais, que na verdade, o são. Fabiano, com 32 anos e Maria Clara, com 28, conseguem, sem nenhum ensaio ou preparo antecipado, alegrar o próprio enlace como se eles estivessem sentindo uma certa liberdade que as atividades profissionais de ambos, não permitem, aproveitando o que parecia ser a única oportunidade de dar um show, no segmento solo, cada um na sua especialidade, sem parecer manifestações de rivais em ganhar mais aplausos que o outro.
Contam, também, com um coral de jovens negros da Vila Ema que, numa harmonia vocal sem precedentes, entoam canções as mais diversas, enriquecendo sobremaneira a noitada, por demais feliz, do encantador matrimônio.
No final, chegam ao clímax do espetáculo que, de início parecia voltado especificamente aos jovens e depois se revelou numa agradável surpresa até aos idosos, que assistiam e aplaudiam entusiasticamente, de pé.
Que Deus permita que os anos que virão, sejam plenos de felicidade, saúde e alegria como foi a festa do casamento.
Maria Clara e Fabiano, parabéns a vocês, esse foi um casamento que ficará em nossa memória pra sempre.
Por Modesto Laruccia
Ledo engano.
Fabiano Carelli, filho da Felícia, (minha sobrinha, lindíssima, retrato vivo da Elisabeth Taylor, quando jovem) o noivo, belo exemplo de Adônis (de Guarulhos), todo de preto, (quebrando o ritual monótono do fraque cinza, gravata com laço esvoaçante, colarinho com ponta dobrada e engomada). Cabelos ruivos, herança do bisavô Vito Laruccia, parecendo labaredas fugindo de uma tocha ardente, enunciando o porvir alegre e exitante, que estava pra acontecer. Guitarrista do conjunto “Capital Inicial”, não se faz de rogado, seu semblante é de uma felicidade só e ele navega nas ondas de um mar revolto de nuances musicais, transferindo, nos gestos toda felicidade e alegria a sua companheira.
Maria Clara Trindade, (Mamá pros íntimos), cabelo preso num coque, vestida com saia larga e um decote generoso, sem ser extravagante, branco, contrastando com sua pele mediterrânea, feliz resultado da miscigenação nipônica e espanhola. Além da beleza rara, Mamá, uma exímia dominadora da arte mímica, cantora, líder de corais, figurante da “troupe” “Doutores do Riso”, conjunto que anima hospitais de crianças cancerígenas, espontânea dedicação aos doentes terminais, as vezes.
Após a cerimônia religiosa, que não escapa ao fraseado habitual que o evento exige, o padre, talvez contaminado pelo espirito alegre e descontraído dos noivos, consegue dar um toque infantil a seriedade desse dogma.
Tão logo deixam a nave clerical, o casal segue pro salão de festas, ao lado da igreja, onde começam animar a todos com contagiante demonstração de alegria e contentamento.
É comum em quase todos os casamentos, os noivos se sentarem num canto, aguardando os cumprimentos, dos mais próximos e dos amigos e conhecidos. As vezes, inibidos pela exuberância do evento, os noivos chegam a duvidar de que tudo aquilo é pra eles e se mantém afastados, assistindo a farra e torcendo pra que termine o mais rápido possível. Com esse casal, não. Se alguém espera que apareça um figurão musical pra animar a festa(o que seria uma expectativa dentro da normalidade), fica duplamente satisfeito, não aparece ninguém provido desse espirito e o mais gratificante: o próprio casal, Fabiano e Maria Clara dominam o espetáculo, com canções, corais, solo de guitarra, danças, as vezes com o concurso de outros elementos da banda, deixando os presentes boquiabertos, sem saber se dançam, aplaudem, gritam ou cantam...
Além da beleza, a simpatia contagiante do casal, os números musicais, bales, corais tão bem executados como verdadeiros profissionais, que na verdade, o são. Fabiano, com 32 anos e Maria Clara, com 28, conseguem, sem nenhum ensaio ou preparo antecipado, alegrar o próprio enlace como se eles estivessem sentindo uma certa liberdade que as atividades profissionais de ambos, não permitem, aproveitando o que parecia ser a única oportunidade de dar um show, no segmento solo, cada um na sua especialidade, sem parecer manifestações de rivais em ganhar mais aplausos que o outro.
Contam, também, com um coral de jovens negros da Vila Ema que, numa harmonia vocal sem precedentes, entoam canções as mais diversas, enriquecendo sobremaneira a noitada, por demais feliz, do encantador matrimônio.
No final, chegam ao clímax do espetáculo que, de início parecia voltado especificamente aos jovens e depois se revelou numa agradável surpresa até aos idosos, que assistiam e aplaudiam entusiasticamente, de pé.
Que Deus permita que os anos que virão, sejam plenos de felicidade, saúde e alegria como foi a festa do casamento.
Maria Clara e Fabiano, parabéns a vocês, esse foi um casamento que ficará em nossa memória pra sempre.
Por Modesto Laruccia
12 comentários:
Nada melhor e mais aspicioso do que estreiar este blog com um texto do padrinho Modesto e com a imagem da Igreja de N.S. da Consolação onde vivi muitos anos de minha infancia e juventude e, lógico, abusei de fazer traquinagens.
Espero que este cantinho de recordações revestidas das treze linhas de nossa bandeira tenha tanto ou mais sucesso que os demais sites que a isto se propuseram.
Inusitada surpresa ou surpresa inusitada. Sempre acreditei em uma veia musical em sua família - e olha que não estou falando só das 'tarantellas'.
O que era esperado como 'comum' dos fatos, torna-se inusitado e fora dos padrões protocolares.
Parabenizo ao blog que, buscou a figura ímpar de Modesto Laruccia como paraninfo e padrinho desta nova página paulistana.
É para mim, uma honra tê-los em minha virtual companhia e amizade.
Sua crônica nos mostra que as decanas tradições matrimoniais podem ser rompidas de seus lugares comuns e nos oferecer um cenário de autêntica personalidade.
Fraternal abraço
Nelson - 'Bixiguense abaianisado'
Iniciar esse Blog com um texto do nosso querido Modesto e como começar um jogo de sinuca com uma vantagem de 50 pontos... a vitória esta garantida. Maravilhoso
Amigo Modesto que este blog batizado com sua crônica viva muitos anos e traga a felicidade aos seus autores e leitores.
Parabéns.
Ninguém mais merecedor que você para inaugurar este veículo.
Falcon
Caro Modesto,
que prazer tenho em ler o teu primeiro relato no nosso novo espaço de comunicação, tomo a liberdade de pedir benção ao querido "padrinho" em tão boa hora escolhido, parabéns pelo texto, abraços,
Nelinho.
Olá, Modesto!
Que festão, heim?!
Um show de casamento, efetivamente.
Eu gostaria de ter podido ir.Primeiro porque gosto do grupo de rock Capital Inicial, depois porque gosto de coral, adoro música e achei sensacional a festa se desenvolver desta forma.
Legal, né?!
Valeu, Modesto.
Seja bem vindo ao Memórias de Sampa e obrigada por apadrinhar o blog.
Muita paz!
Sr. Modesto: que saudades que eu tinha de ler textos seus! Muito bom termos um lugar para nos comunicarmos. Parabéns Modesto. Parabéns Sonia. Parabéns Miguel.
E viva nós.
Um abraço a todos.
Mais um local para colocar nossas memórias, e a memória da cidade de São Paulo. Parabéns a Soninha pela feliz idéia de nos brindar por mais um espaço, e ao mestre Modesto Laruccia, brilhante pena e de bonita lavra que deu pontapé inicial desse blog. Espero que todos os que desejarem colaborar respeite seus semelhantes não enviando comentários desairosos, que lógico gerenciado pela Sônia jamais ira ao Blog, mas mesmo sabendo disso aqueles que adoram esse tipo de coisa a respeite, não fazendo aquilo que aparece nos outros dois sites dedicados a Cidade de São Paulo.
Caro Modesto, seus " causos " sempre são pura história de nossa cidade, vista pelo pitoresco ângulo dos Bareses. Parabéns! Abraços.
Parabéns Tio por ter iniciado este blog, que com certesa vai abrilhantar com seus contos muito bem escritos.E obrigado por ter escolhido como tema o casamento do meu filho.O SR. conseguiu com suas palavras lindas tudo que pude observar dos convidados durante o casamento e a resepção.
Um beijo.
Felicia
Modesto, parabéns pela merecida estreia e ainda,em alto estilo, assim como esse show de casamento. Abraços
Um blog, batizado pelo Modesto, só pode dar um casamento perfeito.
Parabéns amigo adorei!
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