Lembro-me do Pico do Jaraguá, ainda sem as torres de TV
Das estradinhas de terra que hoje não mais se vê.
Da velha Taipas, de Pirituba, havia também Perus.
E Francisco Morato, depois vinha a famosa Caieiras,
Isso tudo antes de Jundiaí.
São Paulo parecia meio isolada, pois tudo isso era separado
Por grandes florestas fechadas,
Onde poucas casas se via,
Linha de ônibus não havia.
E pra conhecer tudo isso, só mesmo pegando um trem.
A velha Maria Fumaça
Fazia grande arruaça
Com seu apito estridente
Caminhava lentamente
Num passo bem diferente,
Que hoje em dia daria pena.
Tava mais para um Rubinho
Do que para um Airton Senna.
E como era gostoso
Andar pelos corredores
De vagão em vagão.
Com o trem em movimento
Que parecia dizer baixinho,
Até com muito carinho.
Café com Pão, bolacha não.
Café com pão, bolacha não.
Não havia tanto acidente.
O povo era mais prudente,
E a gente via os parentes
Visitando sempre a gente.
Hoje em dia nem mesmo
quando estamos doentes
eles visitam a gente.
O trem se foi de repente.
A Maria Fumaça fugiu.
O Asfalto tomou conta .
O chão de terra sumiu.
E só ficou a saudade,
Daquele sonzinho gostoso
Que eu nunca mais esqueci!
CAFÉ COM PÃO, BOLACHA NÃO.
CAFÉ COM PÃO. BOLACHA NÃO.
Por Arthur Miranda (tutu)
Das estradinhas de terra que hoje não mais se vê.
Da velha Taipas, de Pirituba, havia também Perus.
E Francisco Morato, depois vinha a famosa Caieiras,
Isso tudo antes de Jundiaí.
São Paulo parecia meio isolada, pois tudo isso era separado
Por grandes florestas fechadas,
Onde poucas casas se via,
Linha de ônibus não havia.
E pra conhecer tudo isso, só mesmo pegando um trem.
A velha Maria Fumaça
Fazia grande arruaça
Com seu apito estridente
Caminhava lentamente
Num passo bem diferente,
Que hoje em dia daria pena.
Tava mais para um Rubinho
Do que para um Airton Senna.
E como era gostoso
Andar pelos corredores
De vagão em vagão.
Com o trem em movimento
Que parecia dizer baixinho,
Até com muito carinho.
Café com Pão, bolacha não.
Café com pão, bolacha não.
Não havia tanto acidente.
O povo era mais prudente,
E a gente via os parentes
Visitando sempre a gente.
Hoje em dia nem mesmo
quando estamos doentes
eles visitam a gente.
O trem se foi de repente.
A Maria Fumaça fugiu.
O Asfalto tomou conta .
O chão de terra sumiu.
E só ficou a saudade,
Daquele sonzinho gostoso
Que eu nunca mais esqueci!
CAFÉ COM PÃO, BOLACHA NÃO.
CAFÉ COM PÃO. BOLACHA NÃO.
Por Arthur Miranda (tutu)
9 comentários:
Arthur, sua brilhante descrição da região do Pico do Jaraguá com um toque poético, enobrece a todos nós que conhecemos aquela região como vc. a descreve. Realmente obucólico panorama se foi e ficou, apenas na lembrança os tópicos que vc poetizou. Realmente, vc apresenta dois retratos, clássicos: um antes e outro, depois. Prabéns, Tutu.
Tutu, bela poesia. Lembro-me das vindas de Campinas, na infância, pela Cia. Paulista. O trem, um luxo, rendas nos encostos, lustres de cristal, vidros bisotés e jateados com o emblema da companhia. E mais, vagão restaurante, com sanduiches e frutas.
Quando parava em Jundiai, um grande cartaz com um diabo vermelho anunciava um formicida, Tatu, possívelmente, na estação. Abração.
Arthur,que saudade dos trens! Lembro-me de várias viagens que fazíamos a Sorocaba com meus pais e irmãos. Depois já adulta usei muito o trem de Prata, que fazia o percurso Rio X São Paulo. Era muito gostoso. Não sei quem foi o infeliz, que resolveu acabar com a malha ferroviaria.
Bela homenagem contada em lindos versos.
Um abraço / Bernadete
Olá, Arthur!
Fiquei enternecida com seu poema.
Um jeito terno e doce de retratar sua história. Doces recordações dos trens que serviam São Paulo.
Lembro-me das viagens que fazíamos ao interior de São Paulo...Meu amado pai gostava de fazê-las de trem. Para nós, crianças, era uam aventura deliciosa, pois caminhávamos pelos corredores, indo daqui para ali, olhando as pessoas, fazendo amizades, indo ao restaurante ou mesmo até os bebedouros. Meu pai nos ensinou a fazer copinhos de papel e era uma festa, a todo momento, fazíamos os copinhos e corríamos pelos corredores, até o bebedouro, para desespero de minha mãe.
Muito legal, Arthur.
Parabéns!
Muita paz!
Arthur,
parabéns pelo belo poema!
Ele mostra muito bem como saltava, curioso e encantado, o coração infantil (ou mesmo o adulto) que atravessava os vagões enquanto lá fora, como uma cantiga de roda, as rodas do trem chivam: "cafécompão, bolachanão!".
Muitas lembranças tenho de tantas idas e vindas nos trens que ligavam São Paulo com vários lugares, no interior do estado, no litoral e até mesmo clm o Rio de Janeiro!
Bons e saudosos tempos aqueles!
Será que com o trem-bala teremos a mesma poesia?!
Abraço.
Arthur, bela poesia sobre o Pico do Jaraguá. Mesmo com as mudanças do tempo ele continua lindo e sempre que passo por lá, lembro das vezes que levei meus alunos para apreciar tal beleza. Parabéns e um grande beijo.
Assin sim Tutu,
Nessa viagem embarquei
foi muito linda. acredite
com tudo me emocionei
Nas estações, com alegria,
de em~ções me fartei
e as emoções de um dia
lá detrás rememorei.
Obrigado meu amigo,
por aventura tão terna.
Tua singela poesia,
me trouxe só alegria.
Tutu, voltei no tempo, lembro-me da primeira vez que fui à Santos viajando de trem, parabéns pelo texto, abraços, Leonello Tesser (Nelinho).
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