segunda-feira, 12 de julho de 2010

Revendo Sampa




Remexendo em velhos arquivos de textos e revendo algumas fotos para eu poder selecionar para o novo blog, abri um arquivo com fotos que tirei quando do aniversário de 450 anos de Sampa.
Eu quis participar da caminhada pelo centro velho, em um dos eventos para comemorar a data.
Minha neta, a Nathália, na época com 8 anos, quis ir comigo e, mesmo que eu lhe dissesse que iríamos andar muito, sob o sol, por algumas horas, ela não se abalou e quis ir.
Saí de São Bernardo do Campo de carro e fui até o terminal Jabaquara do Metro. Deixei o carro no estacionamento e lá fomos nós, de Metro, até a estação Sé.
Nathalia se encantava com a imensidão da praça e com a Catedral da Sé. Subimos suas escadar
ias imensas e abarrotadas de pessoas que já aguardavam para participar da caminhada, assistindo a um concerto de metais nos degraus da igreja.
Ao entrarmos no recinto da catedral, vi o olhar curioso e emocionado de minha querida neta, que fez o meu marejar.
Voltamos ao marco Zero e nos postamos bem na frente, junto ao cordão de isolamento para a largada. Bem atrás de nós iam se avolumando o contingente de pessoas, tão ansiosas quanto nós.
Assim que foi data a partida, uma avalanche de gente foi passando por nós, pois eu não queria correr e nem deixar a pequena cansada, logo de início.
Entramos pela Rua Direita, onde as portas das lojas fechadas serviam de abrigo para os que assistiam. Passamos pela Rua São Bento, avançamos pelo Santa Efigênia.
Ao longo de todo o percurso, eu queria mostrar para minha neta o esplendor de Sampa, que estampa, em sua face multicultural, o retrato e a resistência de seu povo, heróis anônimos que se aninham em seu solo, em toda a sua extensão.
Queria que ela visse a cidade, assim como meus olhos enxergam Sampa... Cidade Campeã, mãe dos brasileiros, locomotiva do país e coração do Brasil. De pequeno vilarejo se fez gigan
te com sua força econômica resistente às adversidades.
Fomos avançando pela ruas, tranquilas naquele dia, onde pudemos observar os principais prédios do centro velho, alguns reformados mas, conservados em seu desenho, como o solar da Marquesa, o Pátio do Colégio, o prédio do Banespa, o Vale do Anhangabaú e muitos outros. Pudemos verificar o sensacional trabalho de restauração do edifício número 97 da rua Roberto Simonsen, endereço da primeira policlínica da cidade, obra bancada pela Caixa Econômica Federal. O imóvel tem mais de 1,6 mil metros quadrados e foi recuperado para ser utilizado como o Novo Centro Cultural da Caixa.
O majestoso Teatro Municipal, todo reformado e entregue ao povo paulistano...fiquei emocionada, mesmo não podendo adentrar com Nathália, pois estava repleto de pessoas com a mesma intensão que nós.
A multidão já estava meio dispersa quando retornamos ao marco zero, onde já acontecia alguns shows. Cansadas, resolvemos tomar água e refrigerantes para, depois, voltarmos para casa, extasiadas.
As fotos não ficaram boas, mas, ainda assim, trazem boas recordações e fico feliz por poder mostrar a minha Sampa querida, meu berço esplêndido, para meus filhos e para minha neta, também paulistanos.

Por Sonia Astrauskas

8 comentários:

Modesto disse...

Que lindo passeio que vc. fez com sua neta, deixando ela se familiar com a cidade tentacular. Um roteiro sem uma prévia orientação sempre resulta em emoções pra quem não conhece e também para o sicerone. Crônica deliciosa, Sonia, parabéns.

Miguel S. G. Chammas disse...

Amr, deliciosa dissertação de um passeio memorável por Sampa.
As tintas que vc usou foram suaves, porem marcantes.
A emoção sentida na época foi, sem dúvidas, inserida no texto.
Nós paulistanos e fãs de teus textos te agradecemos.

Unknown disse...

Sonia, fui de "carona" nessa caminhada cultural, em homenagem a essa quase "quinhentona" cidade, tão querida de todos nós. Fiquei imaginando os olhinhos de sua netinha encantada com tudo.
Bjos / Bernadete

margarida disse...

Sonia, adoro ouvir falar de São Paulo, vibrei com seu texto! Coisa mais gostosa mostrar para nossos netos os encantos desta nossa cidade querida. São emoções que não vamos esquecer jamais. Não fui na maratona, mas levei meu neto ao centro e dei uma maquina fotográfica em sua mãos, que trabalho lindo saiu! Um beijo e muita paz.

Leonello Tesser disse...

Sonia, não pude participar da maratona mas segui fielmente o seu relato e, em pensamento fiz todo o trajeto, parabéns pelo texto, abraços, Leonello Tesser (Nelinho).

Luiz Saidenberg disse...

Sonia,bela narração e instrutivo tour para sua netinha!O Centrão seria realmente lindo, não fosse a condição de miserabilidade a que foi reduzido. É o capitalismo selvagem, descartando tudo que não se preste a seus estranhos modismos e novas fontes de lucro. Não tenho nenhuma vontade de retornar ali, que tão bem conheci. Abraços.

Arthur Miranda disse...

Sonia, existe coisa melhor que passear por São Paulo, pricipalmente em Feriado? Eu também todo ano faço meus roteiros e me sinto muito bem , mas dou preferencia a andar pelos bairros, que mudaram muito nesses ultimos 50 anos. então vou matando minha saudades, da Lapa, da Freguesia, do Moinho Velho, da Vila União e Arcadia,da Vila Jaguára,Remedios, Pinheiros, Santana, Tremembe, Horto Florestal, etc. Parabéns.

Zeca disse...

Soninha,
obrigado por me levar, como clandestino, nesta deliciosa viagem, em sua companhia e na da bela Nathália. E aí? Ela se cansou? Tenho quase certeza que não, pois a força do seu carinho não deve ter permitido isso.
Qualquer dia vou tentar fazer uma caminhada parecida. Afinal, amo São Paulo e vivo tão longe dela!
Beijo, carinho.