O Ônibus das sete e dez,
é o ônibus da Alegria.
Vamos todos minha gente.
Vamos lá pra Freguesia (bis)
Era assim cantando essa marchinha que diariamente de segunda a sábado, a turma que esperava o Ônibus das 7h:10minutos, embarcavam nesse coletivo chamado por todos nós, como o ônibus da alegria.
Na realidade, esse ônibus era especial, pertencia à saudosa CMTC, Companhia Municipal de Transporte Coletivos Linha 68 Itaberaba, mas o mesmo não ia até o Ponto final no Largo de Itaberaba, fazia seu ponto final dois kilometros antes de seu ponto normal, para servir só os moradores da Vila Albertina, em horários especiais matutinos, às 6h: 30m, às 6h: 50 (conhecido por todos como 10 para as 7) e o tal da Alegria que era o nosso, das 07h10min.
Seu ponto final, no centro da cidade, era no Largo Paissandu, ao lado da velha Igreja bem em frente a atual estátua em homenagem à Mãe Preta.
O grupo da Alegria tinha a participação de quase todos do ônibus, inclusive do motorista e do cobrador, tendo como cabeças dessa verdadeira festa matinal, eu, o Primo, o Patuá, o Cristalino o Chiquinho e o Jessé. Nas viagens rolava muitas piadas de salão, cantorias, gozações, principalmente quando os times considerados grandes perdiam ou estavam em má fase no campeonato.
Sempre havia uma música e uma letra criada por nós, para registrar as situações vividas pelo grupo que, todas as manhãs, usava esse meio de transporte para chegar em seus locais de trabalho.
Relembro aqui uma delas, apenas como exemplo.
Quando o ônibus atrasava e com certeza todo o pessoal iria chegar tarde ao emprego, cantavámos uma paródia da música que era um grande sucesso musical da época:
Ai Mas Que Saudades eu Tenho da Bahia.
Que em nossa versão virou:
Ai Mas que Moleza tem o Motorista.
Ai mas que moleza tem o motorista.
ai ele não sabe nem andar na pista.
ai se soubesse o que se dizia
ele não vinha mais pra freguesia
ai que moleza tem o motorista, ai ai (bis).
Vejam como ele faz
a gente pega esse ônibus e não chega mais.
Pobre de quem acredita,
nesse motorista para ir trabalhar.
Vejam só que papelão.
O passageiro não tem opção
chega atrasado, enfrenta o patrão.
depois de ter ficado
na fila um tempão.
A maioria dos passageiros acabava cantando junto, então aquele transtorno de atraso virava alegria, o mau humor ia embora, todo mundo se divertia, a tristeza virava alegria, e todos chegavam em seus empregos de cara alegre, disposta e sadia.
Eram outros tempos; JK era o presidente, o Brasil ganhava nesse mesmo ano (1958,) com a batuta do Marechal da Vitória Paulo Machado de Carvalho, sua primeira Copa do Mundo, eu ainda solteiro, nem pensava em me casar e jamais imaginei que um dia estaria contando esse fato, neste Blog, a vocês.
Éramos todos felizes e tenho certeza que todos sabiam, mas ninguém dava muita bola para isso.
Por Arthur Miranda (tutu)
é o ônibus da Alegria.
Vamos todos minha gente.
Vamos lá pra Freguesia (bis)
Era assim cantando essa marchinha que diariamente de segunda a sábado, a turma que esperava o Ônibus das 7h:10minutos, embarcavam nesse coletivo chamado por todos nós, como o ônibus da alegria.
Na realidade, esse ônibus era especial, pertencia à saudosa CMTC, Companhia Municipal de Transporte Coletivos Linha 68 Itaberaba, mas o mesmo não ia até o Ponto final no Largo de Itaberaba, fazia seu ponto final dois kilometros antes de seu ponto normal, para servir só os moradores da Vila Albertina, em horários especiais matutinos, às 6h: 30m, às 6h: 50 (conhecido por todos como 10 para as 7) e o tal da Alegria que era o nosso, das 07h10min.
Seu ponto final, no centro da cidade, era no Largo Paissandu, ao lado da velha Igreja bem em frente a atual estátua em homenagem à Mãe Preta.
O grupo da Alegria tinha a participação de quase todos do ônibus, inclusive do motorista e do cobrador, tendo como cabeças dessa verdadeira festa matinal, eu, o Primo, o Patuá, o Cristalino o Chiquinho e o Jessé. Nas viagens rolava muitas piadas de salão, cantorias, gozações, principalmente quando os times considerados grandes perdiam ou estavam em má fase no campeonato.
Sempre havia uma música e uma letra criada por nós, para registrar as situações vividas pelo grupo que, todas as manhãs, usava esse meio de transporte para chegar em seus locais de trabalho.
Relembro aqui uma delas, apenas como exemplo.
Quando o ônibus atrasava e com certeza todo o pessoal iria chegar tarde ao emprego, cantavámos uma paródia da música que era um grande sucesso musical da época:
Ai Mas Que Saudades eu Tenho da Bahia.
Que em nossa versão virou:
Ai Mas que Moleza tem o Motorista.
Ai mas que moleza tem o motorista.
ai ele não sabe nem andar na pista.
ai se soubesse o que se dizia
ele não vinha mais pra freguesia
ai que moleza tem o motorista, ai ai (bis).
Vejam como ele faz
a gente pega esse ônibus e não chega mais.
Pobre de quem acredita,
nesse motorista para ir trabalhar.
Vejam só que papelão.
O passageiro não tem opção
chega atrasado, enfrenta o patrão.
depois de ter ficado
na fila um tempão.
A maioria dos passageiros acabava cantando junto, então aquele transtorno de atraso virava alegria, o mau humor ia embora, todo mundo se divertia, a tristeza virava alegria, e todos chegavam em seus empregos de cara alegre, disposta e sadia.
Eram outros tempos; JK era o presidente, o Brasil ganhava nesse mesmo ano (1958,) com a batuta do Marechal da Vitória Paulo Machado de Carvalho, sua primeira Copa do Mundo, eu ainda solteiro, nem pensava em me casar e jamais imaginei que um dia estaria contando esse fato, neste Blog, a vocês.
Éramos todos felizes e tenho certeza que todos sabiam, mas ninguém dava muita bola para isso.
Por Arthur Miranda (tutu)
8 comentários:
Tutu.
Aqui na Bahia também temos a nossa versão para os ônibus
'Se essa porra não virar, olê. olê, olá.
Eu chego lá..
Rema, rema, rema, remador
Vou meter no cú do cobrador
Se o cobrador for vigarista
A gente descabaça o motorista'
Na vida, tudo é passageiro. Menos cobrador e motorista.
Abraços
Tutu.
O meu comentário saiu como 'anônimo'.
Erro de digitação.
Abraços
Nelson
Arthur,quanta criatividade para transformar o stress diário do trânsito,em momentos alegres.
Que eu me lembre,entoar cantigas assim, somente em onibus de excursões e de pic-nic.
Muito legal seu relato!
Um abraço
Bons tempos, Artur, quando andar de ônibus podia trazer tal alegria aos passageiros ! Não era o Trem da Alegria mas o ônibus da dita cuja! Abraços.
Arthur, o saudosismo mora em seu coração. Manifeta-se com esse texto muito bem-bolado, respeitoso e alegre. Gostei, parabéns, Tutu.
Arthur,
essa, pra mim, é novidade! Uma experiência única, de alegria, mesmo estando dentro de um ônibus cheio, indo para o trabalho...
Eu, como a Bernadete, só me lembro de passageiros cantando dentro de um ônibus, nas escursões que fazíamos.
De qualquer forma, concordo em que naquelas épocas das quais nos lembramos com tanta saudade, éramos bem mais felizes. Eram outros tempos, tínhamos até mais dificuldades, mas havia mais respeito entre as pessoas. Hoje, o respeito pelo próximo está se tornando artigo de luxo.
Abraço.
Arthur, a nossa mocidade mesmo sofrendo as agruras de um transporte ruim ainda tinha ânimo para transformar em alegria os maus momentos, bons tempos, belo texto, abraços.
Olá, Arthur!
Que legal sua história. Bons tempos, não é mesmo?!
Hoje em dia,em algumas linhas, tem som ambiente...
A maioria dos passageiros de hoje usam seus próprios aparelhinhos de MP3 ou os seus celulares para ouvirem suas músicas, isolando-se dos demais, em seu mundo íntimo de pensamentos e ilusões...
Mas, lembro-me dos tempos de outrora quando nos divertíamos cantando muito nos ônibus de excursões...
Legal.
Valeu, Arthur!
Obrigada.
Muita paz!
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