Você sabia que na cidade de São Paulo existe uma balsa que atravessa um braço de “mar”? Se você já sabia, talvez esta crônica não lhe traga maiores informações, mas em caso oposto, creio que o assunto despertará sua curiosidade.
Apesar da balsa existir há muito tempo, noto que ela é praticamente desconhecida pela maioria dos moradores desta cidade, apesar de ser uma de suas “jóias”. Vamos, pois, conhecê-la através de um passeio que fiz em um dos últimos fins de semana.
Sou um andarilho que gosta de efetuar longas caminhadas em locais de densa vegetação. Estes locais existem nas cercanias de São Paulo e este passeio é para um destes locais. Como bom andarilho solitário, não saio de carro para fazer caminhadas em locais distantes, porque posso ser obrigado a estacionar em local ermo, para depois iniciar o passeio e, além disso, sou obrigado a retornar ao ponto de origem, o que às vezes limita o passeio. Por isso, tomei condução coletiva. A linha da CPTM que margeia o Rio Pinheiros foi recentemente estendida em mais três estações, sendo a última de nome Grajaú, construída juntamente com um magnífico terminal rodoviário urbano, onde desci e tomei o ônibus Ilha do Bororé, que parte do terminal a cada trinta minutos. Após rodar cerca de quinze minutos por bairros densamente populosos, cheguei à beira da Represa Billings, que foi transposta pelo ônibus através de uma simpática balsa, atingindo o bairro de Bororé. Imagine a agradável sensação de estar a bordo de um ônibus urbano, igual aos que vemos todos os dias pela cidade, saindo de uma área densamente povoada para, na outra margem entrar em um bairro rural com escassas casas e chácaras, abrigadas pela densa mata atlântica. Em um cenário belíssimo, o ônibus segue pela estrada rural que tem o nome de Estrada de Itaquaquecetuba – não confundir com a cidade de mesmo nome – e faz seu ponto final junto à próxima balsa, que marca o limite entre os municípios de São Paulo e São Bernardo. Foi hora de descer e encarar os caminhos e trilhas a pé.
Quando chegou o cansaço, voltei ao ponto final do ônibus, onde saboreei, na lanchonete local, um gostoso sanduíche, a preço módico, e iniciei o retorno para casa, satisfeito com a aventura do dia.
Na caminhada, senti que a região está ameaçada pelo crescimento da cidade, já havendo sinais de degradação e grilagem de terras. Por outro lado, senti também que ela está sendo contida e que o sentimento ecológico de não se perder aquele paraíso é muito forte! Que Deus ilumine as autoridades a não permitir a destruição deste patrimônio.
Por Roberto Flugge
13 comentários:
Olá,Roberto!
Sempre bom ter seus textos, aqui em nosso cantinho.
E que passeio bacana este seu, heim?!
Eu nunca fiz, mas, taí...uma ótima idéia de passeio e de aventura!
A estrada de Taquacetuba...é assim o nome... e fica na divisa de São Bernardo e São Paulo, realmente.
A ilha do Bororé, que na verdade não é uma ilha e sim uma península, localiza-se no distrito de Grajaú. Banhada pela represa Billings, o acesso é através de balsa.
Boa idéia esta sua,viu!
Adorei!
Valeu, Roberto!
Obrigada.
Muita paz!
Lindo passeio voce nos proporcionou Robero.
Se não afirmo que foi melhor do que as Rodadas de Rendondas, pelo menos fou a oi do mesmo prazer.
É bom sair por aí sem lenço nem documento e caminhar contra sabor do vento.
Puxa que vergonha, ser paulista e não saber disso.Foi uma enorme surpresa para mim saber essa novidade de balsa em são bernardo. gostei da narrativa e também de toda essa historia, parabéns.
FIUGGE:Talvez, esse desconhecimento é que manteve o Bororé quase intacto.
Mas, sempre é bom conhecer as belezas naturais que a cidade tem a nos oferecer.
Também gosto de andar por aí. E numa dessas andanças descobri as blezas das matas que marginam o Rio Tietê.
Valeu pela lembrança e pelo texto!
Abração,
Natale
Sabia dessa balsa, Roberto, e tb da Ilha do Bororé. Mas nunca tive oportunidade de desbravar essas paradisíacas localidades que ainda restam ao sul da capital. Devem ser mesmo passeios extarordinários, que temos obrigação de conhecer, um dia. Abraços.
Roberto na década dos anos 1970, fui pescar varias vezes tanto na represa de Guarapiranga, como na Bilings, peguei essa balsa por varias vezes. Na verdade não tem só uma, tem duas. Sempre que íamos em mais de uma pessoa, alguém perguntava: Vamos na primeira ou segunda Balsa. A primeira balsa nos deixava na ilha e voltava para Bororé, daquela ilha tinha outra balsa que nos levava o outras ilhas, que também recebia pescadores que vinham da terceira balsa que saia do Riacho Grande próximo a Via Anchieta.
Roberto!
Nossa cidade, tão concentrada na sua região central, ainda é capaz de nos surpreender, oferecendo pedaços de paraiso ainda preservados, talvez mais pelo desconhecimento do que pela consciência ecológica.
Fiquei surpreso pela existência dessa balsa e, mais ainda, pelo lugar tão bem descrito por você. Deve ser mesmo um lugar belíssimo, digno de um passeio despreocupado.
Esperemos que as autoridades preservem esse pequeno paraíso!
Parabéns pelo texto!
Abraço.
Obrigado, Roberto, não conheço e nem sabia da existência dessa balsa e, por seu intermédio, fico sabendo. É uma boa sugestão pra um passeio. Feliz Pásqua pra vc e toda sua família. Abraços.
Laruccia
Oieeeeeeee...
Volto para entregar o selo que também ganheilá no meu outro blog...o Roda de Prosa.
Escolhi o Memórias de Sampa pelo conteúdo maravilhoso que elecontém e pelas informações mega legais que ele acrescenta à Web.
Postarei o selo para todosvocês, com meu carinho de sempre!
Muita paz! Beijossssssss
Este é um cantinho de São Paulo digno desta crônica. Eu conhecço e recomendo. Parabéns!
Deu até vontade de seguir os seus passos.
abraço
Oieeee!!!!! que excelente esse blog hemm.... rsrsrsr
Aproveitando o assunto, convido todos vocês para visitar o nosso blog ilhadobororésaudavel.blogspot.com , Pois é um projeto em foco da qualidade de águas dos poços. Contribua também, e nos acompanhe esse projeto que com intuído a ajudar a colonia atiboré.
Grata!
Karina Okuma
Amei esta postagem, parabéns!
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