A televisão brasileira avançou em tecnologia e nos proporciona uma rápida resposta nas programações de entretenimento. Cenários virtuais, apresentadores impecáveis e as atrações gerais. São personagens entrevistadas, cantores famosos enfim, um séquito de novidades e tudo gravado em vídeo tape, devidamente editado, com algumas sequências já suprimidas por força de uma prévia censura e cronometragem de tempo.
Nas, agora modernas 'ilhas de edição', o diretor de programação é o único responsável pela inserção, manutenção ou corte de uma determinada sequência de programa, onde ele e alguns auxiliares técnicos definem e decidem o que deve ou não ser mostrado nas telas das televisões em cada lar.
É a cara do 'novo', da televisão em cores, da tecnologia avançada, que chega em nossos lares em tempo real e em apenas, um 'click'.
De passagem pelos canais de TV em minha casa, deparei-me com a reapresentação do programa 'Criança Esperança', da TV Globo, que já havia sido apresentado e, como de costume, gravado anteriormente e foi reprisado neste sábado, dia 21 de agosto, em sua programação vespertina.
O que não seria uma simples surpresa, causou-me uma pequena admiração pois, há algum tempo, não mais havia visto uma programação comemorativa de qualquer evento mais significativo como o 'Criança Esperança', ou outro qualquer, e com grande platéia.
Com uma enorme estrutura cênica montada no ginásio do Ibirapuera (acho que foi lá), o que se viu foi uma platéia dividida, onde a apatia de alguns foi suprimida pela pré-gravação de aplausos e ovações, dispensadas as tradicionais 'claquets' de animação.
O show se prestou para o que se pretendeu mas, ficou um vazio. A sensação de ainda estar faltando algo para a sua total concretização. Um quadro mais envolvente, um artista mais ansiosamente esperado, um suspense para o 'gran finale', não sei. Ficou, em mim, esta impressão e isso porque, de todos os shows televisivos a que assisti, todos eles tiveram desfecho emocionante ao seu final.
Na década de sessenta, a 'bola da vez' era a TV Record - Canal 7 que tinha sua programação imbatível e líder de audiência dentro e fora do tal chamado 'horário nobre'. Novelas, filmes, seriados, programas humorísticos (quem não se recorda da 'Família Trapo'), noticiários e as famosas propagandas (que muitos de nós chamávamos de 'reclame'), muitas vezes apresentados ao vivo pelas belas Idalina de Oliveira e Neide Aparecida, impecavelmente trajadas em seus vestidos bem rodados ou nos famosos 'tubinhos' acetinados e bem delineados, a seus corpos esculturais, complementadas em suas belezas, pela suave maquiagem facial e os arranjos dos cabelos. E olha que isso foi numa época em que a televisão era transmitida em preto e branco e 'ao vivo'.
Tupi - Canal 3, Nacional - Canal 5, Excelsior - Canal 9 eram as emissoras concorrentes da emissora que tinha um 'tigre' como mascote e penavam na disputa do ibope e, bem verdade que a TV Tupi tenha sido a pioneira, perdia em programação para a Record.
Dos muitos e vários programas que marcaram a trajetória da Record, posso citar um em especial. 'O Show do Dia 7'.
Programa de auditório e de variedades, tinha a sua apresentação em forma solene; era sempre apresentado em todo o dia sete de cada mês, chovesse ou não; suas últimas apresentações foram no antigo teatro Paramount (hoje, teatro Abril), na brigadeiro Luiz Antônio.
Foi um programa que, paralelamente ao 'Jovem Guarda', exibido nas tardes de domingo e sob o comando de Roberto Carlos, disputava um público enorme em sua platéia. As cerimônias de apresentação ficavam sempre a cargo de um quarteto de apresentadores consagrados e de muita competência - Randal Juliano, Blota Junior, Sonia Ribeiro e Helio Ansaldo. Por vezes, Idalina de Oliveira ou Clarice Amaral também somavam no palco das apresentações.
Com uma programação artística bem elaborada, os 'sketch's' eram bem estudados e cada uma das apresentações artísticas eram bem ensaiadas, principalmente o corpo de baile que sempre apresentava uma nova evolução, com alguma coisa de novidade. Esta área era de responsabilidade do balé de 'Luciano e Luciane', contratados exclusivos da emissora.
Wilson Simonal, Elizeth Cardoso, Ataulfo Alves, Ciro Monteiro, Ivon Cury, Ronnie Von, Elis Regina, Jair Rodrigues, Zimbo Trio, Os Cariocas, Quarteto em Cy e muitos outros artistas, davam o brilho da festa de cada dia sete de cada mês e, invariavelmente, o 'gran finale' ficava a cargo do rei Roberto Carlos que, com boa parte da sua turma da Jovem Guarda, fechava com brilhantismo maior, um dos maiores espetáculos televisivos da televisão brasileira.
Perfilavam-se no quadro final Eduardo Araujo (sem a Silvinha, ainda), Trio Ternura, Trio Esperança, Golden Boys, Martinha, Os Vips, Leno e Lilian, o 'Tremendão' Erasmo Carlos e Wanderléa. Tudo isso era 'ao vivo' e com uma infinita possibilidade para uma 'falha nossa' ou uma gafe mais grave ou mesmo um sério 'problema técnico' e, apesar das transmissões serem em preto e branco, a definição da imagem era impecável - pelo menos para nós, lá no Bixiga.
Os cenários, muitas vezes tiveram um padrão monocromático pois, por ainda serem em preto e branco, as transmissões poderiam garantir um pouco da fidelidade do prata, do branco ou do preto que decorassem a cenografia. Outras cores também foram utilizadas mas, só quem estivesse presente no teatro poderia contemplá-las.
Hoje, as profusões de cores tomam lugar em cada vídeo, seja ele Plasma, LCD ou Led, ou simplesmente tubo de imagem em cores mas, o inusitado do princípio, com o engatinhar da tecnologia, nos remete às lembranças de outrora e à saga daqueles que fizeram a televisão brasileira um marco no universo das comunicações.
Neste meio século que nos separa da técnica para a nova tecnologia, me ocorre um pensamento - o que será de nossa televisão daqui a mais cinquenta anos? Só o tempo poderá responder. Enquanto isso, ficaremos assistindo programas gravados em estúdios resumidos com o 'cromaquí' - que é tão somente o pano de fundo azul para a projeção de cenários computadorizados - e as 'claquetes' orientando algumas dezenas de participantes 'in off ' para, conforme orientação, rir, aplaudir, suspirar, admirar, etc e tal, como se platéia ali tivesse.
Você até poderá dizer que eu estou errado pois, programas de auditório ainda existem. Sei disso. Silvio Santos, Programa do Gugu, Domingão do Faustão, Eliana, Raul Gil, CQC e outros mais, são programas de auditório. Contudo, ainda não conseguiram o brilho e a envolvência que só o Show do Dia 7 proporcionava.
Saudades, fazer o quê?!
Por Nelson Assis
Nas, agora modernas 'ilhas de edição', o diretor de programação é o único responsável pela inserção, manutenção ou corte de uma determinada sequência de programa, onde ele e alguns auxiliares técnicos definem e decidem o que deve ou não ser mostrado nas telas das televisões em cada lar.
É a cara do 'novo', da televisão em cores, da tecnologia avançada, que chega em nossos lares em tempo real e em apenas, um 'click'.
De passagem pelos canais de TV em minha casa, deparei-me com a reapresentação do programa 'Criança Esperança', da TV Globo, que já havia sido apresentado e, como de costume, gravado anteriormente e foi reprisado neste sábado, dia 21 de agosto, em sua programação vespertina.
O que não seria uma simples surpresa, causou-me uma pequena admiração pois, há algum tempo, não mais havia visto uma programação comemorativa de qualquer evento mais significativo como o 'Criança Esperança', ou outro qualquer, e com grande platéia.
Com uma enorme estrutura cênica montada no ginásio do Ibirapuera (acho que foi lá), o que se viu foi uma platéia dividida, onde a apatia de alguns foi suprimida pela pré-gravação de aplausos e ovações, dispensadas as tradicionais 'claquets' de animação.
O show se prestou para o que se pretendeu mas, ficou um vazio. A sensação de ainda estar faltando algo para a sua total concretização. Um quadro mais envolvente, um artista mais ansiosamente esperado, um suspense para o 'gran finale', não sei. Ficou, em mim, esta impressão e isso porque, de todos os shows televisivos a que assisti, todos eles tiveram desfecho emocionante ao seu final.
Na década de sessenta, a 'bola da vez' era a TV Record - Canal 7 que tinha sua programação imbatível e líder de audiência dentro e fora do tal chamado 'horário nobre'. Novelas, filmes, seriados, programas humorísticos (quem não se recorda da 'Família Trapo'), noticiários e as famosas propagandas (que muitos de nós chamávamos de 'reclame'), muitas vezes apresentados ao vivo pelas belas Idalina de Oliveira e Neide Aparecida, impecavelmente trajadas em seus vestidos bem rodados ou nos famosos 'tubinhos' acetinados e bem delineados, a seus corpos esculturais, complementadas em suas belezas, pela suave maquiagem facial e os arranjos dos cabelos. E olha que isso foi numa época em que a televisão era transmitida em preto e branco e 'ao vivo'.
Tupi - Canal 3, Nacional - Canal 5, Excelsior - Canal 9 eram as emissoras concorrentes da emissora que tinha um 'tigre' como mascote e penavam na disputa do ibope e, bem verdade que a TV Tupi tenha sido a pioneira, perdia em programação para a Record.
Dos muitos e vários programas que marcaram a trajetória da Record, posso citar um em especial. 'O Show do Dia 7'.
Programa de auditório e de variedades, tinha a sua apresentação em forma solene; era sempre apresentado em todo o dia sete de cada mês, chovesse ou não; suas últimas apresentações foram no antigo teatro Paramount (hoje, teatro Abril), na brigadeiro Luiz Antônio.
Foi um programa que, paralelamente ao 'Jovem Guarda', exibido nas tardes de domingo e sob o comando de Roberto Carlos, disputava um público enorme em sua platéia. As cerimônias de apresentação ficavam sempre a cargo de um quarteto de apresentadores consagrados e de muita competência - Randal Juliano, Blota Junior, Sonia Ribeiro e Helio Ansaldo. Por vezes, Idalina de Oliveira ou Clarice Amaral também somavam no palco das apresentações.
Com uma programação artística bem elaborada, os 'sketch's' eram bem estudados e cada uma das apresentações artísticas eram bem ensaiadas, principalmente o corpo de baile que sempre apresentava uma nova evolução, com alguma coisa de novidade. Esta área era de responsabilidade do balé de 'Luciano e Luciane', contratados exclusivos da emissora.
Wilson Simonal, Elizeth Cardoso, Ataulfo Alves, Ciro Monteiro, Ivon Cury, Ronnie Von, Elis Regina, Jair Rodrigues, Zimbo Trio, Os Cariocas, Quarteto em Cy e muitos outros artistas, davam o brilho da festa de cada dia sete de cada mês e, invariavelmente, o 'gran finale' ficava a cargo do rei Roberto Carlos que, com boa parte da sua turma da Jovem Guarda, fechava com brilhantismo maior, um dos maiores espetáculos televisivos da televisão brasileira.
Perfilavam-se no quadro final Eduardo Araujo (sem a Silvinha, ainda), Trio Ternura, Trio Esperança, Golden Boys, Martinha, Os Vips, Leno e Lilian, o 'Tremendão' Erasmo Carlos e Wanderléa. Tudo isso era 'ao vivo' e com uma infinita possibilidade para uma 'falha nossa' ou uma gafe mais grave ou mesmo um sério 'problema técnico' e, apesar das transmissões serem em preto e branco, a definição da imagem era impecável - pelo menos para nós, lá no Bixiga.
Os cenários, muitas vezes tiveram um padrão monocromático pois, por ainda serem em preto e branco, as transmissões poderiam garantir um pouco da fidelidade do prata, do branco ou do preto que decorassem a cenografia. Outras cores também foram utilizadas mas, só quem estivesse presente no teatro poderia contemplá-las.
Hoje, as profusões de cores tomam lugar em cada vídeo, seja ele Plasma, LCD ou Led, ou simplesmente tubo de imagem em cores mas, o inusitado do princípio, com o engatinhar da tecnologia, nos remete às lembranças de outrora e à saga daqueles que fizeram a televisão brasileira um marco no universo das comunicações.
Neste meio século que nos separa da técnica para a nova tecnologia, me ocorre um pensamento - o que será de nossa televisão daqui a mais cinquenta anos? Só o tempo poderá responder. Enquanto isso, ficaremos assistindo programas gravados em estúdios resumidos com o 'cromaquí' - que é tão somente o pano de fundo azul para a projeção de cenários computadorizados - e as 'claquetes' orientando algumas dezenas de participantes 'in off ' para, conforme orientação, rir, aplaudir, suspirar, admirar, etc e tal, como se platéia ali tivesse.
Você até poderá dizer que eu estou errado pois, programas de auditório ainda existem. Sei disso. Silvio Santos, Programa do Gugu, Domingão do Faustão, Eliana, Raul Gil, CQC e outros mais, são programas de auditório. Contudo, ainda não conseguiram o brilho e a envolvência que só o Show do Dia 7 proporcionava.
Saudades, fazer o quê?!
Por Nelson Assis
13 comentários:
Bela lembrança de uma tv mais ingênua, menos globalizada (literalmente, com a ascenção da Vênus Platinada)e em preto e branco,- "que pena que a tv não seja em cores!" Enfim, todas esses espetáculos marcaram nossa juventude. Abraços.
Nelsão, parabens pelo texto magnifico contendo tantas verdades e principalmente pela aula de técnica de gravações de programas, montagens e chamadas.
No passado havia mais profissionais dedicados, e talentosos, formados não em academias, mas na luta do dia dia nos estudios.
Nelson, se pudesse eu assinaria em baixo e diria que este texto tinha saido da cuca deste velho amante da TV.
O unico reparo que faria ao texto seria teu esquecimento da apresentadora do show do dia 7, ao lado de seu marido Blota Junior estava sempre a iompecável e grande profissional Sonia Ribeiro.
Ainda bem que nas ilustrações do texto a Soninha não esqueceu do casal.
Olá, Nelson!
Você conduz nossas mentes...foi um guia de nossas recordações...
Fomos acompanhando sua narrativa e fomos levados ao passado...
Lembrei-me destes momentos, quando bem pequenina, assistia ao show do dia sete, junto com minha mãe e pai, no sofá da sala...Era uma noite especial para nossa família.
Todos nos reuníamos para assistir.
Minha mãe e meu pai não perdiam o show do dia sete por nada...
Era tão bom! A família toda reunida para assistir a TV, canal 7, TV Record...show do dia 7...Muito legal!
Valeu, Nelson.
Obrigada.
Muita paz!
Nelson,
você trouxe à minha memória um dos mais belos programas que fizeram parte da minha infância e juventude! Em casa, todo dia 7 de cada mês era imperdível: toda a família se ajeitava na sala para assistir, do começo ao fim, esse que foi, também na minha opinião, um dos mais brilhantes e envolventes shows da televisão brasileira.
Hoje em dia, não acredito que outro programa, feito com o mesmo carinho e apuro daquele, tivesse o mesmo efeito sobre as famílias. Faltaria um componente que está sumindo de nossas vidas: a magia, o encantamento e a inocência, que há muito já perdemos para a violência, as falcatruas e a impunidade!
Parabéns pelo belíssimo texto e pelas informações nele contidas. E obrigado pelos bons momentos proporcionados com sua leitura.
Abraço.
Que bom, Nelson!
Poder entrar nos estúdios da Record, lá na Av. Miruna; invadir o Teatro Record - Consolação e reviver grandes momentos através da sua excelente narrativa. Fosse ao vivo, ou através da telinha, compartilhávamos com milhões grandes espetáculos que o tigrinho nos proporcionava.
A Record foi grande! Mesmo com aquele Certificado da Censura Federal, classificando os programas, a irreverência e contestação, marcavam a sua programação.
Abração,
Natale.
Para quem viu a televisão de dentro, naqueles anos a TV de hoje é uma verdadeira piada, e de mal gosto. Algumas coisas do seu brilhante texto Nelson. “O criança esperança” e o “show do teleton”, já havia sido feito por Moacir Franco , em “quanto vale uma criança” nos anos 1960. O show do dia 7 realmente era o que se salvava na emissora do aeroporto. Mas, a TV Excelsior era superior a TV Record, e a Tupi juntas, mas por problemas políticos entre os, do golpe de 64 contra o proprietário TV Excelsior Mario Simonsen que o levou a morte, foi a bala que calou essa maravilhosa emissora que liderou por anos a audiência, e era considerada a escola de televisão do Brasil. E isso teve o dedo de quem se julgava os poderosos da comunicação com bastante influencia na política. A partir daí foi que a TV Record subiu na audiência, e liderou por pouco tempo, sendo logo a seguir engolida pela Globo.
Assis, sua extraordinária memória nos brindou com os alegres anos dos primeiros passos da nossa tv. Quantos nomes, quantas músicas, quantos shows, quanta técnica que "ganhamos", principalmente a nós, que saíamos de uma era radiofônica pra nos deslumbrar com a grande novidade. Lembro sempre da fraze do Grande Otelo quando perguntado sobre a era do rádio e o começo da televizão, disse: "Quem te viu e quem tv". Maravilhoso seu texto, Nelson, parabéns.
Mô.
Concordo com quase tudo que foi brilhantemente escrito acima. A única coisa que lamento profundamente é a grande e saudosa TV RECORD CANAL 7 cair nas mãos dessa corja da IURD. Deprimente e decepcionante apagar tanta lembrança da minha (nossa) juventude.
Excelente texto, excelentes lembranças. Mas fiquei em dúvida quanto aos nomes das emissoras. O texto fala em TV Tupi canal 3, Nacional canal 5 e Excelsior canal 9. Na minha lembrança, à época do show do dia 7, aqui em São Paulo tínhamos a TV Paulista no canal 5, e a TV Tupi ocupava o canal 4 - ela só ocupou o canal 3 entre 1950 e 1960, época em que não existia a TV Excelsior.
Olá, Amaut!
Você está correto quanto as datas. Infelizmente, devo informar que nosso querido Nelson Assis faleceu recentemente.
Agradeço por seu comentário. Volte sempre. Envie-nos suas histórias sobre nossa querida cidade de São Paulo, ok?
Muita paz!
Sonia Astrauskas
(moderadora)
Não e a Record, ou a Ju Ju Todinho no Faustão e brilhante?
É o Sistema meu amigo. Qto pior, melhor.
Belíssimo texto, mas a Jovem Guarda, não terminava sempre.
A maior das vezes quem terminar o famoso Show do dia 7 era Elis Regina e Jair Rodrigues.
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