Eu não devia escrever sobre isso. Por causa da D... fui motivo de gozação e piadas. Por culpa da D..., eu fiz uma pergunta ao meu tio. Uma pergunta que eu nunca deveria ter feito a alguém mais “bocudo” que eu. Santa burrice! Ou seria santa ingenuidade?...
Os fatos dessa situação ainda me incomodam. Mas, a lembrança serviu-me para revisitar os anos 50.
Os anos 50 eram cheios de tabus. Era o mundo dos machos. As mulheres eram as “rainhas do lar” e, salvo raríssimas exceções, sempre diziam “sim” aos seus “maridos e senhores”. Melhor fossem escravas. Pois, cativas, trabalhariam menos e não teriam que aguentar o que aguentavam. E, mais raras ainda eram as feministas, as libertárias (a Revolução viria nos anos 60, com a queima dos sutiãs e com o anticoncepcional). Claro que havia – sempre houve e haverá – certas “senhorinhas alegres” que, por um preço módico, faziam certas coisas de deixar o diabo corado de vergonha...
No mundo dos machos não havia, necessariamente, uma divisão de idades. Cabia aos mais velhos instruir os mais novos, passando todo o conhecimento possível. Trabalho, estudo, progresso, lutar para vencer na vida... Claro que todos os “catecúmenos”, também, desde cedo eram “instruídos” nas “cose degl’uomini” (coisas dos homens): Muita sacanagem e muita coisa sobre os “males de Vênus”. No mundo das mulheres havia uma divisão, ou melhor, um deserto entre as idades. Mulheres com mulheres, moças com moças, meninas com meninas. Todo o conhecimento era transmitido pela metade. Ia-se até certo ponto e só. Falar de sexo, nem que a “Madonna” viesse à Terra e dissesse que não era pecado! Claro que havia exceções. Mas geralmente, uma adolescente raramente era instruída sobre as mudanças do próprio corpo. Penso que nem as mulheres maduras tinham muita consciência disso. Essa falta de informação, os tabus – e a vergonha – impediam o diálogo honesto entre mães e filhas. Por tudo isso, mães apenas “vigiavam” as filhas adolescentes. Quando chegasse a hora, dariam explicações...
Falei demais! Vocês não estão interessados nesse pequeno panorama dos anos 50. Querem é saber o que aconteceu comigo. Então, vamos lá!
Eu, em meio à molecada estava na rua jogando “calcio” (futebol). Uma partida tensa. Muitos palavrões e apupos dos que assistiam. No meio dessa balbúrdia toda, ouvimos os gritos desesperados de uma menina. Era a D...! Correndo da sua casa para a rua, gritando por socorro, ela abriu o portão e caiu na calçada. Antes de desmaiar, gritou: “Socorro! Eu estou morrendo!” Em pânico, paramos o jogo e cada um de nós fez o que podia fazer no momento. Gritar por nossas mães. A rua encheu-se de mães. Mães rodeavam a pobre D... E crianças rodeavam as mães.
Reanimaram a menina. Fizeram com que D... sentasse no degrau do portão e a metralharam com perguntas. Perguntas respondidas, as mães caem na risada. Olham para nós, as crianças, e nos mandam embora. Não tínhamos nada que fazer ali. Que fossemos jogar! Antes de sair de lá, ouvi minha mãe dizer baixinho para Dona Anunziatta: “Quem diria! Como o tempo passa. Ontem mesmo a D... era um bebê e, agora, “ficou mocinha”...”
E ali, sentada no degrau do portão, depois de “ter ficado mocinha”, um mundo de mães ensinou-lhe os fatos da vida e falaram dessa mudança do corpo. Falaram da benção que era a menstruação. Sem ela, não haveria maternidade... Foi preciso “ficar mocinha”, passar pelo terror de cólicas estranhas, aterrorizar-se diante da possibilidade de estar tendo uma hemorragia interna, para que lhe contassem que a coisa mais natural do mundo estava acontecendo com ela.
A mãe de D... chegou pouco depois. Exímia lavadeira e passadeira, havia saído para entregar a roupa aos fregueses. Juntou-se às mães e soube da novidade. Não gostou nem um pouco da interferência das mães em assunto tão delicado. Era ela quem teria que contar. E do jeito dela. Pegou a filha pela mão e entraram. Não se deu nem ao trabalho de agradecer as vizinhas pelo socorro prestado à menina.
Não devia contar. Mas, como cheguei até aqui, não vou parar.
Ver a D... caída ao chão, com aquela palidez assustadora, deixou-me traumatizado.
Tanto que, à noite, por causa dela, eu tive um pesadelo horrível. Nele, ela corria para o portão e caia na calçada. Só que não desmaiava, morria. No velório, ela roxinha, levantava-se do caixão e vinha até a mim e me dizia: “Virei mocinha, breve será a tua vez...” Acordei sobressaltado, enrolei-me no cobertor e, corajoso que era, enfiei-me debaixo da cama.
De manhã, ainda sob a cama, acordei apavorado e preocupado. Pensa que pensa no maldito pesadelo, lembrei que D... tinha 12 anos e “ficara mocinha”. Lembrei, também, que faltavam menos de dois anos para eu completar os 12... Meu Deus, eu ia “ficar mocinho”!
Lembrando o terror e o desespero da D..., entrei também em desespero. Apavorado corri até o meu tio Amedeo e fui logo perguntando a ele: “Zi, d
oeu muito quando você “ficou mocinho”?” Ele perguntou: “Mocinho como?” E eu respondo: Mocinho, assim como a D..., que “ficou mocinha”.
Titio arregalou os olhos, engasgou, tossiu muito e desandou a gargalhar como um louco. Gargalhando às lágrimas, balbuciando repetidamente as palavras “ficar mocinho” saiu correndo para a rua. E sabe o que o “bocudo” foi fazer na rua? Foi contar aos amigos tudo aquilo que eu perguntei-lhe confidencialmente!
Por meses eu fui alvo da gozação dos amigos do meu tio. Por meses eu tive que engolir o ódio que eu sentia de mim mesmo, por ser tão burro. Ódio que ficou maior quando o titio, curto e grosso, contou-me o significado de “ficar mocinha”... Então, dirigi a minha raiva toda contra a D...
Como prêmio de consolação, dei-me por satisfeito. Indiretamente, sem ser “bocudo”, todo mundo ficou sabendo que ela tinha “ficado mocinha” (segredo que era para ser mantido a sete chaves). Fiquei muito feliz por ter recebido de presente uma vingança porca que não eu encomendei.
Fiquei muito infeliz, p... da vida, quando fiz meus 12 anos. Ganhei de presente do meu tio e dos amigos dele, uma caixa de absorvente íntimo.
Titio não havia esquecido aquela história da D... E eu não esqueci de dar-lhe o troco...
Tio Amedeu ia passar o fim de semana em Santos. Quinta-feira à noite arrumou a maleta, pois na sexta-feira, viria do serviço para casa, tomaria um banho, comeria qualquer coisa, pegaria a maleta e tchau! Sexta-feira pela manhã, eu entrei no quarto de mamãe, depois no de vovó. Depois fui ao quarto do meu tio. Lá eu abri a maleta e retirei e separei calças e camisas. Tirei meias e cuecas, a sunga, o calção e o “short” e escondi tudo no guarda-roupa. Voltei à maleta e coloquei dentro as calcinhas de mamãe e as calçolas de vovó que eu havia escondido sob a minha camisa. Cobri tudo com as calças e as camisas e fechei a maleta. Pronto! Estava feito!
Titio chegou do trabalho atrasado. Não ia tomar banho, só fazer um lanche. Logo a buzina de um carro insistia em nossa porta. Eram os amigos. Titio pegou a maleta, disse um até logo geral e foi embora.
Eu me reservo o direito de não comentar sobre as cintadas que levei do meu Vingança incerta, eu sabia. Se ele abrisse antes a maleta, eu estaria “fritopai. Nem dos bofetões que me deu a minha mãe e nem dos beliscões que me deu a minha avó que ficaram somente com as calcinhas/calçolas do corpo e as do varal. E não falarei do pé no traseiro que me deu o meu tio, ao chegar a casa no domingo à noite, por tê-lo feito passar a maior vergonha na frente dos amigos e ter virado motivo da maior gozação.
Mas falo com orgulho dos abraços apertados, dos beijos na face e apertos de mão que me deram os amigos do meu tio, dizendo-me: “Bravo, Ciccio! Tu sei peggio di noi”. Dio ti bendica testardo maledetto!” (Bravo,Ciccio! Tu és pior que nós. Deus te abençoe maldito cabeça-dura!). Só faltaram me carregar em seus ombros. Nunca havia me sentido tão vitorioso. E feliz!
Por Wilson Natale
Os fatos dessa situação ainda me incomodam. Mas, a lembrança serviu-me para revisitar os anos 50.
Os anos 50 eram cheios de tabus. Era o mundo dos machos. As mulheres eram as “rainhas do lar” e, salvo raríssimas exceções, sempre diziam “sim” aos seus “maridos e senhores”. Melhor fossem escravas. Pois, cativas, trabalhariam menos e não teriam que aguentar o que aguentavam. E, mais raras ainda eram as feministas, as libertárias (a Revolução viria nos anos 60, com a queima dos sutiãs e com o anticoncepcional). Claro que havia – sempre houve e haverá – certas “senhorinhas alegres” que, por um preço módico, faziam certas coisas de deixar o diabo corado de vergonha...
No mundo dos machos não havia, necessariamente, uma divisão de idades. Cabia aos mais velhos instruir os mais novos, passando todo o conhecimento possível. Trabalho, estudo, progresso, lutar para vencer na vida... Claro que todos os “catecúmenos”, também, desde cedo eram “instruídos” nas “cose degl’uomini” (coisas dos homens): Muita sacanagem e muita coisa sobre os “males de Vênus”. No mundo das mulheres havia uma divisão, ou melhor, um deserto entre as idades. Mulheres com mulheres, moças com moças, meninas com meninas. Todo o conhecimento era transmitido pela metade. Ia-se até certo ponto e só. Falar de sexo, nem que a “Madonna” viesse à Terra e dissesse que não era pecado! Claro que havia exceções. Mas geralmente, uma adolescente raramente era instruída sobre as mudanças do próprio corpo. Penso que nem as mulheres maduras tinham muita consciência disso. Essa falta de informação, os tabus – e a vergonha – impediam o diálogo honesto entre mães e filhas. Por tudo isso, mães apenas “vigiavam” as filhas adolescentes. Quando chegasse a hora, dariam explicações...
Falei demais! Vocês não estão interessados nesse pequeno panorama dos anos 50. Querem é saber o que aconteceu comigo. Então, vamos lá!
Eu, em meio à molecada estava na rua jogando “calcio” (futebol). Uma partida tensa. Muitos palavrões e apupos dos que assistiam. No meio dessa balbúrdia toda, ouvimos os gritos desesperados de uma menina. Era a D...! Correndo da sua casa para a rua, gritando por socorro, ela abriu o portão e caiu na calçada. Antes de desmaiar, gritou: “Socorro! Eu estou morrendo!” Em pânico, paramos o jogo e cada um de nós fez o que podia fazer no momento. Gritar por nossas mães. A rua encheu-se de mães. Mães rodeavam a pobre D... E crianças rodeavam as mães.
Reanimaram a menina. Fizeram com que D... sentasse no degrau do portão e a metralharam com perguntas. Perguntas respondidas, as mães caem na risada. Olham para nós, as crianças, e nos mandam embora. Não tínhamos nada que fazer ali. Que fossemos jogar! Antes de sair de lá, ouvi minha mãe dizer baixinho para Dona Anunziatta: “Quem diria! Como o tempo passa. Ontem mesmo a D... era um bebê e, agora, “ficou mocinha”...”
E ali, sentada no degrau do portão, depois de “ter ficado mocinha”, um mundo de mães ensinou-lhe os fatos da vida e falaram dessa mudança do corpo. Falaram da benção que era a menstruação. Sem ela, não haveria maternidade... Foi preciso “ficar mocinha”, passar pelo terror de cólicas estranhas, aterrorizar-se diante da possibilidade de estar tendo uma hemorragia interna, para que lhe contassem que a coisa mais natural do mundo estava acontecendo com ela.
A mãe de D... chegou pouco depois. Exímia lavadeira e passadeira, havia saído para entregar a roupa aos fregueses. Juntou-se às mães e soube da novidade. Não gostou nem um pouco da interferência das mães em assunto tão delicado. Era ela quem teria que contar. E do jeito dela. Pegou a filha pela mão e entraram. Não se deu nem ao trabalho de agradecer as vizinhas pelo socorro prestado à menina.
Não devia contar. Mas, como cheguei até aqui, não vou parar.
Ver a D... caída ao chão, com aquela palidez assustadora, deixou-me traumatizado.
Tanto que, à noite, por causa dela, eu tive um pesadelo horrível. Nele, ela corria para o portão e caia na calçada. Só que não desmaiava, morria. No velório, ela roxinha, levantava-se do caixão e vinha até a mim e me dizia: “Virei mocinha, breve será a tua vez...” Acordei sobressaltado, enrolei-me no cobertor e, corajoso que era, enfiei-me debaixo da cama.
De manhã, ainda sob a cama, acordei apavorado e preocupado. Pensa que pensa no maldito pesadelo, lembrei que D... tinha 12 anos e “ficara mocinha”. Lembrei, também, que faltavam menos de dois anos para eu completar os 12... Meu Deus, eu ia “ficar mocinho”!
Lembrando o terror e o desespero da D..., entrei também em desespero. Apavorado corri até o meu tio Amedeo e fui logo perguntando a ele: “Zi, d
oeu muito quando você “ficou mocinho”?” Ele perguntou: “Mocinho como?” E eu respondo: Mocinho, assim como a D..., que “ficou mocinha”.
Titio arregalou os olhos, engasgou, tossiu muito e desandou a gargalhar como um louco. Gargalhando às lágrimas, balbuciando repetidamente as palavras “ficar mocinho” saiu correndo para a rua. E sabe o que o “bocudo” foi fazer na rua? Foi contar aos amigos tudo aquilo que eu perguntei-lhe confidencialmente!
Por meses eu fui alvo da gozação dos amigos do meu tio. Por meses eu tive que engolir o ódio que eu sentia de mim mesmo, por ser tão burro. Ódio que ficou maior quando o titio, curto e grosso, contou-me o significado de “ficar mocinha”... Então, dirigi a minha raiva toda contra a D...
Como prêmio de consolação, dei-me por satisfeito. Indiretamente, sem ser “bocudo”, todo mundo ficou sabendo que ela tinha “ficado mocinha” (segredo que era para ser mantido a sete chaves). Fiquei muito feliz por ter recebido de presente uma vingança porca que não eu encomendei.
Fiquei muito infeliz, p... da vida, quando fiz meus 12 anos. Ganhei de presente do meu tio e dos amigos dele, uma caixa de absorvente íntimo.
Titio não havia esquecido aquela história da D... E eu não esqueci de dar-lhe o troco...
Tio Amedeu ia passar o fim de semana em Santos. Quinta-feira à noite arrumou a maleta, pois na sexta-feira, viria do serviço para casa, tomaria um banho, comeria qualquer coisa, pegaria a maleta e tchau! Sexta-feira pela manhã, eu entrei no quarto de mamãe, depois no de vovó. Depois fui ao quarto do meu tio. Lá eu abri a maleta e retirei e separei calças e camisas. Tirei meias e cuecas, a sunga, o calção e o “short” e escondi tudo no guarda-roupa. Voltei à maleta e coloquei dentro as calcinhas de mamãe e as calçolas de vovó que eu havia escondido sob a minha camisa. Cobri tudo com as calças e as camisas e fechei a maleta. Pronto! Estava feito!
Titio chegou do trabalho atrasado. Não ia tomar banho, só fazer um lanche. Logo a buzina de um carro insistia em nossa porta. Eram os amigos. Titio pegou a maleta, disse um até logo geral e foi embora.
Eu me reservo o direito de não comentar sobre as cintadas que levei do meu Vingança incerta, eu sabia. Se ele abrisse antes a maleta, eu estaria “fritopai. Nem dos bofetões que me deu a minha mãe e nem dos beliscões que me deu a minha avó que ficaram somente com as calcinhas/calçolas do corpo e as do varal. E não falarei do pé no traseiro que me deu o meu tio, ao chegar a casa no domingo à noite, por tê-lo feito passar a maior vergonha na frente dos amigos e ter virado motivo da maior gozação.
Mas falo com orgulho dos abraços apertados, dos beijos na face e apertos de mão que me deram os amigos do meu tio, dizendo-me: “Bravo, Ciccio! Tu sei peggio di noi”. Dio ti bendica testardo maledetto!” (Bravo,Ciccio! Tu és pior que nós. Deus te abençoe maldito cabeça-dura!). Só faltaram me carregar em seus ombros. Nunca havia me sentido tão vitorioso. E feliz!
Por Wilson Natale
11 comentários:
O que é D...?
CONSERTANDO ERROS:
Não sei se o erro foi meu, quando enxugava o texto, ou foi problema de postagem. Então, vamos lá, corrigir os parágrafos errados:
(...)cobri tudo com as calças e camisas e fechei a maleta. Pronto! Estava feito! Vigança incerta, eu sabia. Se ele abrisse antes a maleta, eu estaria "frito".
Titio chegou do trabalho atrasado. Não ia tomar banho, só fazer um lanche. Logo a buzinha de um carro insistia em nossa porta. Eram os amigos. Titio pegou a maleta, disse um até logo geral e foi embora.
Eu me reservo o direito de não falar sobre as cintadas que levei do meu pai, nem dos bofetões que me deu a minha mãe (...)
E por aí vai. Se pissível for, seria interessante corrigir o texto postado.
Agradaço desde já a compreesão.
Natale
Lopomo:
"D" é a inicial fictícia do nome da dama em questão.
Dama que mora a poucas quadras de mim.
Eu, não seria maluco de botar o nome dela no texto.
Se fizesse isso como boa italiana, a dama iria me capar sem titubear.
Abraços,
Natale
Eita, Natale!
Muito engraçada esta história! Mais engraçada ainda foi a sua vingança! Imagino a cara do seu tio quando abriu a mala na frente dos amigos e foi tirando calcinhas e calçolas... hehehe!
Mas muito interessante também foi lembrar como certos assuntos eram tratados em nosso tempo! Lembro que, quando estava fazendo o curso de admissão ao ginásio, uma colega estava muito nervosa e eu, todo inxerido, queria porquê queria saber o que estava acontecendo com ela. Até outra colega, mais "fofoqueira", dizer que ela estava "ficando mocinha", ora! Eu não entendi bulhufas, mas para não dar o braço a torcer, respondí: "Ah, bom!" e saí de perto dela, com o rabinho no meio das pernas. Só bem depois fui saber o que significava essa expressão!
Abraço.
Muito gozado, Wilson. Será que seu tio era parente do tio do Miguel, que se divertia às custas do pobre sobrinho Carlinhos? Se era,levou bom troco. Mas, era realmente espantosa nossa ignorância em matéria de sexo...pelo menos, a minha era quando, já adolescente, comecei a me inteirar do transcedental assunto.
Natale, muito legal essa sua historia, gostei e ri muito, duas coisas que eu detestava comprar,pois sentia muita vergonha: ERAM PAPEL HIGIENICO E PACOTE DE MODESS, ISSO EM PLENA DÉCADA DE 60.
Natale, vechio farabuto. Vc é dos meus, é isso aí, "tzio vigliaco, vigliaco i mezzo", ele esperimentou o gosto amargo da gozação, se ele tivesse um pouquinho de "simancol", teria comprendido a razão da sua pergunta. Wilson, quando garoto, na sua idade mesmo, em casa eramos em 9 irmãos, 5 mulheres mas, acho que minha mãe soube administrar esse problema muito bem. Lembro de ver, nos varais de roupa, panos atoalhados e não sabia a finalidade. Perguntava mas, nenhuma delas me dizia pra que servia. Parecia pequenas meias mas, não tinha criança pequena em casa. Aí apareceu Modess e as toalhinhas desapareceram. Até há poucos anos, gostava de brincar com as funcionárias do Matarazzo, quando eu dizia "se querem evitar o uzo de Modess, passem a usar o Modesto, mais prático e barato".
Gostei muito da sua "vendetta", Natale, quanto as esplicações que vc deu, não precisei de nada, vc escreve muito bem, compreensível ao extremo. Per baco, vc não escreve grego, pô! Parabéns
Laruccia
ZECA:Confesso que, na época, não entendí muito bem essa história.Eu ainda estava entre o sexo e "ser trazido pela cegonha, ou nascer em um pé de repolho". Bem mais tarde fui entender.
SAIDENBERG:Se a nossa ignorância era imensa, não era diferente com as meninas. Imagina o choque que sofriam, quando ficavam mocinha. Meu tio e eu éramos "farinha do mesmo saco".Penso que quando éramos alminhas, lá no paraíso,Machiavel foi a nossa babá (risos).
ARTUR: Era assim mesmo.Absorventes eram embrulhados ou enfiados denetro das bolsas antes que se saísse das farmácias. Com os preservativos também era assim.Ninguém "anunciava" que estava comprando um (risos).
LARUCCIA: Boa lembrança! As tais "toalhinhas higiênicas" penduradas nos varais - parecendo as bandeirinhas do VOLPI faziam parte da paisagem (risos)... Isso me fez lembrar daquele comercial:Incomodada ficava a sua avò, do Modess.
A TODOS:Vocês viveram os tabús desse tempo. Imaginem então como foi eu receber uma caixa de Modess e desembrulhá-la em plena festa do meu aniversário...Na frente de todos! Ahahahahaaaaa!
Abração,
Natale
Natale, é verdade, se juntassemos eu, voce, teu tio e meu tio teriamos uma quadra do terror.
Coitado de quem se atrevesse a cruzar nossos caminhos.
Miguel,
Você e seu tio, eu e meu tio, cada um do seu lado somos inofensivos à vida dos outros.
Juntos, formando um quarteto, seríamos pior que a dupla Lula e Dilma... Ahahahahahaaaaaaaaa!
Olá, Wilson!
Muito legal esta sua memória...
Realmente, certos assuntos ficavam sem esclarecimento, efetivamente.
Nossa imaginação corria solta e, algumas vezes, cometíamos erros terríveis, por conta da ignorância que a falta de informações causavam...
Mas, cada coisa no seu tempo mesmo.
Lembrei tanto de minha primeira vez mocinha...Eu já havia recolhisdo algumas informações na escola e minha mãe nem precisou me ensinar. Na verdade, creio que nós (minha irmã e eu) é que ensinávamos a nossa mãe...
Ela dizia que não poderíamos lavar a cabeça...mas, que nada...lavávamos às escondidas, para desespero de minha mãe e de minha avó, que dizia que poderíamos ficar loucas, que o sangue subiria para a cabeça e coisas do gênero...rsss
Mas, valeu Wilson!
Obrigada.
Muita paz!
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