quarta-feira, 23 de março de 2011

A cueca misteriosa

Essa historia na realidade não é de minha autoria, eu apenas escrevi e enviei ao Blog o que a mim foi narrado, pelos personagens que viveram essa historia na qual eu nem acreditaria, não fosse à mesma contada pelos próprios personagens.
Vou tratá-los apenas pelas iniciais, ele de C. e ela de R.
C possuía uma cueca de estimação há muitos anos. Era uma cueca macia, comprada durante uma viagem do casal aos Estados Unidos e que, com o passar dos anos, foi ficando velha, amarelada, pelo uso e lavagens e assim, desgastada pelo tempo, alguns furos surgiram nela.
R, sua esposa, por varias vezes pediu a C que se desfizesse da mesma, pois ela argumentava que não ficava bem a um casal bem sucedido como eles, manter em uso uma peça de roupa naquele estado, mas, ele sempre dava um jeito de adiar ou ignorar o fato. A esposa, uma advogada brincalhona, no deboche já havia colocado um apelido na repugnante cueca, a mesma era conhecida como, T.T (tira tesão).
Mesmo assim, meu amigo insistia em manter aquela horrorosa cueca em atividades.
Um domingo, dia dos pais, C. vestiu a T.T. e uma bermuda para ir almoçar com a esposa e a filha em um restaurante famoso em São Paulo.
C já estava pronto aguardando a esposa quando ela perguntou, de dentro do banheiro onde se achava: - Por favor, meu bem, não vá vestir a T.T.
Rapidamente C tirou a bermuda junto com a tal cueca T.T. e, antes da esposa sair do banheiro, ele vestiu outra cueca, voltou a pegar a bermuda que havia deixado sobre a cama, vestindo-a rapidamente sem que a esposa percebesse a troca.
Com todos prontos, foram para o carro e rumaram para o famoso restaurante, onde uma mesa reservada com antecedência os esperavam .

Meu amigo e sua família já estavam acomodados em seus lugares quando ele notou, no chão do corredor do salão do luxuoso restaurante que eles se encontravam, uma cueca horrorosa sobre aquele piso.
Indignado, meu amigo chamou o garçom e mostrou o absurdo daquela situação, acontecendo nas dependências de um restaurante daquele gabarito.
O garçom, então, no lugar de desaparecer com aquilo, notando que fregueses de outras mesas haviam também testemunhado o fato, foi correndo chamar o gerente que, ao chegar, foi logo removendo aquela inconveniente e horrorosa peça da intimidade masculina do meio do salão.
Quando o gerente ergueu a cueca, meu amigo notou que era, nada mais nada menos, que a sua querida T.T. Na pressa, ele havia tirado a cueca junto com a bermuda, naquele quarto já escurecido. Como vimos, eles já haviam fechado tudo, pois estavam de saída. Na pressa, ele colocou a cueca nova e voltou a vestir a bermuda sem notar que a T.T, havia ficado forrando e presa à ermuda, conseguindo sua libertação ao atravessar o corredor do Restaurante.
Ao reconhecer sua cueca meu amigo ficou apavorado e corado de vergonha. Então, para disfarçar, fingiu que estava mais indignado ainda.
O gerente, procurando ser gentil, tentando compreender como uma cueca usada e desgastada foi parar no meio do salão de um restaurante daquele nível e freqüentado por pessoas de alto padrão, os convidou para irem sentar em outra me
sa. Alem de oferecer um vinho especial de presente, ao final não cobrou a despesa que, no mínimo, chegaria a duzentos reais.
Na saída do restaurante, enquanto ele esperava o manobrista com seu carro, ele ouviu sua filha, hoje em dia uma psicóloga, perguntar
- Mas pai! Aquela não era sua cueca velha que a mãe não gostava quando o senhor usava?
Sendo na hora interrompida pelo apavorado pai.
-Calada filha, em casa eu explico.
Confesso que já vi gente não pagar a conta em restaurante por achar mosca ou cabelo na comida, mas cueca velha e usada, foi a primeiríssima vez.

Por Arthur MIranda

10 comentários:

Luiz Saidenberg disse...

Eu mato! Eu mato quem usou minha cueca pra fazer pano de prato! Boa, história, Arthur. Abraços.

Zeca disse...

Taí, Arthur!

Excelente exemplo de como nos livrarmos da conta de um restaurante, principalmente se ele for caro e elegante!

Quem de nós não tem em casa, no fundo da gaveta, bem escondidinha de olhos críticos, uma cueca de estimação?!

Eu tenho! E ai de quem, de propósito ou por descuido, fizer alguma coisa a ela! Ela é tão querida e tão amada que deve me acompanhar, não acredito que ao túmulo, pois ninguém, em sã consciência a vestiria nem em um defunto!, mas alí permanecerá, até o fim dos meus dias.

Eu apenas não a uso mais, mas a vejo ali, guardadinha, com todo o meu carinho, toda vez que procuro alguma das suas companheiras mais novas e menos "destruidas"... hehehe...

Assim, atrevo-me a mudar um pouquinho a frase conhecida: "E que atire a primeira pedra aquele que nunca sofreu pela rejeição que causa uma velha cueca samba-canção!"

Delicioso texto! Parabéns!

Abraço.

Soninha disse...

Olá, Arthur!

Bem divertido seu texto.
Mas, sabe,penso que todos temos alguma peça de roupa que gostamos muito e que, apesar de velha, a guardamos e estimamos como se fosse uma pessoa. Engraçado isto...este apego que temos com certos objetos, né?!
Mas, de qualquer forma, a experiência contrangedora de seus amigos porporcionaram um almoço gráts num belo restaurante de Sampa.
Valeu!
Obrigada.
Muita paz!

Wilson Natale disse...

Boa, Arthur!!! Ahahahaaaa!
Mostra-me a tua TT que eu te direi se deves tomar Viagra ou não...
Isso me fez lembrar uma certa senhora, no tempo dos vestidos rodados, que no hall do Cine Marrocos, levantou-se apressada, o elástico da calçola arrebentou e a calçola arriou até os sapatos da moçoila e ela caiu de boca no chão.
Entre gargalhadas e chorares de tanto rir, todos se apressaram em socorrer a coitada.
E a molecada, rindo, saiu comentado que a mulher ficou "descalça" dentro do Marrocos...
Valeu, Arthur! Mijei de rir.
Abração,
Natale

Miguel S. G. Chammas disse...

Muito legal Tutu, acho que in cosncientemente, seu amigo já estava preparando o golpe.
Eu, depois de saber dessa historia, vou verificar com muita atenção as minhas surradas cuecas e separar as piores para uma emergência desse nivel.
Tamparei meus ouvidos a todos os reclamos da minha Soninha......

Modesto disse...

...e vou te dizer até a marca dessa cueca: "Fruit of the Loom". Quando meu filho morou, por dez anos em Nova York, ia, as vezes visita-lo e quando lá estava, uma das coisas que eu comprava era essa cueca. Muito boa e baratíssima. Chegava a trazer três pacotes de três unidades, durava até uma próxima viagam. Fiquei uzando essa marca pelo tempo que ele, o Mauricio, morou lá. Seu texto, Tutu, muito bem elaborado, é perfeitamente possível. Agradeço por vc ter me lembrado uma história que vou contar logo, logo... aguardem.
Parabéns, Arthur.
Modesto

Arthur Miranda disse...

Agora lendo essa historia publicada me lembrei de uma velha piada contada em um show no Circo pelos impagaveis Alvarenga e Ranchinho, isso quando eu ainda era menino.
-O cumpadi você sabe qual é a diferença entre a Cuica e a Cueca?
- Não sei não cumpadi!
- É que a Cuica ronca!
- E a Cueca?
- Escuta.
Hoje recebi um e-mail do protagonista dessa historia, que repasso abaixo:

Caros Denise e Arthur,


Boa tarde!!
O Arthur está de PARABÉNS pela narrativa, ficou ótima!!!!
Nos fez rir muito, mesmo sendo os próprios personagens e já tendo contado inúmeras vezes esta história.
Muito grato pela divulgação e discrição com os nomes (Pois poderia ser acionado a pagar a conta e eventuais outros danos de imagem ao Restaurante). Rsrsrs Agora a história ficará famosa, bem como veremos(Como já li em comentários, como o assinalado abaixo) que não estou sozinho neste quesito(Guardar e usar roupas surradas). Rsrsrs
Encaminhei para alguns amigos mais próximos, que conhecem a história, para que apreciem sua bela narrativa e também façam os comentários!!!
...Eu é que não vou comentar, pois não quero correr o risco de ser reconhecido, como o protagonista desta história estapafúrdia!! Rsrsrs

Um grande abraço

C e R.

Modesto disse...

Ahhh, isso não vale... C e R., vc está entre amigos, conte quem vc é... ninguem vai ficar sabendo. Afinal, este é um blog bem democrático, não somos de fazer fofoca e depois, o que aconteceu com vc, é coisa normal. Afiinal, vc ainda tem essa cuéca? ela era da marca que eu mencionei? não escondo, as minhas a Myrtes precisou jogar fora de tão puidas que elas estavam.
Agora, chega de cuécas, vamos falar de meias e sapatos. Vc alguma vez chegou a um evento qualquer e alguém lhe chamou a atenção de que vc estava uzando um pé preto e outro marron? pois é, com meu irmão aconteceu... comigo foram as meias, no escuro calcei um pé azul e outro preto. Isso é normal. Já que estamos na alegria de uma brincadeira, vamos tentar adivinhar vossos nomes: Carlos e Rosa?, Cesar e Ruth? tá bem, vamos esperar. Gostei da sua disposição com o Tutu. Parabéns, R.e C. Ahhh, lembrei, não seria Charles e Rita? desisto....

arthur Miranda disse...

Caro Modesto, você é terrivel e passou raspando nos nomes. quase-quase.
Mas eu não conto seus nomes nem torturado nos porões do ex doi-codi.

suely schraner disse...

Eita! E nem era cuecão de couro. Eco.
Boa Arthue, valeu!Abraço.