quarta-feira, 11 de maio de 2011

Em São Paulo, um palacete que virou palácio


Corria o ano de 1882. São Paulo já absorvia os avanços tecnológicos originários da Europa. Numa época em que a matéria prima usada nas edificações das casas se resumia à taipa, tijolos, ferragens grosseiras e mal acabadas, esse avanço representava mais um passo para o crescimento da cidade.
Com efeito: novos bairros nem bem se formavam totalmente e suntuosos palacetes já surgiam. É que a camada mais rica da sociedade paulistana tinha facilidade para importar da Europa grande parte do material que serviria para construir suas mansões. Deixava para trás o Centro Velho em que habitava e mudava-se para a chamada "ala nobre" ou "bairro dos cafeicultores", tão logo terminadas as obras. Elias Antonio Pacheco Chaves era um desses ricaços. Sua mansão, localizada no bairro dos Campos Elíseos, demorou quase uma década (de 1890 a 1899) para ser totalmente construída.
Conhecido como pessoa de importância fundamental na economia de São Paulo, pois além de cunhado do Conselheiro Antonio Prado (político e cafeicultor), era também, seu sócio na Cia. Prado Chaves, empresa que liderava a exportação do café e o setor imobiliário. Extremamente sofisticado, Elias Chaves viajava com frequência para a Europa. Com seu cunhado Antonio Prado e sua sogra, Dona Veridiana, visitava famosos antiquários e vários castelos franceses, dentre os quais, o Castelo de Écouen, em estilo renascentista, datado dos anos de 1500. Nele, espelhou o projeto de seu palacete elaborado pelo arquiteto alemão Matheus Heusller, que vivia no Brasil há alguns anos. Inspirado nas informações recebidas e no seu próprio conhecimento, fez o projeto na Europa a fim de entregá-lo de acordo com os moldes do Castelo de Écouen. Voltando ao Brasil, o arquiteto trouxe lustres de cristal Bacará, maçanetas de porcelana de Sèvres e vitrais franceses. A decoração interna do palacete veio da Itália: espelhos do mais puro cristal veneziano e vários elementos de terracota coloridos. Dos Estados Unidos vieram todas as ferragens de bronze que foram utilizadas nas portas e janelas de carvalho francês. O telhado, puro pinho de Riga, foi coberto por telhas de ardósia importada. João Grundt, outro alemão que aqui trabalhava como mestre na construção do Viaduto do Chá, foi escolhido para executar a obra que, por motivos desconhecidos, ficou paralisada durante alguns anos.
Após esse tempo, os trabalhos foram definitivamente retomados, desta vez, sob a direção do engenheiro Herman Von Puttkamer, também natural da Alemanha e do decorador Cláudio Rossi.
Uma vez concluída, a mansão passou a ser chamada de "Palacete Elias Chaves". Talvez porque seus portões e vitrais das portas e janelas continham as iniciais "EC". Detalhe que ganhou relevância quando, oito anos após a morte de Elias Chaves, em 1907, sua família transferiu a propriedade (que fora registrada no nome da Cia. Prado Chaves) para o governo do Estado.
O que era pormenor passou a ser problema, já que as iniciais, de bronze maciço, incrustadas nos portões e gravadas nos vitrais, não poderiam ser retiradas sem lhes causar irreparáveis danos. O dilema perdurou até que foi encontrada uma solução perfeita: providencialmente, alguém notou que quando os portões se fechavam, as iniciais se entrelaçavam de tal sorte que tanto poderia sugerir "EC", quanto "CE". O mesmo acontecia quando se observavam os vitrais. Assim é que o Palacete Elias Chaves é conhecido até hoje, como Palácio dos Campos Elíseos.

Por: Miriam Panighel Carvalho

14 comentários:

LAERTE CARMELLO disse...

MIRIAM: QUE LINDA HISTÓRIA! ESTE PALACETE ESTÁ SITUADO NUM DOS BAIRROS COM MAIOR ACERVO ARQUITETÔNICO DE SÃO PAULO. CAMPOS ELÍSEOS JÁ FOI O BAIRRO MAIS SOFISTICADO DA CAPITAL, PORÉM
COM A CONSTRUÇÃO DA RODOVIÁRIA NAS
PROXIMIDADES,ELE NÃO FOI MAIS O MESMO. DETERIOROU-SE E MUITAS FAMÍLIAS DOS CASARÕES MIGRARAM PARA OUTROS BAIRROS. EM 1965 ESTE PALACETE SOFREU UM INCÊNDIO E O GOVERNO DO ESTADO MUDOU-SE DEFINITIVAMENTE PARA O MORUMBI; MAS O PALACETE FOI TOTALMENTE RESTAURADO. APESAR DA MUDANÇA DA RODOVIÁRIA PARA O TIETÊ, O ENTORNO DO PALACETE CONTINUA PROBLEMÁTICO SOFRENDO OS EFEITOS DA CRACOLÂNDIA. MAS VALE A PENA VEZ OU OUTRA PASSAR POR LÁ NEM QUE SEJA DE CARRO. PARABÉNS PELO TEMA!

Soninha disse...

Olá, Miriam!

Construção maravilhosa esta, que representa um dos pontapés iniciais do avanço tecnológico na construção civil de sua época, colaborando, também, para o crescimento de nossa querida São Paulo.
Que bacana você ter nos trazido este texto com a história do palácio dos Campos Elíseos. Pena o bairro,hoje, nas suas imediações,estar na situação de gueto, infelizmente.
Obrigada.
Muita paz!

Anônimo disse...

EM 1965 ESTE PALACETE SOFREU UM INCÊNDIO E O GOVERNO DO ESTADO MUDOU-SE DEFINITIVAMENTE PARA O MORUMBI; MAS O PALACETE FOI TOTALMENTE RESTAURADO.Laerte, permita uma correção! Quando dese incendio o palacio do governo já estava mo Morumbi há sete anos.O palacio dos campos Eliseos servia para guardar apenas coisas do governo. O incendio se deuno ano de 1972.Aquele incendio segundo linguas era uma mutreta da decoradora Silvia Sodré (irmã do governador da época)junto ao decorador Terry de Lá Stufa. Foram mais de um incendio, e eles restauravam o palacio dos Campos eliseos a peso de ouro, com nosso rico dinheirnho. Eu fazia parte da restauração pois trabalhava na firma contratada para tal.Um dos incendios se deu com uma funcionaria que estava passando roupa e deixou o ferro ligado em cima da tabua de passar roupa ate pegar fogo. "Acho que foi sem querer"

Wilson Natale disse...

Boa lembrança, Miriam!
Hoje o Palácio é um dos poucos representantes da arquitetura do fim do século XIX e início do século XX, muito importante para a História da Arquitetura de São Paulo e do Brasil. E muito importante para a História da Cidade e do Estado. A princípio foi residência dos Governadores, mais tarde a máquina governativa transferiu-se do Pátio do Colégio para lá, transformando a residência em novo Palácio do Governo.
Desde o tempo dos Chaves, suas paredes guardam muitas histórias interessantes,muitos dramas e alegrias. Dizem até, que lá, existem fantasmas!...
Abração,
Natale

LAERTE CARMELLO disse...

RECOMENDAÇÃO:
PARA QUEM VIER A FAZER UM TOUR PELOS
"CAMPOS ELÍSEOS", ALÉM DO REFERIDO
PALACETE(TÃO BEM DESCRITO PELA MIRIAM) E DAS DEMAIS CONSTRUÇÕES
TÍPICAS DAQUELA ÉPOCA - RECOMENDO QUE
NÃO SE ESQUEÇAM DE DAR UMA PASSADA
PELO LICEU SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS E
PELA ESTAÇÃO JÚLIO PRESTES.
IMPERDÍVEIS!

suely aparecida schraner disse...

Que interessante, Miriam. O local apesar da degradação ainda tem seus encantos. Parabéns!

Laruccia disse...

Miriam, sua narrativa contém informações fieis e corretas. Contando as etapas da construção, é curioso os números de incêndio que o palacete sofreu. O edifício foi construido pelos grandes plantadores de café que, como vc mesma diz, faziam constantes viagens a Europa, com toda a família. Mas, é bom lembrar que a riquesa destes "quatrocentões" era obtida pelo trabalho ESCRAVO, que, na colheita da preciosa rubiácia, proporcionavam essa vida nababesca de "seus donos". Quem sabe se os incêndios repetidos não foram lamentos dos pobres africanos escravisados pelos que hoje são nomes de ruas, praças,avenidas e os verdadeiros trabalhadores esquecidos pelo tempo. Sofisticados e arrogantes, enrriqueceram a custa da escravidão, pois, a construção do palácio se deu no auge da exploração humana, fins do século XIX, quando os Pachecos, Chaves, Prado e dna. Veridiana, estavam já
biliardários a ponto de construirem um palácio.
Desculpe, Míriam, sua narrativa nos conta detalhes interessantes e quando leio ou ouço sobre estas "riquezas", fico revoltado. Parabéns pelo seu trabalho.
Laruccia

Luiz Saidenberg disse...

Bela página histórica. O palácio agora vai bem, obrigado. Já seus arredores...

Arthur Miranda - tutu disse...

Quando vejo ou leio historias bonitas como essa do Ex Palacete Elias Chaves, me vem um pensamento triste e eu penso em tantos outros castelos e palacetes que existem abandonados por São Paulo, pelo Brasil e pelo mundo, propriedades famílias ricas que construíram belas mansões a peso de ouro e hoje são apenas historias, até as famílias já desapareceram, então fico pensando se não teria sido melhor, eles terem investido em casas para os sem tetos, ou desabrigados como na época ficaram os escravos libertados que foram sem indenizações e (fundo de garantia), pois imagino que os cafeicultores e agricultores daquele tempo juntaram suas fortunas, por meio do suor de escravos. Como acontece ainda hoje com o trabalhador brasileiro, como a empregada domestica, o Porteiro, o faxineiro (a) o bóia fria, e o pequeno aposentado que alem de não poder construir sua casinha bem simples, é obrigado a ver essas mansões, às vezes até bem maiores que a quantidades de seus moradores.
E pelo espelho do passado vejo no presente que serão essas Ricas Mansões de hoje os palacetes abandonados do Futuro, Quem viver verá.
Nota: Não sou comunista, nem petista, e não acredito em partidos políticos criados para serem alegrias de poucos, para a tristeza e desgraças de muitos.
Enquanto houver Ricas Mansões e miseráveis Casebres em beira de barrancos e Rios é sinal de que o homem não evoluiu e ainda vive na idade da pedra.
Parabéns Miriam, pelas riquezas de detalhes apresentados em sua historia, muitos dos quais eu já conhecia por ter morado em Campos do Jordão por 28 anos e conhecer um pouco da história desse Palácio, pois visitei inúmeras vezes o Palácio de ferias estilo medieval que o Governo Paulista mantém as nossas custas, naquela cidade, o qual possui um grande acervo de peças usadas por vários governos que ocuparam o Palácio Campos Elíseos, a partir do Dr. Adhemar Pereira de Barros, Avó do Atual dono da TV. e Radio Bandeirantes que por muitos anos foi promotora oficial das campanhas políticas desse famoso líder.

Miguel S. G. Chammas disse...

Miriam, fico feliz de ter solicitado a você permissão para publicarmos este belíssimo texto.
Espero poder contar com sua presença no blog nos enviando textos tão bons como este.
Parabéns

Memórias de Sampa disse...

Olá!

O servidor Blogger ficou fora doar por várias horas e não sabeos os motivos dos comenários terem sido excluidos.
Por sorte,eu os recebo todos em minha ciaxa de e-mailseos resgatei da lixeira...
Abaixo posto as cópias de todos eles.
Perdoem-meo contra tempo...Não depeneu de mim.
Muita paz a todos!

Memórias de Sampa disse...

Miguel S. G. Chammas deixou um novo comentário sobre a sua postagem
Miriam, fico feliz de ter solicitado a você permissão para publicarmos este belíssimo texto.
Espero poder contar com sua presença no blog nos enviando textos tão bons como este.
Parabéns
Arthur Miranda - tutu deixou um novo comentário sobre a sua postagem
Quando vejo ou leio historias bonitas como essa do Ex Palacete Elias Chaves, me vem um pensamento triste e eu penso em tantos outros castelos e palacetes que existem abandonados por São Paulo, pelo Brasil e pelo mundo, propriedades famílias ricas que construíram belas mansões a peso de ouro e hoje são apenas historias, até as famílias já desapareceram, então fico pensando se não teria sido melhor, eles terem investido em casas para os sem tetos, ou desabrigados como na época ficaram os escravos libertados que foram sem indenizações e (fundo de garantia), pois imagino que os cafeicultores e agricultores daquele tempo juntaram suas fortunas, por meio do suor de escravos. Como acontece ainda hoje com o trabalhador brasileiro, como a empregada domestica, o Porteiro, o faxineiro (a) o bóia fria, e o pequeno aposentado que alem de não poder construir sua casinha bem simples, é obrigado a ver essas mansões, às vezes até bem maiores que a quantidades de seus moradores.
E pelo espelho do passado vejo no presente que serão essas Ricas Mansões de hoje os palacetes abandonados do Futuro, Quem viver verá.
Nota: Não sou comunista, nem petista, e não acredito em partidos políticos criados para serem alegrias de poucos, para a tristeza e desgraças de muitos.
Enquanto houver Ricas Mansões e miseráveis Casebres em beira de barrancos e Rios é sinal de que o homem não evoluiu e ainda vive na idade da pedra.
Parabéns Miriam, pelas riquezas de detalhes apresentados em sua historia, muitos dos quais eu já conhecia por ter morado em Campos do Jordão por 28 anos e conhecer um pouco da história desse Palácio, pois visitei inúmeras vezes o Palácio de ferias estilo medieval que o Governo Paulista mantém as nossas custas, naquela cidade, o qual possui um grande acervo de peças usadas por vários governos que ocuparam o Palácio Campos Elíseos, a partir do Dr. Adhemar Pereira de Barros, Avó do Atual dono da TV. e Radio Bandeirantes que por muitos anos foi promotora oficial das campanhas políticas desse famoso líder.
Luiz Saidenberg deixou um novo comentário sobre a sua
Bela página histórica. O palácio agora vai bem, obrigado. Já seus arredores...
Laruccia deixou um novo comentário sobre a sua postagem
Miriam, sua narrativa contém informações fieis e corretas. Contando as etapas da construção, é curioso os números de incêndio que o palacete sofreu. O edifício foi construido pelos grandes plantadores de café que, como vc mesma diz, faziam constantes viagens a Europa, com toda a família. Mas, é bom lembrar que a riquesa destes "quatrocentões" era obtida pelo trabalho ESCRAVO, que, na colheita da preciosa rubiácia, proporcionavam essa vida nababesca de "seus donos". Quem sabe se os incêndios repetidos não foram lamentos dos pobres africanos escravisados pelos que hoje são nomes de ruas, praças,avenidas e os verdadeiros trabalhadores esquecidos pelo tempo. Sofisticados e arrogantes, enrriqueceram a custa da escravidão, pois, a construção do palácio se deu no auge da exploração humana, fins do século XIX, quando os Pachecos, Chaves, Prado e dna. Veridiana, estavam já
biliardários a ponto de construirem um palácio.
Desculpe, Míriam, sua narrativa nos conta detalhes interessantes e quando leio ou ouço sobre estas "riquezas", fico revoltado. Parabéns pelo seu trabalho.
Laruccia

Memórias de Sampa disse...

suely aparecida schraner deixou um novo comentário sobre a sua postagem
Que interessante, Miriam. O local apesar da degradação ainda tem seus encantos. Parabéns!

LAERTE CARMELLO deixou um novo comentário sobre a sua postagem
RECOMENDAÇÃO:
PARA QUEM VIER A FAZER UM TOUR PELOS
"CAMPOS ELÍSEOS", ALÉM DO REFERIDO
PALACETE(TÃO BEM DESCRITO PELA MIRIAM) E DAS DEMAIS CONSTRUÇÕES
TÍPICAS DAQUELA ÉPOCA - RECOMENDO QUE
NÃO SE ESQUEÇAM DE DAR UMA PASSADA
PELO LICEU SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS E
PELA ESTAÇÃO JÚLIO PRESTES.
IMPERDÍVEIS!
Wilsonnatale deixou um novo comentário sobre a sua postagem
Boa lembrança, Miriam!
Hoje o Palácio é um dos poucos representantes da arquitetura do fim do século XIX e início do século XX, muito importante para a História da Arquitetura de São Paulo e do Brasil. E muito importante para a História da Cidade e do Estado. A princípio foi residência dos Governadores, mais tarde a máquina governativa transferiu-se do Pátio do Colégio para lá, transformando a residência em novo Palácio do Governo.
Desde o tempo dos Chaves, suas paredes guardam muitas histórias interessantes,muitos dramas e alegrias. Dizem até, que lá, existem fantasmas!...
Abração,
Natale

Soninha deixou um novo comentário sobre a sua postagem
Olá, Miriam!
Construção maravilhosa esta, que representa um dos pontapés iniciais do avanço tecnológico na construção civil de sua época, colaborando, também, para o crescimento de nossa querida São Paulo.
Que bacana você ter nos trazido este texto com a história do palácio dos Campos Elíseos. Pena o bairro,hoje, nas suas imediações,estar na situação de gueto, infelizmente.
Obrigada.
Muita paz!

LAERTE CARMELLO deixou um novo comentário sobre a sua postagem
MIRIAM: QUE LINDA HISTÓRIA! ESTE PALACETE ESTÁ SITUADO NUM DOS BAIRROS COM MAIOR ACERVO ARQUITETÔNICO DE SÃO PAULO. CAMPOS ELÍSEOS JÁ FOI O BAIRRO MAIS SOFISTICADO DA CAPITAL, PORÉM
COM A CONSTRUÇÃO DA RODOVIÁRIA NAS
PROXIMIDADES,ELE NÃO FOI MAIS O MESMO. DETERIOROU-SE E MUITAS FAMÍLIAS DOS CASARÕES MIGRARAM PARA OUTROS BAIRROS. EM 1965 ESTE PALACETE SOFREU UM INCÊNDIO E O GOVERNO DO ESTADO MUDOU-SE DEFINITIVAMENTE PARA O MORUMBI; MAS O PALACETE FOI TOTALMENTE RESTAURADO. APESAR DA MUDANÇA DA RODOVIÁRIA PARA O TIETÊ, O ENTORNO DO PALACETE CONTINUA PROBLEMÁTICO SOFRENDO OS EFEITOS DA CRACOLÂNDIA. MAS VALE A PENA VEZ OU OUTRA PASSAR POR LÁ NEM QUE SEJA DE CARRO. PARABÉNS PELO TEMA!

Jayme Telles disse...

Engano seu,wstes fazendeiros fofam precursores da contratação de mao de obra europeia paga! Seu apogeu se deu apos o fim da escravidao!