Imagem: EEPSG Prfª Adelina Mazagão Alcovér
Outro dia, relembrava alguns fatos que
ficaram marcados em minha adolescência. Foi quando veio em minha memória a
época em que passei a frequentar a Escola Estadual de Primeiro Grau Professora
Adelina Mazagão Alcovér, que ficava na Rua Celso de Azevedo Marques, na Mooca,
quase no final da década de 60.
Meus olhos de
menina de 11 anos deslumbravam um mundo completamente diferente do que eu
estava acostumada na escola primária, dirigida por freiras, que era o Círculo
Operário, na Vila Prudente, hoje Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila
Prudente e Colégio João XXIII.
Nos primeiros dias
de aula de ginásio, hoje ensino fundamental, meu amado paizinho me acompanhava
para me ensinar o caminho. Íamos a pé, desde nossa casa, na Rua Umuarama (Vila
Prudente) até a escola. Um longo caminho, mas, era preciso, pois não tínhamos
carro e nossos parcos recursos não nos permitiam ir de táxi, e as linhas de
ônibus, disponíveis na época, não nos levavam ao nosso destino e teríamos de
utilizar várias linhas para conseguirmos chegar à escola.
Mas, para mim, tudo
era fascinante. Eu me sentia crescida, adulta e tinha orgulho por ter
conseguido passar no exame seletivo e frequentar aquela escola. Naquela época,
as escolas estaduais eram hiper melhores do que as particulares, em se tratando
de qualidade de ensino, conteúdo, rigor, disciplina etc., e preparavam o aluno
para os cursos posteriores, como o segundo grau e faculdade.
Saíamos de casa bem
cedo, pois as aulas iniciavam-se às 08h00. Descíamos a Rua Umuarama, onde
morávamos, até um determinado trecho da Rua José Zappi, onde nos dava acesso à
Rua Chamantá (Parque da Mooca), e esta, por sua vez, nos dava acesso à Avenida
Paes de Barros, na altura do início da Rua Juatindiba, hoje Rua Juventus.
Andávamos toda a extensão da Rua Juatindiba até chegarmos à Rua Celso de
Azevedo Marques, em tempo de eu poder participar do hasteamento das bandeiras
do Brasil, de São Paulo e da escola, ao som do Hino Nacional, cantado por todos
os alunos.
Logo aprendi o
caminho e ia sozinha para a escola. Depois, acompanhada pelas colegas que se
foram somando, mesmo porque acabei fazendo parte da equipe de voleibol da
escola. Esta atividade curricular me abriu as portas do Clube Atlético
Juventus. No início de 1970, o treinador da equipe feminina juvenil do clube, o
Ademar, juntamente com nossa professora de educação física, a Rosália, buscavam
novos jovens talentos para o esporte e davam oportunidade aos alunos de nossa
escola que desejassem praticar o vôlei. Nestas seleções, fui escolhida e lá fui
eu jogar voleibol pelo time juvenil B do Juventus. Estudava pela manhã e
treinava à tarde, no clube. Participamos de vários campeonatos locais e até
intermunicipais, conquistando algumas medalhas e troféus para o clube.
Bons tempos,
aqueles.
Depois, passei para
o segundo grau, hoje ensino médio, e tive de me despedir da escola querida que
eu jamais esqueceria, por tantos bons aprendizados e tantas alegrias recolhidas.
Por Sonia Astrauskas
5 comentários:
Minhas lembranças dos tempos de menina estudante.
Muita paz! <3
Sonia Astrauskas
Velhos tempos escolares onde, além de aprendermos as matérias curriculares com curriculares com uma excelente qualidade, tínhamos, também incentivadas nossa brasileiridade e nossa desportividade. Eramos privilegiados.
Linda sua lembrança que além de njos avivar a memória, nos permitiu fazer um lindo tour pela Zona Leste da querida Sampa. Valeu!
Suas lembranças fizeram-me lembrar os meus tempos de ginásio. A professora de Educação Física tentou ensinar-nos basquete, eu não me tornei atleta não sou do ramo, mas fiquei com vontade de fazer algum esporte naquela época. Qualquer coisa. A professora era atleta do Clube Pinheiros e levou algumas meninas para fazerem teste de aptidão lá, mas em casa não me autorizaram a essa aventura. Imagine só: sair do Brás e ir até Pinheiros? Nem pensar. Além da rigidez, havia a falta de dinheiro para a condução. E o a atleta aqui ficou andando na corda bamba até conseguir seu sonhado diploma de secretária.
Sonia, doces lembranças dos tempos do curso primário, dos meu querido Grupo Escolar Visconde de Itauna,
Ontem passei pela frente da minha escola primária, o Grupo Escolar São Paulo (hoje E.E.S.G. Marina Cintra), e com o ônibus parado, fiquei observando as janelas (imundas), a fachada (pixada) e os azulejos que restaram do Padre Anchieta na lateral do prédio.
E me lembrei da Dona Maria Aparecida, a Diretora, pegando pela orelha qualquer criança que jogasse papel ou qualquer outra coisa no chão, e levando-a até o lixo, sempre pela orelha (que depois disso devia ficar "zunindo" uns três dias...).
Com a "proteção à criança", esse tipo de correção acabou, e como cada um faz o que quer, as instalações (no caso, da escola) vão decaindo...
Ainda bem que a sua escola parece estar bem conservada!
Obrigado por me levar para mais esse passeio!
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