domingo, 1 de outubro de 2017

Doces recordações

Imagem: EEPSG Prfª Adelina Mazagão Alcovér

Outro dia, relembrava alguns fatos que ficaram marcados em minha adolescência. Foi quando veio em minha memória a época em que passei a frequentar a Escola Estadual de Primeiro Grau Professora Adelina Mazagão Alcovér, que ficava na Rua Celso de Azevedo Marques, na Mooca, quase no final da década de 60.

Meus olhos de menina de 11 anos deslumbravam um mundo completamente diferente do que eu estava acostumada na escola primária, dirigida por freiras, que era o Círculo Operário, na Vila Prudente, hoje Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente e Colégio João XXIII.

Nos primeiros dias de aula de ginásio, hoje ensino fundamental, meu amado paizinho me acompanhava para me ensinar o caminho. Íamos a pé, desde nossa casa, na Rua Umuarama (Vila Prudente) até a escola. Um longo caminho, mas, era preciso, pois não tínhamos carro e nossos parcos recursos não nos permitiam ir de táxi, e as linhas de ônibus, disponíveis na época, não nos levavam ao nosso destino e teríamos de utilizar várias linhas para conseguirmos chegar à escola.

Mas, para mim, tudo era fascinante. Eu me sentia crescida, adulta e tinha orgulho por ter conseguido passar no exame seletivo e frequentar aquela escola. Naquela época, as escolas estaduais eram hiper melhores do que as particulares, em se tratando de qualidade de ensino, conteúdo, rigor, disciplina etc., e preparavam o aluno para os cursos posteriores, como o segundo grau e faculdade.

Saíamos de casa bem cedo, pois as aulas iniciavam-se às 08h00. Descíamos a Rua Umuarama, onde morávamos, até um determinado trecho da Rua José Zappi, onde nos dava acesso à Rua Chamantá (Parque da Mooca), e esta, por sua vez, nos dava acesso à Avenida Paes de Barros, na altura do início da Rua Juatindiba, hoje Rua Juventus. Andávamos toda a extensão da Rua Juatindiba até chegarmos à Rua Celso de Azevedo Marques, em tempo de eu poder participar do hasteamento das bandeiras do Brasil, de São Paulo e da escola, ao som do Hino Nacional, cantado por todos os alunos.

Logo aprendi o caminho e ia sozinha para a escola. Depois, acompanhada pelas colegas que se foram somando, mesmo porque acabei fazendo parte da equipe de voleibol da escola. Esta atividade curricular me abriu as portas do Clube Atlético Juventus. No início de 1970, o treinador da equipe feminina juvenil do clube, o Ademar, juntamente com nossa professora de educação física, a Rosália, buscavam novos jovens talentos para o esporte e davam oportunidade aos alunos de nossa escola que desejassem praticar o vôlei. Nestas seleções, fui escolhida e lá fui eu jogar voleibol pelo time juvenil B do Juventus. Estudava pela manhã e treinava à tarde, no clube. Participamos de vários campeonatos locais e até intermunicipais, conquistando algumas medalhas e troféus para o clube.

Bons tempos, aqueles.

Depois, passei para o segundo grau, hoje ensino médio, e tive de me despedir da escola querida que eu jamais esqueceria, por tantos bons aprendizados e tantas alegrias recolhidas.



Por Sonia Astrauskas

5 comentários:

Memórias de Sampa disse...

Minhas lembranças dos tempos de menina estudante.
Muita paz! <3

Sonia Astrauskas

Anônimo disse...

Velhos tempos escolares onde, além de aprendermos as matérias curriculares com curriculares com uma excelente qualidade, tínhamos, também incentivadas nossa brasileiridade e nossa desportividade. Eramos privilegiados.
Linda sua lembrança que além de njos avivar a memória, nos permitiu fazer um lindo tour pela Zona Leste da querida Sampa. Valeu!

Teresa disse...

Suas lembranças fizeram-me lembrar os meus tempos de ginásio. A professora de Educação Física tentou ensinar-nos basquete, eu não me tornei atleta não sou do ramo, mas fiquei com vontade de fazer algum esporte naquela época. Qualquer coisa. A professora era atleta do Clube Pinheiros e levou algumas meninas para fazerem teste de aptidão lá, mas em casa não me autorizaram a essa aventura. Imagine só: sair do Brás e ir até Pinheiros? Nem pensar. Além da rigidez, havia a falta de dinheiro para a condução. E o a atleta aqui ficou andando na corda bamba até conseguir seu sonhado diploma de secretária.

Nelinho disse...

Sonia, doces lembranças dos tempos do curso primário, dos meu querido Grupo Escolar Visconde de Itauna,

Wilson Colocero disse...

Ontem passei pela frente da minha escola primária, o Grupo Escolar São Paulo (hoje E.E.S.G. Marina Cintra), e com o ônibus parado, fiquei observando as janelas (imundas), a fachada (pixada) e os azulejos que restaram do Padre Anchieta na lateral do prédio.
E me lembrei da Dona Maria Aparecida, a Diretora, pegando pela orelha qualquer criança que jogasse papel ou qualquer outra coisa no chão, e levando-a até o lixo, sempre pela orelha (que depois disso devia ficar "zunindo" uns três dias...).
Com a "proteção à criança", esse tipo de correção acabou, e como cada um faz o que quer, as instalações (no caso, da escola) vão decaindo...
Ainda bem que a sua escola parece estar bem conservada!
Obrigado por me levar para mais esse passeio!