imagens abaixo extraídas da nternet: Ponteira da Igreja Ordem Terceia de São Francisco; carros estacionados em frente à Loja Baruel; fachada da Galeria Metrópole; fachada do Paribar.
Oh! “Zé Prequeté”,
Tira bicho do pé
“P’rá comê” com café
Na porta da Sé.
Nessa quadrinha do século XIX, a molecada imortalizou o negro forro por idade que esmolava sentado nas escadas, à porta da velha Sé de São Paulo.
Zé Prequeté foi apenas mais um entre os tantos ilustres desconhecidos “conhecidos” que o antecederam e os que vieram após ele.
O século XX, nas suas décadas, também teve a sua cota de ilustres desconhecidos “conhecidos”...
ANOS 60/70: Eu - o Office Boy - comecei a viver São Paulo no seu todo. Com o tempo, passei a perceber certas particularidades por vezes tão desconcertantes desta cidade tão próspera. Observando, descobri uma multidão anônima que parecia transitar invisível aos olhos do povo. Dentre esses anônimos alguns se destacaram ao ponto de fazer parte do dia-a-dia dos transeuntes e da história da cidade. E eu, nas minhas andanças conheci muitos desconhecidos que se tornaram ilustres:
O TÍSICO – Por anos ficou sentado à porta da Ordem 3ª de São Francisco. Magérrimo, aparentando mais idade do que realmente tinha, recitava versos clássicos, poesias dolentes entre os acessos de tosse e os escarros de sangue. Era um declamador nato! O povo o rodeava e ao sair deixavam-lhe boas esmolas. Ficou famoso. Mas não somente pelo dom de declamar. Descobriu-se que ele era viciado em drogas. Que a sua tísica era fingida e a tal cusparada sanguinolenta era provocada por uma agulha, com a qual ele disfarçadamente, feria a própria gengiva.
O LEPROSO: Esmolava na esquina da Direita com a Sé, junto aos tapumes de demolição da antiga “Casa Baruel”. Depois, ora no Largo da Misericórdia, ora na Praça Patriarca ele implorava pela caridade exibindo a sua dor e a perna coberta com uma bandagem suja a revelar sangue e pus. Implorava pelo óbolo que ajudaria a comprar sua caríssima medicação. Passa o tempo e ele não melhorava. A polícia vai atrás e descobre o engodo. Um dia os policiais chegaram de repente e para escândalo dos transeuntes, meteram-lhe o cassetete na perna enfaixada, arrancaram a espessa bandagem e trouxeram à luz o gambito perfeito do “pobre leproso”.
Mas, nem só de expedientes fraudulentos ou escusos viviam os ilustres desconhecidos. Muitos pareciam mais a saltimbancos ou saídos da Commedia dell’Arte. Anônimos que às vezes, com falcatruas rocambolescas, encenavam uma tragicomédia de sobrevivência e nunca a tragédia de suas vidas.
DIANA: Catava papel. Seu reduto era o Largo Sete de Setembro. Era uma mulher negra, alta e esguia que insistia em usar pó-de-arroz branco e um incrível batom vermelho a delinear-lhe a boca sem dentes. Uma rosa de plástico enfeitava-lhe os cabelos ruins e armados. Faceira e cheia de dengos, vivia fazendo lanche com os advogados e contínuos do Fórum. Mas era “movida a álcool” e, quando tomava todas e mais algumas, “pirava” de vez. Gritava, xingava, ameaçava as pessoas; tirava a roupa toda e ficava desfilando. Quando alguém tentava se aproximar para “cobrir-lhe as vergonhas”, ela tirava da boca uma gillette – coisa de puta velha – e ameaçava. Só sossegava quando chegava a viatura da Ronda da Sé. Diana adorava os policiais. Então se recompunha, vestia-se e fazia “caras e beicinhos” para eles, toda sedutora. Um dia desapareceu.
RITA BISCATE: Viciada em cheirar éter. “Fazia a vida” na Sé. Seu “ponto” era na porta do Santa Helena e, as vezes, na porta do bar que ficava nos baixos do Ed. Mendes Caldeira, na esquina da Sé, com a Irmã Simpliciana (Stª. Teresa). Parecia uma garotinha. Era despachada, bem-falante e adorava a molecada. Vinha rindo ao nosso encontro, sempre dizendo a velha frase: “Estudante paga “meia” e boy também ”! Matava-nos de rir quando dizia a sua frase preferida: “Vamos lá, minha gente. Estou em fim de feira. A xepa é mais barata”!
PÉ-NA-COVA: Era um pedinte que transitava pelos restaurantes e bares da Avenida Ipiranga, São Luís e Galeria Metrópole. Vinha aplicar o “golpe da receita médica”, dizendo-se “cardíaco, epilético, asmático, diabético”. Ríamos dizendo a ele: “Meu amigo, você está morto e não sabe”!
VÓ: A figura mais doce e terna que conheci. E a farsante mais perfeita que conheci! Era quase octogenária, vinha na madrugada, apoiada em uma muleta, a oferecer flores aos freqüentadores do Arpeje – na São Luís; do Lecco, do Barroquinho - na Galeria Metrópole e do Pari Bar. Figura enternecedora e cativante a nos oferecer botões de rosas que não ousávamos recusar. Doía no coração ver aquela senhora lutando para se sustentar. Mas... Mas um dia, para variar, veio a polícia e esclareceu tudo. VÓ tinha uma “capivara” que media metros e que vinha de décadas. Nela constava todo o tipo de “trambiques”, golpes, “contos do vigário”, “suadouros”,etc. E VÓ foi presa, representado a doce velhinha florista, cujas flores eram roubadas pelos “pixotes”, lá no Largo do Arouche.
PAGANINI: Uma figura digna de um filme de Murnau. Intitulava-se “violinista incompreendido”. Circulava pela Dom José Gaspar, onde, na calçada em frente ao Pari Bar costumava dar “audições”. Vez ou outra se exibia nas escadarias do Municipal. Ele era um “virtuose” psicopata a assassinar a obra dos grandes mestres e os nossos ouvidos. E, como um inquisidor, torturava magnificamente o pobre e nobre violino. Morreu atropelado na Vieira de Carvalho...
Eis ai alguns ilustres desconhecidos que eu “conheci”. Alguns, entre os tantos, que dariam páginas de histórias. “Conhecidos” entre aspas porque conheci-lhes o Existir e não o Ser. Comprei-lhes a farsa que representavam e não a vida que viviam... Pena. As décadas passaram e, como disse o pesquisador Affonso A. de Freitas, eles “desapareceram na voragem do Tempo”.
Em silêncio, como a não querer nada, eles entraram por todas as portas desta São Paulo e aconteceram por um ano, uma década ou mais. E, pelas mesmas portas saíram em silêncio, deixando suas marcas na cidade e nas lembranças de cada um.
Por Wilson Natale
24 comentários:
Natale, texto fantástico!
Voltei à minha vida de "office-boy", lembrei de muitas cpoisas e de muitas passagnes.
Os teus desconhecidos, tirante dois (o Zé Prequeté e o0p Tísico), foram tambem meus conhecidos.
Tfrombei \com todcos eles nas arterias centrais de nossa Sampa.
Lembro-me de quando trabalhando na Rua Senador Feijo, encontrava quase sempre cokm a Diana. Também a Rita Biscate cruzava diversas vezes a minha trajetoria no dia-a-dia ded trabalho.
Parabéns por tua memória.
Natale, também conheci alguns ilustres no bairro onde eu morava:O Touro, o Monzá e o Chora Rita, cada um ocupava um canto pelas redondezas.
Seu texto me sensibilizou, tá lindo demais.Um grande abraço.
Natale não conheci nenhum desses ilustres, mas conheci outros que fizeram parte do meu bairro.Belo texto
abraço grande
Natale, essas "viagens" ao passado de nossa cidade, mesmo que a um passado recente, nos faz conhecer essa galeria de tipos icônicos (palavra feia essa tal de "icônicos", mas 'tá na moda, né?)que só em uma pólis como São Paulo podem acontecer/existir.
Parabéns pelo texto e pela linha narrativa que vc seguiu.
Obrigado pelos bons momentos dessa viagem.
Abraço do Ignacio
Brilhante, caro Natale. Um pintura grotesca, como os quadros de Bosch, ou Brueghel, dos tipos pitoresco que , em todas as épocas dão sabor, às vezes bem ácido, à paisagem habitual, à rotina cotidiana. Sempre existiram, cada qual em seu tempo e certamente encontrarmos por aí os herdeiros de sua miséria.
Como vc diz, entraram sorrateiramente pela porta dos fundos, fizeram sua encenação, tendo como palco a rua, e sairam, com a mesma discreção que tinham surgido, do nada. Para nunca mais voltar. Afinal, não é esse o destino de todos nós?
Desculpem meus erros, habituais. Sou péssimo digitador.
Achei alguns: pitorescoS, encontrarEmos. Pode haver outros.
Wil, trabalhando no centro, no Matarazzo na pça. Pariarca, devo ter "esbarrado" com alguns dos personagens que vc, brilhantemente, despertou num átimo de nossas vidas, pra gáudio e boas recordações oferecidas a todos nós. Sua narrativa é bela, esbarrando em poesia e lirismo, expondo vidas que, sem nenhum conceitos de valores, por força de Determinações Superiores, invadem nosso dia-a-dia afim de exemplificarem determinados viez de nossas existências. Separadas em parágrafos bem elaborados, vc apresenta seus personagens com respeito e compreenção, deixando determinados sentimentos conceituais aos que gostam desse recurso. Gostei muito de sua narrativa, Natale e congratulo-o pelo excelente resultado. Un baccio in testa, caríssimo.
Laru
MIGUEL: Em algum momento da nossa juventude, nós batemos de frente com estas "figurinhas carimbadas" que a sua maneira também davam vida a esta cidade. E na cidade eles eram muitos. Hoje são uma multidão... Pena! Tantos que é impossível para nós fixá-los na lembrança.
Abração,
Natale
PERAMEZZA: Obrigado, valeu!Realmente, todos os bairros tinham as suas "pratas da casa". Aqui na Mooca também.
Nos bairros, todos eram conhecidos, todos tinham o seu "cantinho" e alguém que lhes dava de comer. Em termos de violência eram inofensivos.
Abração,
Natale
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Natale,
quando digo que seus textos são inspiradores, não é para menos! Veja este último, por exemplo! Escrito com carinho e generoso respeito, beirando a poesia! Devo ter esbarrado com esses ilustres desconhecidos/conhecidos, já que trabalhei no "centrão" durante alguns anos, mas lembro-me bem de um velhinho que ficava sentado na esquina da Ipiranga com a São Luiz, na calçada do Edifício Itália, onde trabalhei durante algum tempo. Quando ele desapareceu, ficamos sabendo que, na verdade, ele tinha muito dinheiro, morava num belo casarão na Vila Mariana e chegava todas as manhãs a bordo de um carrão que o recolhia todo final de tarde... coisas dessa metrópole/mãe que a todos acolhe!
Além do mais, este texto me fez lembrar também da mesma época em que a Galeria Metrópole, com seus bares famosos e cinema luxuoso era um dos marcos da cidade, reduto de boêmios, artistas e intelectuais.
Abração.
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MARCIA: Aqui no texto, o ilustre, o famoso, refere-se àqueles que mais marcaram o meu cotidiano. Alguns, como a Diana, a Rita eram conhecidíssimos na região da Sé.
A cada um de nós, coube uma cota de ilustres desconhecidos para, talvez, como a única maneira de não serem esquecidos.
Abração,
Natale
JOCA: Valeu!
Neologismos parecem ser o "it" da moda. Tá na boca do povo e, de repente sái do "Orélho" e vira verbete no Aurélio (risos). O mais recente que ouvi foi "DEMENTAL", significando "é de enlouquecer"...
O meu texto é uma maneira de trazer à luz, lembrar essas pessoas que, mesmo naquela época eram esquecidas de todos. Foi escrito em 1998, depois de ter lido uma frase que me sensibilizou:
"Quando morrem os sonhos, quando se esvai toda a esperança, só nos resta viver".
E os meus ilustres desconhecidos appenas viviam.
Abração,
Natale
SAIDENBERG: A idéia do texto não foi apenas nomeá-los como meus ilustres desconhecidos, mas trazer o pouco de humanidade que lhes restavam. Como eu disse no texto, conheci-lhes o existir e não o ser.Mas o passar do tempo, meus anos idos e vividos,ensinou-me a olhá-los de um modo mais sensível, mais humano.
Quanto aos erros de digitação, não esquenta. Afinal está provado que o cérebro reconhece as palavra, mesmo que estejam escritas erradas ou pela metade. Bom seria se a internet todinha tivesse sempre o corretor de texto. Era só ver o traço vermelhão e ir lá corrigir (risos).
Valeu o comentário!
Abração,
Natale
SAIDEMBERG: Você, ao ler, vai encontrar uns errtos na minha resposta ao seu comentário. Ahahahaaaa! "O cérebro reconhece a palavra e não, as palavra! Ahahahaaaa!
Abração,
Natale.
LARÙ,mio caro amico:
A vida ensina e a gente aprende. Há sempre algo de bom e de humano em todos.
Fiz aqui uma espécie de homenagem a essas pessoas que indiretamente fizeram parte da minha vida, fazem parte das minhas memórias.
Não viviam como eu, mas eram gente como eu.
De maneira quase inconsciente, a cabecinha do jovem doidivanas que eu fui, guardou as lições que a vida deles me deu: Lutar sempre! Sobreviver! Ser alguém!.
Valeu, mio bello!
Baciotto in testa e un abbracio stretto,stretto,
Natale
ZECA: Valeu!
A Galeria Metrópole tem um mar de histórias vividas por todos nós. Que tal lembrar as suas?
E textos de memórias, deste blog e de outros, servem a desencadear as nossas lembranças, então criamos o nosso texto com as nossas experiências. Como aconteceu com você e o meu texto da Waldelice. Do sua memória e do seu teclado surgiu um texto belíssimo!
Aconteceu comigo. Mais recentemente, um texto da Margarida Peramezza, sobre as luzes da cidade, me levou às lembrancas das luzes da cidade nas festas de fim de ano. Não fosse o texto dela, eu não teria feito o texto, onde reviví as velhas luzes da cidade nos anos 60.
Vai em frente, leia os textos, anote o que eles te lembram e crie o seus textos que, com certeza será tão brilhante como o Coitada da Waldelice!
Abração,
Natale
A TODOS:
Para quem não sabe, ou não lembra mais. A CASA BARUEL (Farmácia de manipulação) era um palacete na esquina da Rua direita com a Praça da Sé. Foi demolido entre 1964/65. No seu lugar foi construído um prédio moderno onde, no térreo, funcionou a loja "Nelson das Bolsas" e ainda funciona um comércio de bolsas, mochilas e malas.
MURNAU - Fridrich Wilherm Murnau é um antológico diretor do cinema alemão dos anos 1920, criador do célebre e também antológico NOSFERATU (o primeiro filme de vampiro do cinema mundial)
O Violinista incompreendido, lembrava fisicamente e nos trajes o tal Nosferato.
Abração,
Natale
Olá, Wilson!
Estou tão atrasada com as edições...nossa!
Tenho viajao bastante, a trabalho,e nem sempre onde estou tenho acesso à internet, mesmo levando a 3G na bagagem,pois os locais nem sempre nos oferecembom sinal.
Fora o cansaço que nos faz "capotar" na camaquano chegamos o hotel, dee tanto cansaço.
Mas, tem textos que me chegam e não dão trabalho algum.Pelo contrário, atéficam bem bacanas, assim, no original.
Li todos os comentários, como sempre faço. Mesmo porque, chegam em meu e-mail, avisando.
Não confie no vermelhão sob as palavras,pois as configurações dos computadores seguem padrões internacionais e confundem nosso velho e bom português. Melhor recorrer à nossa querida gramática, à ortografia e à fonética... São melhores conselheiras.
Sobre os ilustres desconhecidos, tenho respeito por todos eles, de todos os tempos. Entendo se tratar de pessoas, que só diferem de nós pela situação de rua,simplesmente.
Trabalhamos por muito tempo com este seguimento social, na Instituição de Caridade da qual faço parte e recolhemos valorosas lições com todos eles.
Os personagens de seu texto representam o ontem e o hoje de nosso Brasil mal cuidado, mas que ainda tem jeito, de fizermos o melhor que nos cabe.
Valeu, amigo!
Adorei!
Muita paz!
SONINHA: Valeu!
O nosso corre-corre faz parte da vida. Nem sempre somos donos do nosso tempo, nem sempre podemos inventar o tempo. O bom é que tudo se resolve.
Eu também estou à mil, com as minhas pesquisas. O Arquivo do Estado fechou e só vai abrir, em novo prédio, em maio. Então eu tive que acumular material e, agora, começar a montagem dos PDFs. Uma loucura! Não bastasse isso, fiquei sem a banda larga do 3G, desde as 17hs. de ontem, até às 9hs. de hoje.
E o meu texto também serve a chamar a nossa atenção para esses sêres humanos e olhá-los com mais humanidade - o que fazíamos antes - e não como se fossem uma aberração. Estão por ai, não porque gostam ou querem. Sofrem com a vida que levam e sofrem com a insensibilidade dos outros.
Lembrando os meus caros desconhecidos, enviei a eles, com muito carinho, as minhas vibrações de amor para que eles as recebam, onde quer que estejam.
Abração,
Natale
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Natale!
Eu nem tenho muitas histórias envolvendo a Galeria Metrópole, apenas lembro da importância dela durante um certo período.
De lá mesmo, lembro apenas do primeiro rodízio de pizzas da cidade, que foi aberto no mezzanino da galeria e onde eu e alguns amigos, igualmente viciados em pizza, deixávamos os garçons de cabelos em pé, devido ao nosso insaciável apetite... rs.
E também gostava do cinema, que era confortável e levava bons filmes! Lembro perfeitamente que foi lá que assistí (duas vezes!) "Queimada", um grande filme.
Os bares, como nunca fui boêmio, não cheguei a frequentar, a ponto de ter histórias para contar. Mas tinha (ou tem ainda?) o Rei do Mate, onde aprendi a tomar chá mate de várias maneiras, batido com frutas, com leite condensado e outras misturas.
Também tinha uma excelente loja de roupas (não consegui lembrar o nome), onde comprava ternos, camisas sociais, gravatas e até mesmo cuecas e meias.
Como vê, acabei resumindo aqui o que poderia contar a respeito da Galeria Metrópole. Mas existem outras histórias que já ando preparando para dividir com vocês.
Abração.
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Que coisa linda essa sua cronica, alguns eu cheguei a conhecer também.
Lendo-a voltei ao inicio dos anos 60, e a rever outros vultos semelhantes que a noite e de dia circulavam por São Paulo. Adorei, parabéns.
ARTHUR: Valeu!
O texto foi uma homenagem a esses anônimos que, de certa maneira, me fizeram pensar e, indiretamente impulsionaram muitas das decisões da minha vida; Deixar-me ficar, ou seguir sempre em frente.
E pensando na aproximação do Finados, fiz-lhes a minha homenagem.
Abração,
Natale
Natale, só consigo escrever com as experiências já vividas e experimentadas, sinto que muitas vezes fico até meio infantilizada ao escrevê-los. Infelizmente não tenho o domínio da escrita como muitos autores deste blog, incluindo você que na minha opinião é nato. Sou do tempo em que a escola denominava o erro como "burrice" e não como ponto de partida para aprender, então sempre tive medo de errar, por isso escrevia pouco. Como a vida também é uma escola, aprendi a liberar minhas idéias sem receio e assim fui dominando também a escrita, coisas da vida de cada um.
Quanto ao texto que você escreveu tão bem, inspirado no das luzes, coloquei meu comentário tardiamente , mas fiquei imensamente feliz por ter ativado tão lindas lembranças. Um grande abraço.
Quando eu era moleque - hoje tenho 66 anos... - havia um colega do primário meio emburrado, de nome Zé. Nós, seus colegas, como todos os moleques, gostávamos de encher o saco dele. E era infalível! "Zé Prequeté tira bicho do pé para tomar com café!" Ele ficava bravo, queria brigar, o bedel da escola separava, mandava todos para a diretoria. Depois, não precisava falar o refrão inteiro. Bastava o "Zé Prequeté tira bicho do pé", sem precisar dizer para que. Outros esparramos do Zé. Novas visitas ao Sr. Diretor. Com o tempo, não precisava mais dizer que ele tirava bicho do pé. Era só dizer o "Zé Prequeté", que vinha briga, e novos passeios até o gabinete, novos pitos, e quando saíamos da sala, ouvíamos o diretor rindo, sozinho. Também, um dia ele já havia sido moleque... Depois, bastava falar "Zé..." Aí, quando ele vinha brigar, a indefectível pergunta: "Mas não é esse o seu nome?" Clovis Pacheco F.
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