sábado, 29 de outubro de 2011

Coitada da Waldelice



Gostei muito do texto do Natale! Mas gostei tanto mesmo que acabei me inspirando, após um longo e tenebroso outono, seguido do inverno e resolvi também contar minhas experiências “cabeludas”.
Assim como ele, eu também fui agraciado com belos cabelos alourados, transformados num chuca-chuca sobre cachinhos, desde a minha mais tenra infância até por volta dos meus quatro anos, quando meu pai, corajosamente, nos levou, a mim e ao meu irmão, para o salão de barbeiro e mandou cortar no estilo americano. Sorte do meu irmão que, sendo mais novo que eu um ano e meio, usou os ditos chuca-chuca e cachinhos louros por menos tempo! O corte americano é aquele com a nuca e as laterais da cabeça raspados e na parte superior, com comprimento médio com topetinho. É também conhecido como corte militar.
Em casa, minha mãe esbravejava e minha avó resmungava pelos cantos. E as tias, quando chegavam, levaram tempo para esquecer a indignação sobre “o que haviam feito com os cachos do garoto?” O mais engraçado é que isso gerou uma rebeldia geral entre os meus tios, que também levaram os meus primos para cortarem os cabelos, saindo dos cabelos em cachos, ou daquele tigelão esquisito e ficamos todos com o corte americano mesmo. A mulherada da família esbravejava, mas naqueles tempos, quem “mandava nos meninos” eram os pais e assim vivemos todos em harmoniosa desarmonia.
Quando passei para o ginásio, substitui o corte americano pelo meio americano, aquele onde o barbeiro raspava apenas metade das laterais e da nuca, deixando um pouco mais de cabelo na cabeça. Parece que era uma espécie de acordo tácito entre os garotos: saindo do primário, já podiam ostentar o meio americano.
Tive uma passagem pelo seminário e durante esses anos, o corte padronizado para os seminaristas era o americano. Assim, meus cabelos regrediram aos tempos do primário, já que eu nada podia fazer, pois era um seminarista obediente e bem comportado. Mas quando saí do seminário...
Devido ao Elvis Presley, aos Beatles e aos Rolling Stones, e também ao Roberto Carlos e à turma da Jovem Guarda, uma silenciosa revolução estava em andamento nos usos e costumes da garotada da minha idade. Os cabelos cresciam, alguns mais, outros – como os meus – menos. Mas os cortes até então usados foram caindo em desuso e todos queriam seus cabelos mais parecidos aos dos seus ídolos.
E foi então que surgiu o Grande Sofrimento! Eu era dono de uma bela cabeleira alourada, só que era também ondulada e o “grito da moda” eram os cabelos lisos, escorridos, que nem cabelo de índio. Nem Gumex, Glostora, Brilhantina ou mesmo vaselina davam conta da deixá-los como queríamos. Daí surgiu então a solução caseira, que se espalhou pelos quatro cantos: touca de meia de seda. Quem não gostou muito foi minha avó, que pacientemente recortava em finas tiras as meias de seda desfiadas da minha mãe, transformava tudo em um novelo e, precursora da atual onda de reciclagem, fazia delas tapetes para as beiras das camas, banheiros e até mesmo cozinha. Era tapete de crochê, feito de meias de seda por toda parte!
O truque era simples: consistia em enrolar em volta da cabeça, com o auxílio de uma escova, os cabelos molhados que ficariam presos dentro de uma touca feita com as tais meias femininas de seda, até que secassem completamente. Depois eram virados para o outro lado, enrolados novamente com a escova e, mais uma vez, aprisionados pela poderosa touca de meia de seda, até ficarem lisinhos, como se todos fossemos descendentes de índios. Ou, hoje em dia, como se fossemos todos irmãos do Justin Bieber, só que menos mariquinhas – desculpem o texto não tão políticamente correto; não resistí. Mas não podia chover! Nem garoar! E eu que morava na velha Terra da Garoa, sofria bastante tentando evitar que meus lindos e lisos cabelos alourados ficassem eriçados como se houvessem levado uma descarga elétrica. Mas no fim tudo dava certo! Afinal, éramos jovens e ávidos por novidades.
Havia também a contracultura nacional, o movimento tropicalista surgido na década de sessenta, ao mesmo tempo em que surgiam os Beatles com o pop, a Bossa Nova e o Iê-iê-iê. Seus representantes mais famosos vieram da Bahia e surgiram com o Festival de Música Popular Brasileira, onde Caetano Veloso interpretou Alegria, Alegria e Gilberto Gil, acompanhado pelos Mutantes, Domingo no Parque. Em seguida, o lançamento do disco Tropicália ou Panis ET circensis foi considerado quase como um manifesto do grupo. Além deles havia os mais bem comportados, como o Chico Buarque de Holanda, alimentado pela Bossa Nova, com canções que se aproximavam mais do samba e do cool jazz. E nessa salada toda, como estávamos vivendo em uma ditadura, vários artistas de cada movimento, tentavam mostrar seu inconformismo e seu protesto, mas nem todos conseguiram, sendo, alguns, exilados. Mas isso já é uma outra história – aliás, uma página negra da nossa história. E não cabe neste texto.
Chico Buarque, de importante família, iniciou sua carreira artística em parceria com Vinícius de Moraes e teve, em sua trajetória, contatos com Elis Regina, que venceu um festival com Arrastão, Nara Leão que interpretou a Banda, música vencedora do festival de 1966 e Jair Rodrigues, que interpretou Disparada, de Geraldo Vandré e que, por exigência de Chico, dividiu com ele o primeiro lugar no mesmo Festival. Chico tornou-se então uma das figuras mais importantes na música brasileira. Entretanto, por sua erudição e formação política, acabou se auto-exilando na Itália, onde continuou compondo. E se tornando mais conhecido e respeitado.
O grupo ligado à Tropicália tinha mais parentesco com os hippies, que surgiram nos Estados Unidos e ostentavam imensas e desgrenhadas jubas, roupas multi coloridas e colares e pulseiras em abundância. Tinham um estilo mais despojado, ou menos industrializado, mas aos poucos foram virando moda e, como tendência, esse novo colorido acabou nos guarda roupas da classe média que acabou engolindo e digerindo esse movimento – assim como todos os outros.
Eu não tinha muito a ver com os tropicalistas. Como bom rapaz de boa família e ex seminarista, era mais chegado aos modos de bom moço do Chico Buarque e minha ousadia chegava mais próxima dos rapazes da Jovem Guarda. E por falar em Jovem Guarda, eu era fã incondicional deles, indo aos domingos até a Rua da Consolação, assistir ao programa Jovem Guarda na TV Record.
Meus cabelos nunca chegaram ao tamanho dos cabelos do Ronnie Von, mas chegavam às golas das camisas. E ai de mim se os deixasse mais próximos dos ombros! Meu pai ameaçava levar-me à força ao barbeiro e mandar cortar americano! Como podem ver, o corte americano, com excessão de quando substituiu os meus cachinhos dourados, viraram ameaças assustadoras. Que acabaram se concretizando quando fui obrigado a servir ao exército e, assim, voltar ao maldito corte americano, ou militar, já que ambos eram a mesmíssima coisa.
Depois, fui um rapaz estudioso, trabalhador e bem comportado. Apenas aconteceu que, aos 23 anos, ocupando um cargo mais importante numa multinacional, fui aconselhado pelo meu chefe a deixar crescer a barba. Acontece que eu tinha uma cara de menino que não fazia juz às minhas responsabilidades nem à minha competência. E usei barba durante nove anos seguidos! Era uma barba sempre aparada e bem recortada, que me dava um trabalhão danado para manter. Aos 32 anos, cansado da minha barba, decidi cortá-la. Levei o maior susto! Não conseguia reconhecer aquele menino que me fitava do outro lado do espelho! Eu havia me tornado um adulto, mas a carinha continuava a mesma de um garoto no fim da adolescência. Mas continuei insistindo no “rosto lavado”, já que não precisava mais provar nada para ninguém. Eu já era, então, um dos mais novos e respeitados executivos de uma multinacional.
Voltei a deixar a barba crescer um pouco depois dos quarenta anos. Ela me deu uma expressão adulta e requintada. Mas em pouco tempo, raspei o rosto novamente, voltando à barba apenas após os 50 anos. Por pura preguiça mesmo! Afinal, ela havia embranquecido muito mais que os cabelos. E barba branca crescida, dá a impressão de desleixo.
Só que eu não era mais o jovem senhor de setenta quilos. A partir dos cinqüenta, comecei a engordar e, principalmente a barriga, a arredondar-se. Um dia, com minha barba branca bem aparada e recortada, os cabelos grisalhos devidamente cortados e uma bela camisa vermelha, saí para dar um passeio pela rua. Era dezembro e, parado em frente a uma vitrine, ouvi uma garotinha comentar com o namorado: “olha o Papai Noel!” Olhei para um lado, para o outro, para trás e novamente para dentro da loja. Nenhum Papai Noel à vista, Caramba! Era eu o bom velhinho! Desesperado com a surpreendente revelação do meu envelhecimento voltei rapidamente para casa e raspei a barba para nunca mais deixá-la crescer. Bem, quem sabe um dia... E os cabelos, passei a cortá-los com máquina quatro. Assim fico com aproximadamente 1 cm de cabelo sobre toda a cabeça e não preciso me preocupar com pentes ou escovas.
Agora, voltando ao Natale, entendo perfeitamente seus motivos para querer matar a Waldelice! Eu também tive meus motivos para querer matar, não a Waldelice, mas uma outra cabeleireira. Só que essa outra história vou deixar para contar em outra ocasião...
EM TEMPO: E por falar em gostar do texto do Natale, tenho o dever moral de dizer que cada vez mais estou gostando dos textos dos nossos amigos escritores. Até parece uma competição para ver quem escreve melhor dentro do Memórias de Sampa. E isso é o que de melhor poderia acontecer para todos...

Zeca Paes Guede

23 comentários:

joaquim ignacio disse...

Acabou?
Acho que você ficou com preguiça de continuar a escrever, ou parou para pentear os cabelos... De qualquer maneira, quero crer que ainda existe muito peixe embaixo desse pirão e vc está se fazendo de difícil... Ficou a impressão de que existem segredos e situações a serem revelados em continuação a esse ótimo texto de um humor finíssimo e de leitura fácil e gostosa!
Muito bom!
Ignacio

Wilson Natale disse...

Até tu, Brutus!Ahahahahaaaaaa!
Diz o não muito velho ditado que "um é um, cada um e cada um"... Mas todos têm a preocupação com os cabelos.E você também!
Isso porque você é Paes Guedes. Já imaginou se fosse um Guedes Penteado?!... Não haveria barbeiro que bastasse.
Eu não matei a Waldelice, mas devia! Sem os meus cabelos fiquei com a cara do Pinduca. E careca, passei a dar IBOPE, dando uma de Are Krishina, are,are!... Até ouvia o Ravi Shankar. Ahahahahaaaaa!
Texto delicioso que tem comó pano de fundo o panorama político e musical desta Sampa querida. Valeu ler, curtir e rir das suas melenas que não podiam se expor às intempéries Paulistanas.
Agora fico na espera do teu texto sobre a "sua Waldelice".
Abração,
Natale

Wilson Natale disse...

Ps: Na foto que está ai, ao lado do meu login, eu tinha três aninhos - 1953 e estava recém usando o corte americano cheio.

A calça e a camisa faziam parte do terninho igual ao seu, ai na sua foto. Você, eu e milhares de moleques dos anos 50 parecíamos gêmeos coletivos. Parecia uniforme, lembra? Ahahahahaaaaaa!
Eu e meu irmão formávamos um lindo par de vasos.

Natale.

Miguel S. G. Chammas disse...

Zecamigão,
teu texto é um registro fantástico dos usos e costumes da nossa Sampa. Te lendo me lembrei que também sobrevivi à fase do corte americano.
Depois de crescido, na evidente fama de Tony Curtis e Elvis Presley eu ataquei de penteado em 3 audaciósos andares, dava um trabalho enorme mas me fazia sentir a fama ao meu lado.
O meu cavanhaque já cultivo por muitos anos, foi extirpado, é claro, nas poucas vezes em que errei o talho, mas a cara de bunda me fez voltar rapidinjho à barbicha de bode.
Com relação à sua viagem musical, viajei junto e adorei lembrar com você.
Vamos à continuação?
Fico na espera.

Luiz Saidenberg disse...

O cabelo, contado e cortado milímetro por milímetro...muito boa, Zeca, a longa história de seus cabelos agora curtos.
São os caprichos da moda, dos quais ninguém escapa, só quando perde de vez a cabeleira.
Deve ser terrível, mas por outro lado um alívio, o fim de uma grande preocupação. Como em relação ao sexo, no caso de Lobato. Que, já entrado em anos, conta-se, pôs-se, na presença de amigos, a saltitar na R. Libero Badaró- Estou livre do sexo! Brochei completamente!
Enfim, cada qual na sua...
abraços.

Zeca disse...

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Ignácio,
Não tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente, mas os seus textos e comentários revelam uma erudição e um senso de humor um pouco raros. Então, não posso deixar de concordar que existe, sim, “muito peixe embaixo desse pirão”, mas não estou me fazendo de difícil, apenas ando preparando alguns textos para serem, futuramente, publicados nesse “nosso” espaço tão especial e para pessoas tão especiais. Tão especiais como o Natale, em quem me inspirei e a quem dediquei este texto.
Obrigado pelas suas palavras. Logo teremos a continuação...
Abraço.

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Zeca disse...

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Natale,
O que mais poderia dizer à pessoa cujo texto conseguiu me tirar do marasmo e me fazer voltar a escrever? O que mais poderia dizer depois deste texto dedicado a você? Apenas que a “minha Waldelice” já saiu do forno e logo estará aqui, nestas páginas.
Quanto ao comentário da foto, eu já havia notado a diferença, o que mostra quanto somos contemporâneos, pois a minha também é de 1952-1953... e a molecada daquela época não tinha muitas opções: ou vestia as roupas que as mães escolhiam, ou vestiam as roupas que as mães escolhiam. Era isso e pronto! Bem diferente de hoje, onde eles mandam e desmandam... e eu e meu irmão também formávamos um belo par de vasos, cada qual com sua cabeleira loira pacientemente penteada em cachinhos... que viadagem, né? Ainda bem que os nossos netos já nascem com opinião própria... hehehe.
E depois disso, agradecer novamente os belos textos com que nos presenteia sempre, afirmando que sou seu fã. Obrigado.
Abraço.

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Zeca disse...

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Miguel, velhamigo do peito!
Ri muito com o teu penteado em “3 audaciosos andares”... fiquei imaginando como seria – talvez parecido com um bolo de casamento... risos.
E se gostou da viagem musical, adianto que já ando trabalhando na continuação dela e tenho vários textos em elaboração, praticamente contando toda a minha adolescência e juventude passo a passo com os sucessos que embalavam nossas vidas. Eu estou curtindo bastante essa viagem, espero que todos curtam também.
E aproveitando, creio que 03 de dezembro não é uma boa data para mim, pois irei para Sampa passar o Natal e o Reveillon com meus pais e isso será por volta do dia 20 de dezembro. Assim, seriam duas viagens muito próximas uma da outra, o sacrificaria muito este velho corpo. Desculpe! Mas dou minha palavra que sempre faço o possível para repetir minha participação naquele inesquecível encontro na Pizzaria Bruno. Gostaria demais de poder conhecer pessoalmente os demais autores deste blog, além, é claro, de curtir mais um pouco a sempre gostosa companhia do querido casal Miguel-Soninha.
Abração.

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Zeca disse...

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Saidenberg,
Como você disse muito bem, com esse fino humor que o caracteriza, ninguém escapa aos caprichos da moda, só quando perde de vez a cabeleira... eu também não fiquei imune, como pode ver no meu texto; mas hoje, com mais cabelos brancos do que dourados (risos), formas bem mais arredondadas e várias rugas mostrando todos os caminhos percorridos em minha vida, acabei me tornando menos vaidoso e um tanto quanto desapegado das aparências; daí optei pelos cabelos milimetricamente cortados, bem curtos para não ter nem mesmo o trabalho de penteá-los, escová-los, etc. e tal. Agora é pa-pum! Lavou, tá pronto!
Já em relação à continuação do seu comentário, não conhecia essa passagem do Lobato (é o Monteiro? – aquele que, antes de saltitar pelas ruas, preferia fazê-lo sobre as geringonças voadoras que inventava?), mas ainda não precisei saltitar pela Líbero Badaró – nem por qualquer outra rua – por estar livre do sexo... embora já não seja tão “viciado” quanto já fui nos velhos tempos... risos.
Mas aproveito para informá-lo, antes que outros o façam, que gosto muito dos seus textos, com sua fina ironia e seu sutil bom humor.
Abração.

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Luiz Saidenberg disse...

Muito obrigado, amigo Zeca. Mas meu bom humor só foi despertado pelo seu pitoresco e interessantíssimo texto.
Quanto ao Lobato, é nosso velho amigo Monteiro, José Bento, sim.
E essa passagem é folclórica; ouvia-a várias vezes no mundo da propaganda, mas não juro que seja verdade. Coitada de Dona Purezinha, se assim fôr, pois ele ainda era jovem, pelos nossos atuais padrões . Tinha seus 65 anos, quando se foi...
Um grande abraço.

Wilson Natale disse...

Zeca: Obrigado pelos "confetes" não merecidos. Mas, se meu texto fez com que você voltasse a escrever, já ganhei o meu dia! Todos ganhamos!
Na foto referida, acho que entrei na "sindrome da solteirona" de diminuir a idade. A foto é de 1952 e eu tinha 4 anos (sou de 48.
Penso que todos éramos par de vasos... E grandes herdeiros! Naquele tempo herdávamos as roupas dos nossos primos e, que os tinha, dos irmãos mais velhos.
E, voltando aos cabelos fiquei a filosofar: Fosse adolescente, usaria o cabelito do Justin Bieber?...
Ahahahahaaaaa! Usaria sim. Com certeza! O que um adolescente não faz para agarrar as menininhas! E o que as menininhas não fazem para "ficar", ao menos com uma cópia, mesmo mal acabada do astro que é a sua paixão.
Afinal, como diziam as minhas primas, a respeito de roupas," quem não pode ter um "Dior"(famoso estilista dos anos 40/50), que tenha um "Pior"!... Mas que seja parecido com um "Dior""!... Ahahahahaaaaa!
E obrigado pelas suas palavras.
Vai em frente e "bota", mais textos aqui no blog.
Abração,
Natale

joaquim ignacio disse...

Zeca, bom dia! Quer dizer que vc acha que meus testinhos denotam erudição, heim!?
Já fui chmado de um bocado de coisas mas nunca ninguém me chamou de "erodido"...'Tá certo que aos 71anos eu já não estou lá aquelas coisas, mas nunca notei que a erosão estivesse acabndo comigo...
Obrigado pelas palavras e um abraço do Ignacio

Soninha disse...

Olá, Zeca, querido amigo!

Muito bacana seu texto.Dese já,peço que me perdoe pela demora na postagem,pois eu havia prometido para antes... Porém, minhas viagens de trabalho estão me impedindo de cuidar do blog. Postei este text sem a costumeira edição.
Agora, até o final do ano, estarei mais livre para editar os textos e cuidar mais atentamente do blog.
Sobre a cabeleira (rss) as meninas levavam vantagens, né!
Lembro-me de meus cachinhos,cuuidados pacientemente por minha mãe...davam o maior trabalho...kkkkk
Buscávamos,também seguir o modismo quanto às famosas toucas e também quanto às tinturas e outros penteados.
Gostosas recordações.
Valeu!
Obrigada.
Muita paz!

margarida disse...

Zeca, que delicia de historia! Antigamente era assim mesmo os pais decidiam o corte dos cabelos dos filhos homens. Em casa meu pai não gostava que meus irmãos deixassem os cabelos compridos. Lá na rua tinha um barbeiro e ele é quem cortava os cabelos dos meus três irmãos e do meu pai. Dois dos meus irmãos tinham cabelos encaracolados, um deles era loiro e o outro ruivo. O outro irmão de cabelos loiros mas liso, chorava muito quando tinha que cortar os cabelos, mas meu pai não dava moleza. As meninas ficavam por conta da minha mãe.Adorei seu texto e sua historia, um grande abraço.

Zeca disse...

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Saidenberg,
Nada a agradecer, apenas preste atenção aos seus textos e perceba o fino humor com que os cria. Aproveitando seu último comentário, talvez fosse um tema interessante para dividir conosco essas folclóricas passagens criadas pelos grandes personagens da nossa história... que tal?
Abração.

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Zeca disse...

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Natale,
Não são confetes, afinal, ainda estamos um pouco distantes do carnaval... e, creia, eles são merecidos, sim! E se você nasceu em 1948, acabo de encontrar mais um ponto em comum entre nós: eu também sou desse ano e, portanto, as fotos foram tiradas na mesma época... hahaha.
Eu me mostro um pouco preconceituoso com essa meninada de hoje, que vive copiando seus ídolos, mas acabo esquecendo que nós fazíamos o mesmo. Relendo o texto e lendo os comentários, isso fica bastante claro para mim. Então, além de me inspirar e me fazer voltar a escrever, você acabou me ajudando a identificar mais um dos meus preconceitos. Obrigado!
Abração.

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Zeca disse...

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Ignácio,
Eu não acho, eu tenho certeza! Seus textos são limpos, claros e repletos das melhores informações. Se isso não for erudição, preciso aprender o que é! Então, o melhor que tem a fazer é continuar nos brindando com essa erudição acumulada ao longo das suas sete décadas de existência.
Abração.

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Zeca disse...

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Soninha!
Quem sou eu para perdoar qualquer coisa! Entendo perfeitamente seus impedimentos e sei que está fazendo por este espaço o melhor que pode fazer. Na minha infância todas as minhas primas também usavam os cachinhos que eram feitos, pacientemente, pelas minhas tias e, diferentemente dos meninos, elas adoravam seus penteados; quanto maiores, mais bonitos... imagine só se essa moda voltar, nos dias de hoje, com tanto corre-corre... risos.
E já que diz estar mais livre, cuidado: estou preparando outros!
Abração carinhoso procê, querida amiga!

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Zeca disse...

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Margarida,
Obrigado pelas suas gentis palavras! Diferentemente de hoje, onde os pais – e também as mães! – não apitam mais nada nos cabelos e nas roupas dos filhos, naquela época as coisas eram um pouco mais rígidas. E sem discussão! Ah, se fosse hoje! Quanta diferença! Mas isso é papo de velho, que não se conforma com as mudanças nos usos e costumes, já que o “choque de gerações” persiste, só que em outras áreas... risos.
Em tempo: gosto muito das suas histórias da Penha... meus avós paternos moraram lá durante alguns anos e, consequentemente, visitava-os com alguma freqüência. Aguardo novas histórias...
Abração.

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Zeca disse...

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Luiz Gonzaga!

Ví agora, na lista de aniversariantes de outubro, que você aniversariou no último dia 26.
Que as bençãos de Deus o acompanhem e lhe tragam saúde, paz, tranquilidade e, ainda que um pouco atrasados, meus votos de

FELIZ ANIVERSÁRIO!

Abraço.

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Modesto disse...

Ainda bem que restou um espaço pra mim.
Zeca, vc nos presentia uma tese de doutorado em matéria cortes de cabelos. Sofisticadíssimo relatório de satisfações, insatisfações, negligências, influências, determinações, exigências e outras exposições terminológicas em torno do corte de cabelos e barbas. Vc, Zeca deveria editar esse trabalho em uma escola de cabelereiros (ou cabeleleiros, eu nunca guardo o certo)pra ensinar as alunas e alunos a satisfazer seus clientes. Seu texto está maravilhoso, parabéns, Zeca.
Modesto

Modesto disse...

Desculpe, é PRESENTEA.
Modesto

Zeca disse...

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Modesto!
Sou obrigado a confessar que tudo isso é culpa do Natale, cujo texto me inspirou me fazendo percorrer os meandros dos caminhos de um passado já tão distante. Não creio que esse texto possa ter algum valor para os aprendizes de cabeleireiros, pois falam de coisas do passado que, no fim, acabam interessando apenas a nós, que as vivemos. Mas de qualquer forma, deixando os cabelos prá lá, já que agora eles não são mais tão importantes assim, seu comentário me envaidece e só posso agradecer suas palavras e seu incentivo. E não esqueça: este texto "cabeludo" ainda tem continuação...
Obrigado!
Abraço

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