quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Um “Viva” para Nossa Senhora da Penha


A Penha de França é um bairro antigo da cidade de São Paulo e que teve seu início quando uma capela foi erguida no alto de uma colina. Neste local atualmente encontra-se a Igreja Nossa Senhora da Penha, conhecida como a igreja velha, isto porque o bairro ganhou um novo santuário para acolher a Nossa Senhora.
As festas tradicionais para comemorar seu aniversario, além de contarem com a fé dos moradores do bairro e seus vizinhos, sempre foram fontes de atração também de romeiros vindos de longe, para cumprirem suas promessas.
A data escolhida foi 08 de setembro, dia da natividade de Nossa Senhora. Neste dia, lembro que as escolas do bairro se mobilizavam para dar um brilho especial à grande festa; eu mesmo participei muitas vezes, pois tocava na fanfarra da escola, que levava o nome da querida santa.
Logo cedo as fanfarras desfilavam pelas ruas do bairro e a do meu colégio, Instituto Estadual de Educação Nossa Senhora da Penha, era a mais esperada por todos, inclusive por toda comunidade religiosa. Um privilégio, uma honra e um sentimento de proteção pairavam em nossos corações.
Nos arredores da igreja montavam-se as barracas, como de uma quermesse, para que as famílias pudessem passar algumas horas de alegria e felicidade neste dia tão importante para o bairro da Penha de França. As novenas e as missas em homenagem à Nossa Senhora, também não podiam faltar e o comparecimento das pessoas era de grande porte. O bairro ficava movimentado e as famílias mais unidas, voltadas para o sentido daquela grande festa.
À noite, finalizando a festa, um festival de fogos iluminava o céu da Penha e, neste momento, podíamos sentir as emoções tomarem conta de todos os corações que, humildemente, se conectavam com a Nossa Senhora.
Até hoje, esta festa se faz presente em sua nova sede. A quermesse continua agora no pátio, em frente à Igreja. A novena e as missas também, mas, sinto que algo está diferente. Talvez aquela emoção e fervor dos fiéis tenham se oxidado com o tempo, mas o importante é que a Nossa Senhora da Penha continua lá, para receber as homenagens do seu dia.
Que a Santa Senhora da Penha escute o coração e as palavras de todos seus filhos, com alma confiante de que Ela possa nos dar seu carinho, nos envolver no calor do seu manto maternal e atender nossas preces.
Neste dia 08 de setembro quero prestar minha homenagem para a padroeira da cidade de São Paulo, apesar de não ser declarada oficialmente, sabemos que, pela tradição e devoção popular, é denominada inclusive pelas autoridades religiosas como: padroeira da cidade de São Paulo.
Um “Viva” com muito amor à rainha da Penha, Nossa Senhora da Penha de França.

Por Margarida Peramezza

10 comentários:

Arthur Miranda - Tutu disse...

Margarida, Essas festas tiveram grandes mudanças, o transito, a violência, os assaltos e até a forma de viver o espírito de ser igreja, trouxeram muitas transformações a esse modelo do católico vivenciar essas datas e comemorações. Também tenho saudades daquelas belas festas de outrora, mas infelizmente, a vida moderna e a própria caminhada pastoral da Igreja hoje, exigiram muitas mudanças do dia dia das comunidades católicas principalmente após o Vaticano II. Mas que dá saudades, isso dá mesmo, parabéns.

Soninha disse...

Olá, Margarida!

Poxa! Que bacana!
Sabe, lembrei das festas da igreja do meu bairro também... Igreja de Santo Emidio, na Vila Prudente, a única com o nome deste Santo no Brasil.
Íamos nas quermesses, que existem até hoje...repaginada,claro. Mas, íamos mais para paquerar...kkkkkk
Que bom que sobeos um pouco mais sobre o bairro da Penha, através deste seu texto.
Obrigada.
Muita paz! bjsssss

Zeca disse...

Olá, Margarida!

Parabéns pelo texto homenageando Nossa Senhora da Penha de França, cujo dia se comemora amanhã!
Conheci bem a igreja velha, pois meus avós paternos moraram no bairro da Penha e lá fomos muitas vezes visitá-los. Lembro da festa e até da quermesse, onde fui várias vezes.
Só não sabia duas coisas, que apredi com seu texto: primeiro que a data da festa era oito de setembro e segundo, que Nossa Senhora da Penha é considerada a padroeira da cidade de São Paulo!
Lendo e aprendendo!

Abraço.

Wilson Natale disse...

MARGARIDA:Coisa boa ver o bairro da Penha em todo o seu esplendor neste seu texto.
É e será sempre a mesma Penha dos tempos em que, junto com minha avó, íamos de bonde, pagar promessas e pedir a ajuda da Senhora da Penha;a mesma Penha da minha adolescência, quando eu frequentava as festas e ia às matinês do Penha Palace; a mesma Penha que ainda me encanta e me faz fazer fotos dela.
E a Penha me dá de presente a Basílica, A velha senhora (Igreja velha) entronizada no outeiro, olha a cidade; dá-me também o encanto e a singeleza da Senhora do Rosário...
La está a antiga imagem da Senhora da Penha de França. A mesma que nos tempos de crise, sêcas e epidemias era trazida para a velha Sé de São Paulo com as honras e pompas de Estado. E quendo voltava à Penha, segundo a tradição oral, escolhido por ela mesma, era levada em procisão "da cidade ao longiquo subúrbio da Penha de França".
Valeu Peramezza! Pois acredito que sempre haverá um pouco da Penha em cada um de nós, o mais antigos.
Abração,
Natale

Miguel S. G. Chammas disse...

Marga,a Penha esteve presente em minha vida profissional por várias e longas vezes. Até há bem pouco tempo estive frequentando esse bairro diariamente.
Das festas e quermesses eu nunca participei, mas todasas sextas-feiras santas, eu e um grupo de amigos, faziamos uma caminhada do Bixiga até a Igreja Velha pela manhã bem cedinho, depois, voltando à casa, nos empanturrávamos com um espaguete ao molho de bacalhau e outras delicias feitas por Da. Isabel, esposa do Luiz e um osparticipantes da caminhada.
Lendo teu texto, nada mais posso declarar a não ser te acompanhar num sonoro VIVA NOSSA SENHORA DA PENHA!

Anônimo disse...

Maragarida,
que bela homenagem ao Bairro. E muito educativo também! Abraços

joaquim ignacio disse...

Margarida, que pena que as reais demonstrações de fé acabaram. Sobraram apenas as doces lembranças como as suas, testemunhas de outras épocas. Hoje em dia as preocupações são outras: "Quem é que vem? A Rede Globo? Tem que chamar a Josefina... Ela ficou 'braba' porque não apareceu na TV o ano passado... Prá mim tanto faz porque eu apareço todo o ano..."
Posso estar sendo cínico, sarcástico, mas as coisas estão sendo assim mesmo tanto na Acheropita quanto na Penha ou em São Vito... "O tempora, o mores..."

Luiz Saidenberg disse...

Belo panorama, Margarida. Muito bem, cada qual deve dedicar-se ao que venera.

Modesto disse...

Conheço bem a igreja da Penha. Minha irmã Ana morou na rua Caquito ate´morrer. Realment as festas, nesses dias eram bem diferentes. Não é a fé que esmoreceu e sim as várias atrações que a vida modesrna oferece, arrancando as pessoas de um acompanhamento de procissão pra um cansativo e chato programa de televisão. E tem também as famílias habituadas a comparecer todos os anos, envelheceram e morreram, sem condições de convencerem seus descendentes continuarem com estas manifestações. Muito bonito seu trabalho, Margarida, que a N. S. da Penha de França, te cubra de benções e te faça feliz dentro da inabalável fé. Parabéns, Marga.
Modesto

margarida disse...

Queridos amigos! Muito obrigada pelos comentários, fico feliz porque a maioria conhece o bairro em que nasci e vivi por muitos anos.
Ando afastada da telinha, mas aos poucos, depois da maré brava vou me embalando nas ondas mais calmas e aos poucos voltando para Memorias de Sampa e para saopaulominhacidade
Sonia, obrigada por tudo....um grande beijo para todos.Margarida