domingo, 18 de setembro de 2011

Memórias estudantinas


Outro dia, relembrava alguns fatos que ficaram marcados em minha adolescência. Foi quando veio em minha memória a época em que passei a frequentar a Escola Estadual de Primeiro Grau Professora Adelina Mazagão Alcovér, que ficava na Rua Celso de Azevedo Marques, na Mooca, quase no final da década de 60.
Meus olhos de menina de 11 anos deslumbravam um mundo completamente diferente do que eu estava acostumada na escola primária, dirigida por freiras, que era o Círculo Operário, na Vila Prudente, hoje Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente e Colégio João XXIII.
Nos primeiros dias de aula de ginásio, meu amado paizinho me acompanhava para me ensinar o caminho. Íamos a pé, desde nossa casa, na Rua Umuarama (Vila Prudente) até a escola. Um longo caminho, mas, era preciso, pois não tínhamos carro e nossos parcos recursos não nos permitiam ir de táxi; as linhas de ônibus, disponíveis na época, não nos levavam ao nosso destino e teríamos de utilizar várias linhas para conseguirmos chegar à escola.
Mas, para mim, tudo era fascinante. Eu me sentia crescida, adulta e tinha orgulho por ter conseguido passar no exame seletivo e frequentar aquela escola. Naquela época, as escolas estaduais eram hiper melhores do que as particulares, em se tratando de qualidade de ensino, conteúdo, rigor, disciplina etc, e preparavam o aluno para os cursos posteriores, como o segundo grau e faculdade.
Saíamos de casa bem cedo, pois as aulas iniciavam-se às 8:00 h. Descíamos a Rua Umuarama, onde morávamos, até um determinado trecho da Rua José Zappi, onde nos dava acesso à Rua Chamantá (Parque da Mooca), e esta, por sua vez, nos dava acesso à Avenida Paes de Barros, na altura do início da Rua Juatindiba, hoje Rua Juventus. Andávamos toda a extensão da Rua Juatindiba até chegarmos à Rua Celso de Azevedo Marques, em tempo de eu poder participar do hasteamento das bandeiras do Brasil, de São Paulo e da escola, ao som do Hino Nacional, cantado por todos os alunos.
Logo aprendi o caminho e ia sozinha para a escola. Depois, acompanhada pelas colegas que se foram somando, mesmo porque acabei fazendo parte da equipe de voleibol da escola. Esta atividade curricular me abriu as portas do Clube Atlético Juventus. No início de 1970, o treinador da equipe feminina juvenil do clube, o Ademar, juntamente com nossa professora de educação física, a Rosália, buscavam novos jovens talentos para o esporte e davam oportunidade aos alunos de nossa escola que desejassem praticar o vôlei. Nestas seleções, fui escolhida e lá fui eu jogar voleibol pelo time juvenil B do Juventus. Estudava pela manhã e treinava à tarde, no clube. Participamos de vários campeonatos locais e até intermunicipais, conquistando algumas medalhas e troféus para o clube.
Bons tempos, aqueles.
Depois, passei para o segundo grau e tive de me despedir da escola querida que eu jamais esqueceria, por tantos bons aprendizados e tantas alegrias recolhidas.

Por Sonia Astrauskas

11 comentários:

Wilson Natale disse...

Soninha:
Num ti gosto mais! Você é muito "marvada"!
Eu que penso ter 35 anos (e acredito), por sua causa fui jogado de "popô" no passado... Ahahahahahaaaa!
Quando achei que você estudara no MMDC, não estava de todo errado. Antes de mudar para a Rua Cuiabá, o Colégio fora instalado no no local do seu colégio, onde ficou algum tempo. Aqui é que entra o pior: Estudei no MMDC quando ele ainda era na Av. Paes de Barros, no prédio do Pandiá Calógeras. E, putz! Sou contemporâneo da sede do Juventos (Não a velha, graças a Deus!Do tempo em que lá só havia mato no entorno e a famosa piscina era um buracão. Fui a muitas festas juninas lá... E a Rua Juventus, A Celso de Azevedo Marques era uma estrada no meio do nada.
Precisava me lembrar de tudo isso, precisava? Sua "marvada"!!! Ahahahahaaaaaaaaaaaa!
Ótimo texto e ótima lembrança!
Abração,
Natale

Miguel S. G. Chammas disse...

Amor, a princípio pensei em brigar com você pelo uso de minha marca registrada em textos "Memórias....", depois desisti de brgare resolvi cobrar direitos de marca. Então, pensei melhor e vi que se fizesse essa cobrança estaroa me prejudicando por tabela, quem iria pagar seria eu mesmo.
Resolvi não mais tomar qualqueratitude a não ser ler e me deliciar com sua narrativa.
Texto bem construido e ricamente acrescido de detalhes.
Adorei amor.

marcia ovando disse...

Boas lembranças!Acabei recordando dos jogos constantes de volei no meu querido colégio Alberto Levy.
abraço

Luiz Saidenberg disse...

Belas lembranças, Soninha, narradas com muita memória e emoção, em detalhes. Os bancos escolares, os jogos esportivos....deve ter sido uma infância muito feliz.E deve ter contribuido muitio para o que agora vc é.
Grande abraço.

joaquim ignacio disse...

Voltar à infância e a adolescência, mesmo que em devaneios às vezes, é bom, nos fortalece. As boas lembranças e as boas saudades são como um combustível que nos dá ânimo para continuar a tocar a vida: "como era bom no meu tempo de primário e ginásio... e, pensando bem, como as coisas continuam bem, apesar de tudo..."
Ave Sonia, Ignatius te saluta!

Modesto disse...

Sonia, o melhor da vida é ter estas lembranças, uma somatória de escola a esporte. Numa faze de recorrência as mais alegres e felizes brincadeiras, com colegas e amigos que a gente nunca esquece. Quanta felicidade, quanto bem estar, sem a preocupação das consequências inevitáveis que o passar dos anos nos trazem. Como é gostosa a juventude, como é bela a mocidade como é linda a vida nessa faze, meu Deus, se a gente soubesse.... Gostei da sua narrativa, querida, cheia de flúidos e devaneios consagradores, revelados nas entrelinhas desse lindo texto. Parabéns, Sonia.
Modesto

Zeca disse...

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Soninha!

Com que então, acabamos perdendo uma jogadora de volei para nossa Seleção?!?!?! Mas, foi-se a jogadora e ficou a mulher, cheia de qualidades, que consegue uninimidade quanto a ser querida por todos que têm o privilégio de conhecê-la!
E, saboreando as delícias do texto, não posso deixar de concordar com o fato de que, em outras épocas, o ensino público era muito superior ao privado! Quanta diferença!!! O que fizeram com nossas escolas?!?!?!

Beijos, com carinho.

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margarida disse...

Sonia, quando o assunto é escola, sou suspeita para falar, isto porque eu amo a "Escola", mesmo com todos defeitos que ela tem hoje, imagie então a de antigamente. Lendo seu texto, mais uma vez tenho claro para mim de como a escola é e foi importante para todos que a frequentam e frequentaram, principalmente pelas vivencias que dela desfrutamos.Adorei seu texto e todas as suas lembranças.Um grande beijo.

Arthur Miranda - Tutu disse...

Sonia, ainda bem que você não ficou no Volei, por que com aqueles fortes treinamentos, você não iria encontrar tempo para cuidar desse Blog, com o carinho que você sempre cuida, Mas é muito bom saber dessas suas qualidades esportivas, parabéns;

suely aparecida schraner disse...

Soninha,
você pintou com as cores da saudade esta época encantada da escola que engrandecia. Parabéns, muita paz e flores.

Sara disse...

Eu também tenho lembranças mágicas de minha escola. Eu tive muita diversão com meus amigos e tive um grande momento. Agora eu estou olhando para mover perto da minha escola, eu estou vendo vários imoveis em pirituba. Espero encontrar.