Pois bem, tinha meu cunhado, Arnaldo Passacantando, já falecido, trabalhando na Ligth, (seu único emprego na vida). Por coincidência, trabalhava lá, também o marido de minha prima Amália, o Rubens, que, às vezes, nós nos servíamos deles pra não ter que ir até o centro da cidade. Minha tia Izabel (já falecida), mãe da Amália, um dia esqueceu-se de pedir ao genro, Rubens, pra pagar a conta que vencia naquele dia. Pediu, então, ao filho de uma sobrinha dela, Toninho. Garoto esperto, vivo, inteligente, nem um pouco tímido. Há muitos anos que não o vejo, sei que hoje é um bom dentista. Ele recebeu instruções como chegar à Ligth, devia ter dez anos, mais ou menos, década de 50 pra 60.
A instrução da tia Belina, era pra ele chegar lá e perguntar pelo Rubens, dar a conta a ele que iria pagar. Não deu o dinheiro porque tinha receio que ele perdesse e depois acertaria com o genro. O Toninho chegou naquela bela entrada do prédio, só via gente atrás dos guichês. Não sabia o que fazer, de repente lhe vem à memória as instruções. Pôs as duas mãos em concha na boca e deu um tremendo de um berro:- “Eu quero falá co Rube, (pronunciava o nome do Rubens a moda dos italianos, o “R” era o “R” do urubu, (não carregava como se fosse dois erres), vocês entenderam, né, então...? - É o Rube da Belina, chama ele pra mim, pô, voceis son surdo?”
Veio o segurança, acalmou o Toninho, descobriu o andar em que o Rubens trabalhava e assim o Toninho foi pra casa, missão cumprida.
Por Modesto Laruccia
10 comentários:
Modesto, esse Toninho tava mais para Joãozinho (aquele sapeca). Tiro o Chapéu para ele mesmo não sendo o Raul Gil. E como o grito foi naquele saguão da Light, o eco deve ter deixado muita gente "chocada" Valeu modesto, essa narrativa renovou minhas "ENERGIAS" KKK.
Pois é Modesto, o Toninho gritou, berrou até e, então, deu-se a LUZ.
O Rube foi localizado e a conta paga.
E você, hoje, nos conta essa deliciosa passagem.
Parabéns mais uma vez!
Modesto, uma bela saida e de forma rapida para resolver o problema o, o Toninho foi esperto. Esta historia me fez rir....um beijo.
Pois é, Larù! I nóis tudo era assim. Afinale, num insinaru nóis qui quem tem bocca vai a Roma?!Intò nóis ponhava a bocca nu mundo!... Ahahahahaaaaaaaaaaaaaa!!!
Agora, depois disso tudo, o Rube deve ter morrido de vergonha. Vergonha tanta que, como dizia a italianada: Dava vontade di infiá a cara no ... de um asno i saí di fininho. Ahahahaaaaaaaaa!
I qui urpa tinha nóis, si era mais fácir gridà du qui ì atráis das coisa, n'è vè?
Intò io grito prá vuce: Larù da Myrtes, mi gostei muito du tuo texto!
Uns abraço bem pertado,
Natale das Mooca!
Ahahahahaaaaaaaaaaaaaa!!!
Parabéns pelo texto tão gostoso e espontâneo e, ue presença de spírit do Toninho, nénão?
Abraço do Ignacio
Caro Modesto, mais memórias dos pitorescos tempos- que não conheci-nos quais se pagavam as contas na própria Light. Devia dar mesmo muita confusão, como aquela sua e esta, bem divertida, do Toninho.
Detesto filas e pagamentos até hoje, então entendo bem o desespero do garoto. Abração.
Era mesmo assim. Quase trombei com o Toninho. Volta e meia eu, do alto dos meus 12 anos ia lá pagar a conta atrasada (e sozinha).Boas reminiscências. Eu gostei.
Olá, Modesto!
Ainda bem que tudo acabou bem para o Toninho!
Meu pai não nos deixava pagar este tipo de conta... Ele mesmo se encarregava disto.
Valeu, Modesto!
Obrigada.
Muita paz!
Modesto, estou de volta!!! eu também cheguei a pagar conta nos antigos guichês de metal dourado da antiga Light, parabéns pelo texto, abraços, Nelinho.
Modesto,
como sempre, um bom texto, escrito com humor e expontaneidade. Mas fora o recurso do Toninho, gostei mesmo foi da explicação sobre como se pronunciava o "R" de urubu... hehehe. Muito original e igualmente engraçada.
Parabéns!
Abraço.
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