domingo, 6 de janeiro de 2013

Memórias Noturnas

 
Os velhos têm em comum a perda do sono, ou melhor, a menor necessidade de muitas horas de sono.
Estou entrando nessa fase. Esta madrugada, por exemplo, acordei às 2:00h e não mais conseguia dormir. Ajustei, então, meu fone de ouvido (companheiro inseparável de todas as noites) e me pus a ouvir na Band FM (90.9 do dial), o Bandeirantes a Caminho do Sol, comandado pelo companheiro noturno, Zancopé Simões.
Na programação noturna da Bandeirantes, depois de encerrada a irradiação da “Hora do Brasil” que, por decisão da justiça, nessa rádio entra à zero horas, o Zancopé reprisa vários programas levados ao ar no dia anterior. Eu, quando acordado, ouço e me regalo em ouvir tais reprises.
Bem, nesta noite, devidamente desperto, passei a prestar atenção na reapresentação em curso. Era o programa “Você é Curioso?”, apresentado por Marcelo Duarte e Silvania Alves e ajudados pelo pesquisador musical Magalhães Junior.
Aproveitando a escolha da Bandeirantes pela vinheta para os eventos futebolísticos de 2013 e 2014, gravada pelo “Golden Boys”, o entrevistado era Ronaldo Correio Jose Maria, um dos componentes desse grupo vocalista que tanto me agradou desde 1958 e ainda continua me agradando.
Essa entrevista, me levou ao passado, como que por encanto, ouvi e me emocionei com os grandes sucessos do grupo, MICHELLE, FUMACÊ, CABEÇÃO, MEU ROMANCE COM LAURA, tantas melodias queridas, tantas lembranças cravadas no coração, que estavam amortecidas no coração, e que num triscar de dedos, voltavam, com força, povoar minhas emoções.
Lembrei o dia em que, no ano de 1958, eu adentrava o famoso Teatro Paramont, na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio e buscava o lugar que me cabia para assistir à revista musical de WALTER PINTO intitulada “TEM BUMBUMBUM NO BOBOBÓ”, mesmo com o pano de boca fechado pude perceber que ao lado esquerdo da ribalta, tinha sido instalado um pequeno espaço, como se uma frisa fosse.
Busquei justificativa para o dispositivo e achei no programa a explicação. O Golden Boys era formado pelos irmãos Ronaldo, Roberto, Renato e do “primo” Waldir. Nenhum deles tinha mais de 16 anos na época, mas contratados pela Companhia De Revistas, tiveram autorização especial para cantarem no espetáculo, desde que não tivessem qualquer contato com as cenas ou com as vedetes, com os artistas ou as coristas da companhia.
A saída, então, foi mantê-los confinados naquele pequeno espaço, olhando de frente para a plateia e tendo, além dessa visão, apenas a figura do maestro no fosso da orquestra. O Renato, por ser ainda menor de 14 anos, cantava encoberto por um pequeno biombo.
Explicação aceita sentei e me deliciei com as maravilhosas visões femininas do espetáculo, com o fundo musical devidamente entoado pelo querido quarteto musical.
O Golden Boys estão comemorando os 55 anos de existência do grupo que dignifica uma completa família musical, já que são irmãos do famoso Trio Esperança.
Foi, realmente, uma noite esplendorosa.
 
Por Miguel Chammas

11 comentários:

Soninha disse...

Oieeee...

Que bacana lembrar deste grupo musical tão querido e tão cantado na sua época.
Fiquei lendo o seu texto e cantarolando as canções.
Só lamento pela morte do Valdir Anunciação em 2004, um dos integrantes, né?! Que pena!
Valeu, Miguel!
Muita paz! bjssssss

Zeca disse...

Miguel!

Uma bela viagem ao passado, relembrando os velhos sucessos dos Golden Boys! Eles também encantaram a minha juventude que ocorreu um pouco depois; lá pela metade da década de sessenta. Deles, uma das músicas que mais me marcaram na época foi Alguém na multidão E do Trio Esperança, com os irmãos Mário, Regina e Evinha, cuja música Filme Triste embalou tantos bailinhos nas tardes de domingo. Depois, Evinha saiu do grupo e foi buscar, na França, o 1º lugar no Festival Internacional da Canção, cantando "Cantiga por Luciana", que estourou em todas as paradas de sucesso por aqui.
Obrigado por me trazer tão belas lembranças.

Abrção.

Bernadete disse...

Miguel,somente "Alguém como você na Multidão",usando ou não um "Casaco Marrom",para lembrar lembrou-se da "Festa do Bolinha"...Quanta saudade desse grupo!!! Eu ainda tive o prazer de conviver com o Renato e sua família,que moraram por 3 anos, aqui no meu condomínio. Um abraço.
Bernadete

Teresa disse...

Muito legal, Miguel. Esses "meninos" eram realmente bons e, se também tocassem, com certeza, seriam os Beatles brasileiros. E lembrei também que a primeira vez que os vi foi num filme da Eliana "Alegria de Viver"...

Teresa disse...

Retificando: o filme era Cala a Boca Etelvina, com Dercy Gonçalves. No Alegria de Viver, foi a primeira vez que vi Roberto Carlos.

margarida disse...

Miguel, que delicia relembrar dos Golden Boys.No meu tempo cantávamos muitas musicas deles lá na escola. Tinha um amigo que tocava o violão e nós eramos as vocalistas.Parabéns pra eles, merecedores desta homenagem.
PS: para dormir tome um chá de erva cidreira e coma alface, vai dormir rapidinho...rsrsr.

Miguel S. G. Chammas disse...

Marga, o chá de erva cidreira até que gosto, se acompanhado de pipocas...Alface??? tá me mandando pastar?????

Laru disse...

Embaladas recordações refletidas na vida norteada pela simplicidade e amor. Os movimentos musicais, da época, encontravam forte resistência por parte dos cantores e cantoras que ainda faziam sucesso. Marchinhas, sambas, boleros, samba-canção, valsas eram cultuados e as emissoras tinham um pouco de receio em se lançar suas programações nos novos embalos. Lembrança alvissareira, Miguel, parabéns.
Laru

margarida disse...

Miguel,kkkkkkkk, as vezes a gente pasta sim até aprender....rsrrs.
Salada no jantar: alface, tomate limão e azeite, nem precisa de sal.
Quer coisa melhor!
Um beijo amigo

Bernadete disse...


Miguel,não se assuste!A Margarida esqueceu de dizer,que um empadão de palmito,frango ou camarão,é um ótimo acompanhamento para essa saladinha.
Bom apetite.
Bernadete

Wilson Natale disse...

MIGUÉ, MIGUÉ:
E do Bububum no bóbóbó das vedettes, "num vai falá nada?!
Ahahahahaaaaaaaaaaaa!
Em 58 eu tinha 10. Golden Boys tem sabor e cheiro de Jovem Guarda - Teatro Record Consolação.Gostava e gosto demais deles.
Valeu a lembrança e o texto, claro!
Abração,
Natale