Estou
aqui imóvel, mudo, parado, praticamente estacionado diante de um computador,
mais parado e mais calado do que eu. Se falo, ele não responde. Se responde, eu
não o ouço.
Eu, com o
braço machucado, disfarço a dor que sinto e tento em vão escrever algo, um
texto uma história, algo que possa enviar para que amigos leiam.
Mas...
Continuo sentado, calado, como um cheque sustado, detido, interrompido, sem
idéias na cabeça e assim, feito uma besta, escrevo o pouco que me vem a cabeça.
Penso em
minha cidade, minha São Paulo querida, onde passei 38 anos de minha vida, de
onde estou ausente por 35 anos, e quando as vezes a visito, vejo-a toda mudada.
Pego um
ônibus e vou rodando pela cidade, em direção ao famoso bairro da Lapa, passo
pela Turiassú e vejo o Palestra Itália, totalmente revirado, parece que uma
bomba destruiu o estádio.
O ônibus
Vila Penteado avança pela Rua Guaicurus, vejo estarrecido, pela janela do
ônibus, vários quarteirões de casas todas vazias e pichadas, lugares que quando
jovem muitas vezes andei , agora abandonados feito as ruas de uma cidade
fantasma.
E assim,
minha mente vai seguindo em frente, descrente de encontrar qualquer assunto,
implorando igual a um mendigo, por alguma história, ou então, alguma idéia da
memória desse meu computador super capaz, que armazena diariamente milhões de
idéias, mas, também, é o maior idiota que eu conheço, porque não é capaz de
escrever nada sem necessitar de mim.
Eu,
querendo falar de São Paulo, por incrível que pareça só me vem o Corinthians na
cabeça.
Gostaria
de estar agora em São Paulo, andar pela Paulista, Brooklin, Vila Olímpia, Santo
Amaro, Itaim, visitar o Mário, o Estan, o Aucideme, o Saidenberg. Ir até o
Ipiranga bater um papo com o Nelinho, falar com a Margarida, a Bere, o Laer.
Tirar a Praia Grande lá do litoral, trazê-la agora mesmo para a nossa Capital,
junto com o Miguel também a Sonia, buscar o Zeca, o Falcon e toda a turma do
encontro das Redondas .
Fazer um
encontrão só de amigos que gostam de São Paulo, então mostrar para o Brasil
inteiro que nós estamos hoje lado a lado. Porque essa Metrópole tão bonita,
nesse Blog por todos nós muito querido, dia após dia vai unindo um pouquinho
mais a gente.
Quero
mudar de lugar o meu computador, talvez em outro canto eu não sinta tanto a dor
no Braço, que agora até parece não estar doendo muito.
Abraço o
meu computador nos meus braços e quando dou o primeiro passo, percebo que estou
mesmo... COMPUTADOR
Por Arthur
Miranda (tutu)
22 comentários:
Tutu meu grande amigo, é como eu digo sempre: "tem dia qui di noite é assim mesmo" rsrsrsrs
Vc falou dos caminhos para a Lapa e eu, outro dia, levei tremendo susto, exatamente no dia das redondas na Freguesia, resolvemos pernoitar em um Hotel (ou seria Motel?) acho que era os dois. Cheguei a Sampa no terminal Tietê, peguei o Metrô, fui até o terminal Barra Funda e dalí peguei um taxi para o HoMotel. Depois de algumas voltas, ficamos bem defronte aos salões do UNIÃO FRATERNA onde dancei muito na minha mocidade e onde, ainda hoje, meu amigo Wanderley promove seus bailes da
3a.idade às 2as. feiras.
Que tristeza, um espaço tão bonito e cativante internamente e, externamente, totalmente depedrado, pixado de tinta preta. Foi uma decepção.
Enfim, a educação não bateu, ainda, no berço dos pixadores....
Olá, Arthur!
Texto delicioso!
É tão bacana esta sua relação com Sampa...Seu amor pela cidade e seu modo de dizer sobre sua amizade forte com todos os amigos autores!
Fiquei emocionada com tudo!
Valeu o seu passeio... Fomos com você!
Obrigada, Tutu!
Muita paz!
Fico pensando qdo o braço estiver bom, as maravilhas que posso vir a ler. Se com essa dor já gostei de ler, vou esperar melhorar. Mas não deixe de escrever mesmo com dor, tô achando que ela foi uma fonte de inspiração das melhores.
Abraços
.
Arthur!
COMPUTADOR ou sem COMPUTADOR, com o auxílio do computador, ou à mão mesmo - imagino - você sempre cria belos e deliciosos textos que leio com prazer.
Este, um passeio por um dos muitos braços desta cidade amada - e vilipendiada - me trouxe à memória várias histórias que por lá vivi. Nada que mereça um texto, mas histórias que fazem parte da minha vida, da minha formação. E desde sempre, jamais vi esta amada cidade tão pixada, tão mal tratada!
E assim, mesmo não estando COMPUTADOR, sinto um aperto no peito e o coração fica... COMPUTADOR!
E uma das razões é que estive em Sampa até ontem e, por compromissos em outra cidade - nesta onde vivo, onde tenho minhas estruturas - precisei voltar, não podendo ficar até a próxima semana e curtir com vocês um novo encontro, uma nova confraternização. Isso, sim, me deixa... COMPUTADOR!
Abraço
.
Belo texto, Arthur. A verdade é que todo que vivem distantes de Sampa têm uma saudade imensa, pois é uma relação amorosa eterna!
grande abraço
Meu caro Tutu, que aconteceu ao teu braço?
Será a dor de não poder abraçar, como queria, toda esta cidade descomunal e os bons amigos do site, visitando-os em seus bairros?
O braço contorceu-se sobre si, numa chave digna de um lutador de aikido, num abraço impossível? Ânimo, amigo. Relaxe, as dores todas do mundo incomodam, mas passam. E logo só faltará correr para o abraço da sua torcida!
Arthur:
Computador no braço, voce só pode estar sofrendo de KOTÔ: Computador de kotovelo... (risos)
Liga não! Manda um beserol goela abaixo e vai em frente.
Rever a cidade é coisa séria. Eu prefiro revisitar a cidade: lugares em que estive, o que fiz por lá... Rever, olhar a cidade, somente quando se faz necessário, para uma crítica ou comparação.
Belo texto escrito por que está computador, sentado à frente do computador.
Abração,
Natale
o comentário que diz:
....relação amorosa eterna é meu, acho q cliquei errado na hora de enviar
abraço
Amigos com todo esse carinho recebido.
Vou esticar bem o meu braço e copiando o Saidenberg, vou deixar um carinhoso abraço a todos vocês, dos quais sou muito grato, Aquele Abraço.
Até dia 26 no encontro anual.
ET. Vocês notaram como o Lula careca ficou parecido com aquele jurado do Programa Ele dança Ela dança, um tal de João, (que eu atualmente estou obrigado a assistir), por que o nosso professor de dança ( meu e da Denise), participou e não sabe quando vai entrar no ar ( o programa é um Mundo Cão dançante).
todas as quartas feiras no SBT.
Arthur, 20 ou 30 anos atrás você não poderia fazer os trocadilhos que fez com a palavra COMPUTADOR, não por uma censura de um DIP redivivo, mas simplesmente porque o termo usado era CÉREBRO ELETRÔNICO, lembrança daqueles antigos seriados da RKO, com seus cientistas loucos, com faíscas de Tesla e uma miríade de lampadas acendendo e apagando...
Mas vc, garotão,não deve ter conhecido essas coisas nem assistido à esses filmes, não eram do seu tempo, são de tempos bem anteriores.
Em todo caso, parabéns pelo texto e cuide dessa epicondilite (nome feio, heim?)
Abraço do Ignacio
Arthur, estou de volta. Você diz que querendo falar de São Paulo (a nossa cidade, pelamordeDeus!, não aquele 'crube'), só consegue pensar no Corinthians; isso vem quase que confirmar a Hipotese Diagnóstica clássica de SAPC (Síndrome de Amor pelo Corinthians). Felizmente os transtornos causados são incuráveis e a epicondilite ou epicondilalgia são sintomas adquiridos através de interação com microorganismos verdes, tricolores ou infecção provocada por prsença de bactérias que se encontram em peixes.
Nada para se preocupar; minha falecida avó, D. Lazinha, dizia: Quando casar sara!
Reabraços
Ignacio
Não Ignácio, acabo de ter um diagnostico de um especialista do SUS, Serviço de Usar o Semelhante. Estou mesmo e com Vascante aguda, doença muito comum entre os cariocas, principalmente os Flamenguistas, e que atualmente deu para atacar também paulistas e paulistanos, Mas que estará com seu vírus isolado, logo depois do jogo de logo mais no final da tarde desse Domingo.
Ahhh, é assim, né, Tutu. Qures encontrar todo mundo, menos o Modesto. Mas, não há de ser nada, "come diceva nono nono, la vendeta sara bruta". Vai na Lapa, Bixiga, vai ver o Falcon em Itaquera, vai no Brooklyn "beijar" o Mario, vai na praia pegar o Miguel mas, uma passadinha no meu parque Continental, nada. Um baccio in testa.
Modesto
Esse anônimo, com certeza, é o velho e inrregível Modesto Laruccia.
Vai chorar assim lá no Parque Continental.
Reclamar e chorar é com ele mesmo.
O Imperador Romano, Júlio Cesar, ao ser "furado" por seu protegido, disse antes de morrer:"Até tu, Miguel"
"Piangere e la piu bela cosa che fa molta satisfazione"
Miguel, esqueci de colocar meu nome no pequeno retângulo. Mas, o comentário está assinado. Agora, eu não sabia que o Tutu tinha um rsceptor dos comentários. Vou me queichar (ou queixar, sei lá...)com minha chefe, Sonia Astrauskas. Exijo uma resposta do Tutu. Quem tem 80 anos não é chorão, apenas faz uso de suas prerrogativas, direito adquerido pelo estatuto dos idosos. Se nesta visita virtual, Tutu, vc vier ao p. Continental, serás recebido pela Sinfônica Virtual e pelo fabuloso Coro Virtual, acompanhado por um bom churrasco (virtual)e as mais finas iguarias, todas da mesma família, "OS VIRTUAIS". Convide, também o Miguel, "virtual", que o Modesto te receberá de brassos abertos, sempre dentro do mais respeitoso conceito VIRTUAL. Parabéns, Arthur (esse é o único termo que não é virtual, é sincero.
Modesto (nome simples mas, legítimo, não é anônimo)
Ao Modesto, amado amigo!
Você é maravilhosoooooooo e nós todos te amamos muito!
Muita paz! bjssssss
Modesto, Você sabe que eu jamais te esqueceria,mas acho que foi a dor no braço, na realidade eu gostaria de estar mesmo, era com todos vocês meus queridos amigos e aproveito para pedir desculpas por todos os que não foram citados no texto, a partir desse momento considerem-se citados com muito e enorme carinho. Dia 26 estaremos todos juntos.
Arthur, espero que seu braço tenha melhorado.Reunir os grandes amigos é sempre muita alegria. Que seu sonho se realize. Um grande abraço.
Arthur, peguei "carona" no teu passeio por esta São Paulo que apesar das mazelas ainda é maravilhosa, comungo com a sua idéia de reunirmos-nos todos num grande abraço (sem dor no braço), parabéns pelo texto caro amigo, Leonello Tesser (Nelinho).
Arthur, peguei "carona" no teu passeio por esta São Paulo que apesar das mazelas ainda é maravilhosa, comungo com a sua idéia de reunirmos-nos todos num grande abraço (sem dor no braço), parabéns pelo texto caro amigo, Leonello Tesser (Nelinho).
Arthur, peguei "carona" no teu passeio por esta São Paulo que apesar das mazelas ainda é maravilhosa, comungo com a sua idéia de reunirmos-nos todos num grande abraço (sem dor no braço), parabéns pelo texto caro amigo, Leonello Tesser (Nelinho).
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