São Paulo é dor, é barro e muita lama.
E todo ano vive esse mesmo drama
Que a caprichosa natureza sempre trama
Dificultando a vida paulistana.
Tento pensar, porém eu não consigo;
O que eu faria se vivesse tal castigo?
Ano após ano o povo todo já espera
Essa enxurrada que a todos atropela.
O pobre reza, faz promessa aos santos apela.
Quando vê essa enchente perto dela.
Tento pensar, porém eu não consigo;
O que eu faria se vivesse tal castigo?
Eu sofro, passo mal e sinto um frio,
Ao ver a Marginal virar um rio.
Parece que a natureza se desforra
De tudo que sofreu até agora.
Tento pensar, porém eu não consigo;
O que eu faria se vivesse tal castigo?
E assim, toda a nossa paulicéia
Vai vivendo essa triste odisséia.
São Paulo sofre todo ano essas enchentes,
Que põe em risco a vida de muita gente
Tento pensa,r porém eu não consigo;
O que eu faria se vivesse tal castigo?
O noticiário da TV aumenta mais o drama
Das famílias no meio daquela lama.
O que fazer? Fugir? Correr?
Ou esperar dentro de casa e morrer?
Tento pensar, porém eu não consigo;
O que faria se vivesse tal castigo?
Em fevereiro ou março vem o carnaval
E tudo isso volta ao seu normal.
A cidade veste nova fantasia
E esquecida, entra toda na folia.
Por Arthur Miranda (tutu)
E todo ano vive esse mesmo drama
Que a caprichosa natureza sempre trama
Dificultando a vida paulistana.
Tento pensar, porém eu não consigo;
O que eu faria se vivesse tal castigo?
Ano após ano o povo todo já espera
Essa enxurrada que a todos atropela.
O pobre reza, faz promessa aos santos apela.
Quando vê essa enchente perto dela.
Tento pensar, porém eu não consigo;
O que eu faria se vivesse tal castigo?
Eu sofro, passo mal e sinto um frio,
Ao ver a Marginal virar um rio.
Parece que a natureza se desforra
De tudo que sofreu até agora.
Tento pensar, porém eu não consigo;
O que eu faria se vivesse tal castigo?
E assim, toda a nossa paulicéia
Vai vivendo essa triste odisséia.
São Paulo sofre todo ano essas enchentes,
Que põe em risco a vida de muita gente
Tento pensa,r porém eu não consigo;
O que eu faria se vivesse tal castigo?
O noticiário da TV aumenta mais o drama
Das famílias no meio daquela lama.
O que fazer? Fugir? Correr?
Ou esperar dentro de casa e morrer?
Tento pensar, porém eu não consigo;
O que faria se vivesse tal castigo?
Em fevereiro ou março vem o carnaval
E tudo isso volta ao seu normal.
A cidade veste nova fantasia
E esquecida, entra toda na folia.
Por Arthur Miranda (tutu)
8 comentários:
Beleza, Arthur!
Tantos porquês nestes seus versos concreto,tentando entender o movimento desta cidade.
Eu sou contemporâneo das cheias do Rio Tamanduateí. Tempo em que, quem estava na cidade, não voltava para a Mooca. E vice-versa.
Com isso, acabei or entender alguns porquês: Impermeabilizaram a cidade, tiraram o direito dos rios e córregos de inundar suas várzeas. No afâ do crescimento a cidade canalizou sua bacia hidrográfica.
Os políticos vão fazendo o seu trabalho visando obras que aparecem, pois sabem que obras sob a terra não dá voto.
E o povo ainda é deseducado políticamente - não se interessam em conhecer quem é, realmente, um cadidato. Vota-se "pelos lindos olhos deles", como dizia o meu pai.
O povo, então, não liga a mínima em fazer sua parte para manter a cidade limpa: Cuidar do próprio lixo.
E as leis não são cumpridas de forma a impedir que se faça uso de terra de risco.
E os políticos, pelos votos, não fazem nada, deixando o povo fazer o que quer e não como a cidade quer.
Que se cumpra a lei, que se eduque a população para que não haja toneladas e toneladas de lixo entupindo os esgotos.
Todos esquecemos que São Paulo é uma cidade serrana por excelência e que seu solo é permeabilíssimo.
E os governantes esqueceram de corrigir os erros dos primeiros urbanizadores. Esqueceram que o Tamanduatei inundava as suas margens, mais de 600 metros, O Tietê, quase 1Km.
Então temos uma cidade cujo solo não "bebe" as águas da chuva; que os esgotos não comportam o volume de água; que os rios e córregos estreitados,não comportam o volume dos esgotos; que o povo enche de lixo e detritos as ruas entupindo bueiros.
E você tem razão. Vem a folia e o povo esquece. O lixo acumulado acumula-se mais. Os políticos já esquecidos de tudo, esquecem mais.
E o retrato que fica é exatamente esse da sua poesia.
Abração,
Natale
Arthur, vou ser breve no meu comentário. Não quero ser prolixo, nem quero ser inconsequente.
É muita água sim, é muita enchente.
Sofro, pois sei que essa água toda não pode ser misturada à cevada para produzir o líquido que, gelado, nos deixa com este abdómem gigantesco.
Se cerveja fosse o final dessa enchente, teriamos um monte de bêbados reclamando sua falta nas estiagens.
Desculpe a brincadeira; hoje amanheci meio zureta.
PS: O comentário anterior foi excluido para acertos de digitação.
Todo ano, sempre igual. Ou pior. Belos versos, Arthur, mas todo mundo fica se guardando para quando o Carnaval chegar, como canta Chico. Mas Gonzaguinha replica: - e se acabarem com seu Carnaval?
Abraços.
Poético e suave estilo de marcar uma situação que São Paulo vive todos os anos. Vamos aguardar que o poder municipal resolva fazer transformações que impedem o Tutu de versar sobre estes eventos e nos brindar com seu lirismo em fatos menos tristes. Bela poesia, Arthur, parabéns.
Modesto
Artur,
muito já se falou (se fala) das causas e consequências destas anuais enchentes. Mas eu nunca tinha lido um poema tão bem construido que tratasse a questão com lirismo e beleza.
Parabéns!
Beijo!
Olá, Arthur!
Que dor em nossa alma por ver tantas vidas destruidas pelas chuvas, enchentes, deslizamentos e uma infinidade de catástrofes pelas quais a humanidade tem passado...
Sampa também regisra em sua história e desde muito tempo,estas situações.
Seu texto poético é lindo, mas não nos tira a tristeza anual por conta das enchentes.
Valeu, Arthur!
Obrigada.
Muita paz!
Arthur,
se nossos governantes tivessem um mínimo do lirismo que você colocou em seu poema, eles certamente se empenhariam em resolver ou, pelo menos minimizar esse enorme problema de todos os anos. E se o povo deixasse de esperar pelo carnaval e fizesse a sua parte, não entupindo ruas, terrenos baldios e os já tão maltratados córregos e rios com seu lixo, pequena parte desse problema estaria resolvida. É um conjunto de medidas, a maior parte delas de responsabilidade do governo (uma parcela do povo), que conseguirá mudar esses versos e dar um pouco de paz à população, que é quem mais perde. Sempre.
Aí, sim, todos poderiam entrar na folia para a merecida diversão. Sem a angústia da perda, muitas vezes de todo um patrimônio conseguido ao longo de uma vida.
Parabéns pelo poema!
Abraço.
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