Como já disse antes, durante minha infância minha família mudou tanto de casa que éramos apelidados pelos parentes de “família de ciganos”. Quando voltamos do Jabaquara para Guarulhos, fomos para uma casa que ficava numa rua em frente à estação de trem, no bairro Gopoúva. Era uma casa gostosa, assobradada, com um enorme quarto (onde guardávamos nossos brinquedos, nos reuníamos para brincar e para estudar) e uma garagem na parte de baixo.
A rua dessa casa era de terra batida e seguia lateralmente à linha do trem. Logo fizemos amizade com os vários filhos do chefe da estação e adorávamos brincar nos trens que ficavam estacionados ao lado da casa deles. Nos vagões, quando o trem encostava, encontrávamos muito lixo e foi num desses vagões que vimos, pela primeira vez, um cigarro de filtro. Meu pai fumava, mas o cigarro dele (Continental) não era de filtro; aliás, a maioria dos cigarros que víamos era sem filtro. Quando encontramos “aquilo” no vagão, ficamos curiosíssimos e queríamos saber de qualquer maneira o que era. O Tinho, o irmão mais velho do Baldo, do Tico, da Peta e da Norminha, tinha quinze anos e era nosso ídolo, pois mesmo sendo bem mais velho que todos, era brincalhão e conversava bastante com a gente. Então, consultado sobre o que seria aquilo, foi categórico: ‘é maconha!‘ Levamos o maior susto e, como naquele tempo o maconheiro era sinônimo de bandido, ficamos morrendo de medo e enterramos o filtro de cigarro, evitando até tocar no assunto dali para frente. Claro que não deixamos de brincar nos vagões e de recolher todos os objetos estranhos que encontrávamos. Mas, quando víamos um filtro de cigarro, corríamos contar para o Tinho e hoje, imagino o quanto aquele rapaz riu da gente!
Naquela época eu estudava em um colégio pago, no bairro Vila Galvão, e todos os dias, ia e voltava de trem. Nunca enjoei do trem e, até hoje, se houver alguma oportunidade, entro no trem, feliz como uma criança. Às vezes, eu e meu irmão tomávamos o trem e íamos até a estação de Guarulhos, que era duas estações adiante da que ficava em frente à nossa casa. Apenas pelo prazer do passeio!
Havia um posto do correio perto de casa e a “dona” do correio, que era amiga da minha tia, me convidou para trabalhar com ela. Era o seguinte: todas as manhãs, por volta de nove horas, eu pegava no posto um malote com a correspondência e o levava até a estação, onde seria trocado por outro, no trem das dez. Levava o outro malote até o posto e era só. Para isso ela me ofereceu um “salário” enorme, tanto que eu jamais havia tido aquela soma nas mãos. Como estudava à tarde, aceitei e não contei nada para meus pais. Apenas trabalhei o mês todo e, quando recebi aquela bolada, comprei presentes para todo mundo em casa e, à noite, feliz da vida e todo orgulhoso, dei a cada um o seu presente. Meus pais ficaram doidos e quiseram saber onde eu havia arranjado tanto dinheiro. Quando lhes disse onde, minha mãe ficou mais doida ainda e, no dia seguinte, não foi trabalhar e foi até o posto do correio discutir com a Dona Tereza que jamais deveria ter feito aquilo sem a autorização dos pais de uma criança (e eu já tinha 11 anos!). Depois de discutir com a mulher, voltamos para casa onde foi a minha vez de ouvir o maior sermão e até levar umas palmadas “para aprender a não fazer, nunca mais, nada sem contar em casa.”
Os meses se passaram e nós continuávamos brincando nos vagões estacionados e a recolher objetos estranhos. Só que, na escola, acabei sabendo que aquela “coisa” que havíamos encontrado era filtro de cigarro. Fiquei furioso com o Tinho e contei para a meninada. Depois disso, eu e o Baldo, que tinha a mesma idade que eu, fomos até a padaria e compramos um maço de cigarros com filtro. Voltamos com o nosso troféu e, vitoriosos, acendemos um cigarro cada um, quase morrendo engasgados logo na primeira tragada. Mas teimosos, logo aprendemos a puxar a fumaça e soltá-la (não sabíamos tragar) e nos sentíamos os tais “fumando” com todos os gestos que víamos nossos pais fazendo. Arranjamos um esconderijo para o maço de cigarros e todas as tardes acendíamos nossos cigarros e os fumávamos, para espanto dos nossos irmãos, que, por serem mais novos, não tinham coragem para tanto. E não contamos nada para o Tinho, que já não contava mais com nossa confiança nem com nossa admiração.
Nessa época eu era viciado em álbuns de figurinhas. Aliás, toda a molecada era. Mas, eu me virava melhor; vendia gibi na feira, fazia quadrados (pipas) e balões para vender, enfim, tinha tino comercial e sabia ganhar dinheiro. Então, tinha mais dinheiro para comprar figurinhas e conseguia encher os álbuns mais rapidamente. Cheguei a ganhar alguns prêmios que eram distribuídos na época, como bola de capotão, liquidificador, boneca (que dei para a minha avó colocar sobre a sua cama) e alguns outros. Mas, o melhor de todos foi a bicicleta! Era uma Monark vermelha, linda e com breque de mão! A que eu tinha, era velha, verde esquisito e descascado e com breque no pé. As dos meus amiguinhos não eram muito diferentes. Sei que a minha Monark era o sonho de consumo de todo mundo. E como sempre fui bonzinho, deixava os amigos darem umas voltinhas (só na rua de casa) na minha bicicleta. Uma tarde fui com o Baldo até o alto de uma subida que havia na rua de casa e lá trocamos de bicicleta. Ele desceu na minha e eu na dele, a toda velocidade, pra ver quem ganhava a corrida. Eram uns duzentos metros até a avenida que passava no fim da nossa rua. Minha avó, na janela do quarto, assistia nossas brincadeiras inocentes, já que nossa rua não tinha movimento e toda a molecada estava nas calçadas, torcendo por um de nós dois. Só que, na hora de frear, acostumado com o freio de mão da minha bicicleta, eu não consegui frear a bicicleta do Baldo e atravessei a avenida, entre um caminhão de um lado e um ônibus do outro. Do outro lado, uma construção com uma cerca alta. Resultado: os dois veículos bateram de frente (não foi grave, pois não estavam em alta velocidade) e eu fiquei pendurado no alto da cerca da construção, pelo braço, preso no arame farpado. Minha avó quase morreu de susto e a mãe do Baldo foi correndo socorrer o filho, mas acabou socorrendo a mim, pois ele conseguiu frear e não atravessou a avenida. Vários pontos dados pelo “seu” Armando Farmacêutico, curativos diários e braço na tipóia por muitos dias, além da proibição de andar de bicicleta, que ficava presa com cadeado no quartinho ao lado da garagem e eu, tentando de todas as formas abrir aquele cadeado, sem sucesso algum.
Um dia, voltando da escola, vi meu pai na varanda de casa, todo remendado. Ele tinha vários curativos, nos braços, na cabeça, no rosto e no nariz. Assustado, quis saber o que havia acontecido e soube que ele havia saído para dar um passeio de bicicleta e acabou caindo no meio da rua, se machucando todo. Confesso que ri por dentro e pensei: “bem feito, quem manda me proibir de andar de bicicleta e sair por aí, ainda mais com a minha bicicleta!” Só que esse gostinho de vingança acabou sendo amargo! No dia seguinte, um sujeito que eu nunca tinha visto, apareceu e levou a minha bicicleta. Meu pai a havia vendido! E eu só voltei a ter outra bicicleta depois de adulto, quando comprei uma. Dessa vez uma Calói, mas vermelha como a saudosa Monark.
Muitas outras coisas continuaram acontecendo e meu irmão e eu fomos crescendo! Daquela casa, em frente à estação de trem, nos mudamos ainda uma vez mais e, dessa vez, permanecemos na mesma casa por muitos anos. Foi lá que passei minha adolescência, até o dia em que a vida me levou de volta para São Paulo, onde me tornei adulto, embora jamais tenha deixado de viver gostosamente todas as aventuras que aparecessem.
Por Zeca Paes Guedes
A rua dessa casa era de terra batida e seguia lateralmente à linha do trem. Logo fizemos amizade com os vários filhos do chefe da estação e adorávamos brincar nos trens que ficavam estacionados ao lado da casa deles. Nos vagões, quando o trem encostava, encontrávamos muito lixo e foi num desses vagões que vimos, pela primeira vez, um cigarro de filtro. Meu pai fumava, mas o cigarro dele (Continental) não era de filtro; aliás, a maioria dos cigarros que víamos era sem filtro. Quando encontramos “aquilo” no vagão, ficamos curiosíssimos e queríamos saber de qualquer maneira o que era. O Tinho, o irmão mais velho do Baldo, do Tico, da Peta e da Norminha, tinha quinze anos e era nosso ídolo, pois mesmo sendo bem mais velho que todos, era brincalhão e conversava bastante com a gente. Então, consultado sobre o que seria aquilo, foi categórico: ‘é maconha!‘ Levamos o maior susto e, como naquele tempo o maconheiro era sinônimo de bandido, ficamos morrendo de medo e enterramos o filtro de cigarro, evitando até tocar no assunto dali para frente. Claro que não deixamos de brincar nos vagões e de recolher todos os objetos estranhos que encontrávamos. Mas, quando víamos um filtro de cigarro, corríamos contar para o Tinho e hoje, imagino o quanto aquele rapaz riu da gente!
Naquela época eu estudava em um colégio pago, no bairro Vila Galvão, e todos os dias, ia e voltava de trem. Nunca enjoei do trem e, até hoje, se houver alguma oportunidade, entro no trem, feliz como uma criança. Às vezes, eu e meu irmão tomávamos o trem e íamos até a estação de Guarulhos, que era duas estações adiante da que ficava em frente à nossa casa. Apenas pelo prazer do passeio!
Havia um posto do correio perto de casa e a “dona” do correio, que era amiga da minha tia, me convidou para trabalhar com ela. Era o seguinte: todas as manhãs, por volta de nove horas, eu pegava no posto um malote com a correspondência e o levava até a estação, onde seria trocado por outro, no trem das dez. Levava o outro malote até o posto e era só. Para isso ela me ofereceu um “salário” enorme, tanto que eu jamais havia tido aquela soma nas mãos. Como estudava à tarde, aceitei e não contei nada para meus pais. Apenas trabalhei o mês todo e, quando recebi aquela bolada, comprei presentes para todo mundo em casa e, à noite, feliz da vida e todo orgulhoso, dei a cada um o seu presente. Meus pais ficaram doidos e quiseram saber onde eu havia arranjado tanto dinheiro. Quando lhes disse onde, minha mãe ficou mais doida ainda e, no dia seguinte, não foi trabalhar e foi até o posto do correio discutir com a Dona Tereza que jamais deveria ter feito aquilo sem a autorização dos pais de uma criança (e eu já tinha 11 anos!). Depois de discutir com a mulher, voltamos para casa onde foi a minha vez de ouvir o maior sermão e até levar umas palmadas “para aprender a não fazer, nunca mais, nada sem contar em casa.”
Os meses se passaram e nós continuávamos brincando nos vagões estacionados e a recolher objetos estranhos. Só que, na escola, acabei sabendo que aquela “coisa” que havíamos encontrado era filtro de cigarro. Fiquei furioso com o Tinho e contei para a meninada. Depois disso, eu e o Baldo, que tinha a mesma idade que eu, fomos até a padaria e compramos um maço de cigarros com filtro. Voltamos com o nosso troféu e, vitoriosos, acendemos um cigarro cada um, quase morrendo engasgados logo na primeira tragada. Mas teimosos, logo aprendemos a puxar a fumaça e soltá-la (não sabíamos tragar) e nos sentíamos os tais “fumando” com todos os gestos que víamos nossos pais fazendo. Arranjamos um esconderijo para o maço de cigarros e todas as tardes acendíamos nossos cigarros e os fumávamos, para espanto dos nossos irmãos, que, por serem mais novos, não tinham coragem para tanto. E não contamos nada para o Tinho, que já não contava mais com nossa confiança nem com nossa admiração.
Nessa época eu era viciado em álbuns de figurinhas. Aliás, toda a molecada era. Mas, eu me virava melhor; vendia gibi na feira, fazia quadrados (pipas) e balões para vender, enfim, tinha tino comercial e sabia ganhar dinheiro. Então, tinha mais dinheiro para comprar figurinhas e conseguia encher os álbuns mais rapidamente. Cheguei a ganhar alguns prêmios que eram distribuídos na época, como bola de capotão, liquidificador, boneca (que dei para a minha avó colocar sobre a sua cama) e alguns outros. Mas, o melhor de todos foi a bicicleta! Era uma Monark vermelha, linda e com breque de mão! A que eu tinha, era velha, verde esquisito e descascado e com breque no pé. As dos meus amiguinhos não eram muito diferentes. Sei que a minha Monark era o sonho de consumo de todo mundo. E como sempre fui bonzinho, deixava os amigos darem umas voltinhas (só na rua de casa) na minha bicicleta. Uma tarde fui com o Baldo até o alto de uma subida que havia na rua de casa e lá trocamos de bicicleta. Ele desceu na minha e eu na dele, a toda velocidade, pra ver quem ganhava a corrida. Eram uns duzentos metros até a avenida que passava no fim da nossa rua. Minha avó, na janela do quarto, assistia nossas brincadeiras inocentes, já que nossa rua não tinha movimento e toda a molecada estava nas calçadas, torcendo por um de nós dois. Só que, na hora de frear, acostumado com o freio de mão da minha bicicleta, eu não consegui frear a bicicleta do Baldo e atravessei a avenida, entre um caminhão de um lado e um ônibus do outro. Do outro lado, uma construção com uma cerca alta. Resultado: os dois veículos bateram de frente (não foi grave, pois não estavam em alta velocidade) e eu fiquei pendurado no alto da cerca da construção, pelo braço, preso no arame farpado. Minha avó quase morreu de susto e a mãe do Baldo foi correndo socorrer o filho, mas acabou socorrendo a mim, pois ele conseguiu frear e não atravessou a avenida. Vários pontos dados pelo “seu” Armando Farmacêutico, curativos diários e braço na tipóia por muitos dias, além da proibição de andar de bicicleta, que ficava presa com cadeado no quartinho ao lado da garagem e eu, tentando de todas as formas abrir aquele cadeado, sem sucesso algum.
Um dia, voltando da escola, vi meu pai na varanda de casa, todo remendado. Ele tinha vários curativos, nos braços, na cabeça, no rosto e no nariz. Assustado, quis saber o que havia acontecido e soube que ele havia saído para dar um passeio de bicicleta e acabou caindo no meio da rua, se machucando todo. Confesso que ri por dentro e pensei: “bem feito, quem manda me proibir de andar de bicicleta e sair por aí, ainda mais com a minha bicicleta!” Só que esse gostinho de vingança acabou sendo amargo! No dia seguinte, um sujeito que eu nunca tinha visto, apareceu e levou a minha bicicleta. Meu pai a havia vendido! E eu só voltei a ter outra bicicleta depois de adulto, quando comprei uma. Dessa vez uma Calói, mas vermelha como a saudosa Monark.
Muitas outras coisas continuaram acontecendo e meu irmão e eu fomos crescendo! Daquela casa, em frente à estação de trem, nos mudamos ainda uma vez mais e, dessa vez, permanecemos na mesma casa por muitos anos. Foi lá que passei minha adolescência, até o dia em que a vida me levou de volta para São Paulo, onde me tornei adulto, embora jamais tenha deixado de viver gostosamente todas as aventuras que aparecessem.
Por Zeca Paes Guedes
8 comentários:
Zeca, lendo sua linda historia voltei a idade de 14 anos, acho que na época todos nós vivemos coisas quase identicas, tive também uma monark vinho e também com os tais "amigos" encondi maços de cigarros que levaram-me a uma longa dependencia deles, para aprender a fumar leva-se algumas horas,para deixar de faze-lo as vezes uma vida, ainda bem que já fazem uns vinte anos que eu me afastei dessa maldição chamada Tabaco. Parabéns pelo delicioso texto texto que no final nos deixa uma vontade de continuar lendo,
Zecamigo, eu tambem tive aventuras semelhantes. Não ganhei nunca uma bicicleta, minha oportunidade de ganha-la foi aproveitada por uma prima, mas isso é uma outra historia e um dia conto.
Fumar tambem fumei escondido desde os 12 anos, como disse o Tutu, só muitos anos depois consegui largar o cigarro. Hoje, como dizem os NA estou limpo há mais de 25 anos.
Suas aventuras me fazem retornar ao passado, conte mais!
Caro Zeca, que belo relato de uma aventurosa infância, ou início de adolescência. Sua memória, espantosa, relata as proezas com a precisão de acontecido ontém. Qual a criança de cidade grande atualmente, que poderia dar-se a tais arroubos? Com trânsito, vida muito mais complicada e violenta, a tendência seria ir da escola para a internet, e dali não mais sair. Um abraço.
Lendo esse magnífico texto, lembrei do trem Maria fumaça que passava perto da casa do meu tio, que morava na zona norte. Do cigarro de talo de chuchu, que depois foi para os quebras peito até chegar ao Minister. Das figurinhas balas futebol, e de minha primeira bicicleta, comprada com trocos das vizinhas que me mandava na venda, que depois foi trocada por uma Philips inglesa com aros cromados, que foi roubada, no aeroporto de congonhas, quando da chegada dos campeões do mundo de 1958.
Zeca: Que passeio gostoso!
As loucuras, medos; alegrias e tristeszas de quem teve - realmente - infancia. Nada como viver os dias com intensidade.
Rememorei junto com você os meus dias de moleque. E foi bom à beça!
Abração,
Natale
Zeca,
Conheço a Vila Galvão. Estive lá naqueles idos e refresquei a memória com sua crônica. Eu gostei. Abraço, Suely
Olá, Zeca!
Ah!As aventuras da infância! Que coisa boa!
Sua história fez todos nós recordarmos das nossas aventuras...
Do campinho perto de nossa casa que, para nós crianças, era gigantesco e cheio de oportunidades aventureiras...dos pequenos quarteirões ao redor de nossa rua e que nos parecia grandes cidades,repletas de mistérios e aventuras...
Da primeira bicicleta que, paramim, foi a do meu irmão,igualmente uma Monark vermelha, gigante aos meus olhos infantis e desafiadora...Nela aprendi a andar em duas rodas...uma grande aventura que consegui em um único dia...enquanto não conseguia dominá-la, eu não entrva em casa,para irritação de minha mãe, que se esquelava de tanto me chamar...rss
Quanta saudade, Zeca!
Valeu, amigo!
Obrigada.
Muita paz!
Zeca, o prazer de ler suas narrativas é tão emocionante e, por que não dizer? proveitosas. Meus colegas se anteciparam nesta colheita de informações, eu também tive a minha. Mas, não era nem Monark, nem Caloi e muito menos Philips. Por isso te agradeço, me fez lembrar da minha, de duas rodas com tração fixa, não tinha... (Pera aí, esse texto é do Zeca, Modesto, depois vc conta sobre a sua.)
Zeca vc sabe que, de princípio, fiquei com raiva da atitude de seu pais porém, quando lembro de um carro novo que comprei, zero, na cor vinho, Ômega, recém lançado(nunca mais...)deu tanta dor de cabeça, com defeitos de fabricação, batidas, (dadas e levadas), multas, manchas na pintura enfim, toda semana tinha novidades no carro. Um dia, um comprador de uma famosa fábrica de chocolates, me aconselhou e disse, sem preâmbulo algum: Modesto, livre-se deste carro, "ele não é seu", vai te dar mais dissabores, ainda. Teimei, fiquei com ele mais uns meses e as "coisas" iam acontecendo, sempre piores. Acabei vendendo. Quando seu pai vendeu sua bicicleta, ele sabia disso. Certas coisas não caem bem, mesmo que vc tenha uma paixão pelo objeto, "ele não te pertence".
Gostei muito de sua narrativa, repito, e do trem, também, vc me fez lembrar de... (outa vez, Modesto, pare, por favor, não queira aborrecer mais o Zeca...). Zeca, meus parabéns.
Modesto
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