Nas interações de um aprendizado tardio, vez ou outra, quando o tempo permite e a paciência de minha mulher, idem, tento descobrir alguns segredos da cozinha, junto a Myrtes.
Ajudo sempre na confecção da "carne loca", que a grande maioria das pessoas conhecem por esse nome o lagarto, peça de carne bovina de formato oblongo, com um quilo e meio, mais ou menos. Depois de cozido ou assado, é fatiado com temperos diversos, a gosto da cozinheira e servido, de preferência, frio em sanduíches ou acompanhado de arroz. Minha função é fatiar com o fatiador elétrico.
Um dia destes, a Myrtes resolve fazer uma "carne loca" (eliminei o "u" por ser melhor pronunciado e, depois, a carne é minha, chamo como quiser, já que mexeram na ortografia, a liberdade me permite...). Prepara a peça e, em dado momento, faz um buraco bem no meio da carne, no sentido horizontal. Ouviu de um programa de receitas (acho que foi da Palmirinha, uma noninha muito simpática) que, introduzindo uma linguiça calabresa defumada no orifício, dá um sabor muito apetitoso.
Enquanto preparava a carne, eu estava ao seu lado, pediu-me que buscasse a linguiça na geladeira. Peguei a peça e ela olha pra mim e diz: “Mô, não é essa, é aquela que está no freezer, dura”. Pego a dita, ela me olha, de novo e explica: “Pra entrar melhor e atingir toda a peça do lagarto, a linguiça precisa estar bem rígida, bem dura, senão entorta no percurso”. Olhei nos seus olhos e disse: “Isso é direta ou indireta?”. E ela caiu numa gargalhada só...
Por Modesto Laruccia
Ajudo sempre na confecção da "carne loca", que a grande maioria das pessoas conhecem por esse nome o lagarto, peça de carne bovina de formato oblongo, com um quilo e meio, mais ou menos. Depois de cozido ou assado, é fatiado com temperos diversos, a gosto da cozinheira e servido, de preferência, frio em sanduíches ou acompanhado de arroz. Minha função é fatiar com o fatiador elétrico.
Um dia destes, a Myrtes resolve fazer uma "carne loca" (eliminei o "u" por ser melhor pronunciado e, depois, a carne é minha, chamo como quiser, já que mexeram na ortografia, a liberdade me permite...). Prepara a peça e, em dado momento, faz um buraco bem no meio da carne, no sentido horizontal. Ouviu de um programa de receitas (acho que foi da Palmirinha, uma noninha muito simpática) que, introduzindo uma linguiça calabresa defumada no orifício, dá um sabor muito apetitoso.
Enquanto preparava a carne, eu estava ao seu lado, pediu-me que buscasse a linguiça na geladeira. Peguei a peça e ela olha pra mim e diz: “Mô, não é essa, é aquela que está no freezer, dura”. Pego a dita, ela me olha, de novo e explica: “Pra entrar melhor e atingir toda a peça do lagarto, a linguiça precisa estar bem rígida, bem dura, senão entorta no percurso”. Olhei nos seus olhos e disse: “Isso é direta ou indireta?”. E ela caiu numa gargalhada só...
Por Modesto Laruccia
9 comentários:
Modesto, adorei essa receita recheada de erotismo, "Cozinha Erótica" bom titulo para um programa de TV noturno com receitas especiais. Mas a lingüiça sempre foi um grande atrativo no paladar conjugal, kkk. Lembro-me de um caso muito interessante acontecido comigo.
Uma vez eu estava fritando linguiça,ao lado da esposa e distraidamente coloquei óleo de amendoim demais na hora da fritura, por incrível que pareça a linguiça ficou em pé na frigideira e era uma daquelas grossas adquirida na Festa da linguiça de Bragança Paulista, de lá pra cá eu só como linguiça fina a tal de Olivia Palito. Apesar da esposa dar preferência pela grossa.
Parabéns, Modesto uma historia saborosa até mesmo para mim que não sou muito chegado a linguiça. O Maximo que eu consigo é segura-la entre as mãos diariamente. Como diz o velho ditado: Cachorro picado por cobra tem medo até de linguiça.
Bela receita, Mô. A carne louca, ou "pazza", é mesmo uma ótima, e ainda há para ela uma variante mais erótica que essa: o Buraco Quente. Aí, literalmente se insere a carne num orifício no pão francês. Já a linguiça fica por conta e preferência do consumidor...abraços.
Como disse Che Guevara- se é isto que ele disse: Hay que ser duro, pero sin perder la ternura!
Larú, fratello: Saidenberg tem razão ao citar o "Ché". "hay que endurecer"... Tanto para não perder a ternura, como o ponto da Carne-loca. Ahahahaaaaa!
Moral prática da receita culinária: Se não deu tempo de endurecer a linguíça, taca Viagra nela... Ahahahahaaaaaaaaaaa!!!
Abração,
Natale
Olá, Modesto!
Quando éramos pequeninos, achávamos que este prato, de nome estranho, não era bom...kkkkkk
Acreditávamos que era chamado de carne louca pq minha mãe teria enlouquecido ao preparar ou que ficaríamos loucos se comêssemos...kkkkk
Coisas de crinaças!
Quanto à dureza da linguiça, prefiro nem conetar...rsss
Valeu, Modesto!
Obrigada.
Muita paz!
Mô, dessa carne louca eu nunca tive medo.
Com liguiça ou sem linguiça, veeeeenha que eu enfrento e dous as minhas mordidas.
Valeu a tua detalhada descrição desse acepipe tão gostoso.
A eroticidade das partes carnívoras bovínicas dos muares que, em nome da boa degustação foram sacrificados, não devem ser interpretados com a jocosidade aflorada na crônica bestial de tão expressivo escriba, ainda mais, criando-se uma situação um tanto quanto constrangedora à sua consorte em dúbia analogia ao embutido de miúdos de suínos.
Janio da Silva Quadros.
Ahahahahahahahaaaa...
Abraços, fratello
Modesto, rindo ainda de sua crônica, digo que já tive o prazer de comer a tal carne loca, mas nunca soube como prepará-la, já que gosto de, de vez em quando, aventurar-me pela culinária. Só por causa disso, agora, vou procurar fazer o tal prato, com ou sem linguiça - ainda não decidi - e degustá-lo à sua saude!
Abraço.
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