O nonno das cantinas paulistanas, Angelo Mariano Luisi, garante aos frequentadores da Capuano, na Bela Vista, um lugar único. Ir à sua casa é como visitar um parente que havia muito não encontrávamos e que, por isso, recebe com um prazer transbordante.
A cantina ostenta com orgulho o título de mais antiga em atividade de São Paulo. Fundada em 1907 pelo imigrante calabrês Francesco Capuano, mudou de mãos 54 anos depois, comprada pelo casal Angelo e Angela Luisi, que chegou ao Brasil em 1949 como parte do grupo de italianos que buscou construir a vida fora da terra natal, cuja economia fora abalada pela recém terminada II Guerra Mundial (1939-1945).
As paredes da Capuano contam, através de imagens, a crônica da vida de Angelo. Na Itália e em São Paulo. De suas paixões: a Roma e o Palmeiras, que ele continua chamando de Palestra Itália... São fotos de formações históricas do clube em 1938 e 1942, que mostram ídolos como Gabardo, Romeo, Ari Imparato, da esquadra de 1930/1939, e também do começo dos anos 1940, entre eles Zezé Procópio, Og Moreira, Cabeção e Lima. As escalações estão marcadas a lápis, no verso das fotografias.
Há também flâmulas e ingressos de jogos da Roma, e muitos recortes de jornais e revistas com reportagens feitas sobre a cantina e Angelo. Uma delas, fala de sua participação na novela Terra Nostra, em que tocou seu clarinete no capítulo de abertura. "O autor, Benedetto (Benedito Ruy Barboza), é mio amico."
Entre histórias, de vida e da bola, gnocchis e capelettis como os que fazia a minha avó Nera, a Capuano impõe a simplicidade como um estilo de recepção. E sonha. "Seria belo ver la Azurra in nostra casa no Mondiale de Brasil", diz Angelo. "É pena que la mia Angela no va ver questo. Ela partiu fa cinque anni e me deixou um buraco no peito."
Por Laer Passerini
A cantina ostenta com orgulho o título de mais antiga em atividade de São Paulo. Fundada em 1907 pelo imigrante calabrês Francesco Capuano, mudou de mãos 54 anos depois, comprada pelo casal Angelo e Angela Luisi, que chegou ao Brasil em 1949 como parte do grupo de italianos que buscou construir a vida fora da terra natal, cuja economia fora abalada pela recém terminada II Guerra Mundial (1939-1945).
As paredes da Capuano contam, através de imagens, a crônica da vida de Angelo. Na Itália e em São Paulo. De suas paixões: a Roma e o Palmeiras, que ele continua chamando de Palestra Itália... São fotos de formações históricas do clube em 1938 e 1942, que mostram ídolos como Gabardo, Romeo, Ari Imparato, da esquadra de 1930/1939, e também do começo dos anos 1940, entre eles Zezé Procópio, Og Moreira, Cabeção e Lima. As escalações estão marcadas a lápis, no verso das fotografias.
Há também flâmulas e ingressos de jogos da Roma, e muitos recortes de jornais e revistas com reportagens feitas sobre a cantina e Angelo. Uma delas, fala de sua participação na novela Terra Nostra, em que tocou seu clarinete no capítulo de abertura. "O autor, Benedetto (Benedito Ruy Barboza), é mio amico."
Entre histórias, de vida e da bola, gnocchis e capelettis como os que fazia a minha avó Nera, a Capuano impõe a simplicidade como um estilo de recepção. E sonha. "Seria belo ver la Azurra in nostra casa no Mondiale de Brasil", diz Angelo. "É pena que la mia Angela no va ver questo. Ela partiu fa cinque anni e me deixou um buraco no peito."
Por Laer Passerini
9 comentários:
Laer, fui vizinho dos Capuanos e , lógico, da Cantina, quando ainda estava instalada na Rua Major Diogo.
Jantei várias vezs por lá e, depois, por muitas vezes fui comer a tripa à napolitana onde hoje ela está instalada.
A qualidade continua boa mas nada espetacular como na primeira fase.
Valeu o registro.
Muito bom, Laer, saber um pouco mais da história de lugares que já nos proporcionaram bons momentos. Eu conheço a Cantina Capuanno, como conheço outras também tradicionais do Bexiga, mas não sabia, por exemplo, que era tão antiga, com mais de cem anos! E, realmente, naquele ambiente que prima pela simplicidade, podemos nos deliciar com pratos tanto generosos quanto saborosos.
Abraço.
Ah! La Capuano. O prazer de comer como se come em casa. Sem ademanes e sem frescura! Muitos de nós, em algum momento de nossas vidas, lá estivemo e, por isso entramos para a história da cantina.
Cento e um anos de prazer e alegria!
Boa lembrança desse grande pedacinho do Bixiga.
E, "Come non c'è niente mèglio que mangiare, bevvere e fare l'amore... Che ne viva più cento la Capuano"!
Abração,
Natale
Grande Capuano. Fui lá muitas vezes, quando trabalhava pela região da Paulista, Bela Vista. Lá avistamos o dístico aque me referi: Chi vuó o male a questa casa, che va crepá, prima que trase! Deve estar lá, ainda, como tudo da cantina. Abraços.
Capuano, quando se trata de comer, gosto de ler, quando se trata de capuano, então, "meglio ancora". E quando é o Passerini que redige o texto, o prazer é dobrado.
"Satisfazioni, ragazo, é meglio um Capuano ogni volta che cento ristornte di hamburguer." (satisfação, jovem, é melhor um Capuano, as vezes, do que cem hamburguerias) Parabéns, Laer.
Mô
Olá, Laer!
É sempre um prazer ler seu trabalho de pesquisa. Que legal!
Conhecer a história da Capuano e lembrar de suas delícias, foi show!
Adorei!
Obrigada.
Muita paz!
O Capuano, como o Gato que Ri, são belas sugestões para futuros almoços. Fartos, honestos, simples, pitorescos, autênticos. Vivam as cantinas desse feitio !
Abraços.
Que pena que eu, apesar de conhcer a famosa cantina, nunca tive o prazer de saborear tão gostosa comida. Comí, algumas vezes no 'Panela de Ferro' e 'Giovanni'.
Os dois no Bixiga.
Abraços
O anônimo aí de cima sou eu mesmo. Uma derrapada nos teclados omitiu o meu nome.
Desculpe a minha falha.
Abraços
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