Texto sem edição
Anos de 1938 a 1941, início da segunda guerra mundial, meus primeiros
contatos com as atrocidades na Europa. Na escola Romão Puigari, lembro bem,
além dos gibis, (que eu lia), tínhamos um livro sobre história universal em
que, entre tópicos históricos dos países, o autor, em desenhos
rústicos mas, bem acabados apresentava, por meio destes esboços,
(pelo menos o que ele, o desenhista, imaginava), as
características físicas do perfil de cada cidadão, acompanhando o texto
correspondente. Textos bem resumidos, é claro pois, se destinavam ao ensino
básico, na época, denominado, escola de grupo. Os desenhos, elaborados em
traços simples e diretos, numa visão rápida, tinha-se noção da relação com o
texto. Sem entrar em demasiados detalhes, as divisões eram por continentes.
Aparecia um busto de olhos puxados: asiáticos, um rosto moreno: sul americano,
um perfil bem definido de um negro: africano e assim por diante. Virando as
páginas, deparei com um perfil de um homem barbudo, traços rústicos:
europeu. A imagem me deixou um tanto ou quanto, preocupado. Meu pai, tios, e
outros parentes e amigos, todos italianos, europeus, naturalmente, nenhum deles
usava barba. Deduzi que os que estavam no Brasil, já eram civilizados e os do
livro simplesmente viviam, ainda em estado de civilização bem atrasada,
pobretões, o ilustrador baseou-se pelos que ainda vivíam lá e os que estavam no
Brasil, já estavam num estágio de civilização bem mais adiantada. (sonho
infantil)
Tudo isso pra chegar ao ponto da minha nostalgia, ouvindo os papos em
casa, meu pai lendo jornais italianos, (Fanfula) para os amigos, (a maioria
analfabetos), fui revendo meus conceitos sobre a guerra. Os inimigos são os
alemães, (Hitler), italianos (Mussolini) e japoneses (Hiroito), o famoso
“eixo”, apontados em todos os jornais, revistas, gibis e filmes que lia e
assistia. Os grandes heróis, os americanos, principalmente Capitão América,
Príncipe Submarino, Tocha Humana, Bat-Man, Super Homem etc. Meu pai tinha no
Mussolini, um grande estadista, (saiu da Itália com 11 anos) e meus tios,
estavam fora desta contenda, não usavam barba!
Quando um casamento, no seio da família acontecia, a primeira
preocupação era o presente a ser oferecido. Se o parente era o noivo, deveria
ser algo de uso pessoal, como relógio, caneta, alfinete de gravata, porta-notas
com iniciais gravadas em ouro etc. Se fosse a noiva, uma jóia, roupas de
elaboração esmerada, lençóis bordados a mão, colcha ou a famosa bacia com jarro
porcelanizada, pra uso íntimo no aposento dos noivos.
Pra comprar o que ficara determinado pelas conversas mantidas com meu
pai e, mediante a decisão, minha mãe se preparava, me escolhia pra
companhia e eu, todo alegre, agarrado nas mãos de minha querida mãe, Felícia,
sabia que no caminho tinha pipocas ou amendoim, até mesmo, chocolate. Aí começa
minha nostalgia... (parte 1)
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Por Modesto Laruccia
6 comentários:
Olá, Modesto.
As lembranças são consolos para nossa alma e recursos para exercitarmos a mente, a memória... E, ainda, ensinarmos os nossos jovens.
Muita paz!
Modesto, só vou comentar depois de ler a 2a. parte.
Como o Miguel, só comentarei depoisde ler a segunda parte. A primeira promete.
Modesto, quantas lembranças gostosas, você foi um menino de sorte. Um abraço.
Modesto, quantas lembranças gostosas, você foi um menino de sorte. Um abraço.
Modesto, o presente de casamento era discutido em família, quando meu tio Olindo casou meu pai deu um faqueiro da marca Wolf, me lembro que custou uma fortuna! rs.rs.rs. parabéns pelo texto.
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