quinta-feira, 13 de setembro de 2012

BOCHA E BINGO

 
Noite fria, nos bons tempos do “bingo”, 5 ou 6 anos atrás.

Como fazíamos todos os fins de semana, eu e a Myrtes, juntos com casais amigos, Wanderlei e Iara, Joaquim e Tereza e Hercules e Gloria, em comum acordo, levávamos nossas companheiras até o bingo da Rua Aratãs, em Moema.

Ótimo passatempo, pra quem gosta, evidentemente, vez ou outra ganhavam alguma coisa, na maioria das vezes, perdiam, (não muito, eram prevenidas...).

Agora, um momento de prosa entre nós, a respeito do bingo. Essa proibição é por demais arbitrária contra os idosos. A grande maioria das pessoas que frequentavam os bingos eram já de idade avançada, tinham um passatempo relaxante, como jogar tômbola nos fins de anos, com a família. A hipocrisia maior é que, os bingos continuam clandestinos, sem nenhuma segurança e, alguns deles, com “amparo” policial. Bem, é melhor parar por aí...

Nós, os maridos, íamos direto pra um salão de sinuca existente nas redondezas. Jogamos sempre em parceirada, sorteando as duplas.

Sempre que houvesse repetição de parceiros, trocávamos no decorrer das partidas, num sadio e bem humorado passatempo.

Isso quase todas as noites de sextas-feiras, sempre amigos, apesar de nem todos serem vizinhos um do outro. Só o Joaquim mora perto de mim. Moramos no Parque Continental há mais de 40 anos. O Hercules mora no Brooklin e o Wanderlei, no Morumbi, conhecemo-nos quando adquirimos, quase que simultaneamente, casas em Mongaguá, há mais de 30 anos.

Fizemos boa amizade que dura até hoje; nas férias coincidia sempre em passar na praia juntos, depois de acertos por telefone. Como nossas casas distava ‘a poucos metros da praia, nosso passatempo matinal era futebol e nas tardes, bocha, além da praia, é claro.

Sim, bocha, reservávamos um trecho retangular, na areia, 3 a 4 m. X 10 a 15m. Na quadra improvisada, sempre preparada pelo bom esportista e grande ser humano, o Nico, já falecido, concunhado do Wanderlei, aproveitávamos o aclive natural e suave das praias, todos jogando do mesmo lado, as partidas eram jogadas por 4 pessoas, parceirada, 2 a 2. Quem conhece jogo de bocha, sabe o que eu quero dizer, não tinha as tábuas de retenção, a própria areia se encarregava de amortecer a velocidade das bolas. Era muito divertido e gostoso, saudável e desopilante, pois não faltavam as gozações, brincadeiras e, por que não, discussões a respeito da validade, pontos, distâncias não respeitadas e as partidas sempre terminavam com risos e gargalhadas. Bom tempo, ou melhor, ótimos tempos, estes sim eram aqueles em que éramos felizes e sabíamos, esta era a face amarga da situação, sabendo que aquilo não era pra sempre; coincidiu que vendemos as casas quase que simultaneamente, por motivos vários.
 
por: Modesto Laruccia

 

 

 

5 comentários:

leonello tesser (nelinho) disse...

Alô Modesto, realmente a ausência do bingo faz muita falta, proíbi-se o bingo como jogo de azar mas, e as loterias da Caixa por acaso não são? quanto a bocha eu ainda não joguei por falta de cancha, abraços, Nelinho.-

Miguel S. G. Chammas disse...

Mo, esses momentos de relaxamento espiritual são o melhor dos remédios para longevidade.
Graças a Deus você conseguiu medicar-se bastante durante esses anos todos.

Zeca disse...

Modesto!

Eu não cheguei a jogar bocha, mas sempre me pareceu uma boa e saudável diversão para aqueles que se dispunham a ficar naquela pista jogando as bolas... parece uma espécie de precursor do boliche, não é?

Também jamais entrei num bingo, mas conheci muitas pessoas - especialmente senhoras - que se preparavam para passar ali algumas horas agradáveis, como se estivessem se preparando para alguma festa.

É uma pena que, com o passar do tempo, algumas atividades vão caindo em desuso (no caso dos bingos, sendo proibidas...).
Assim, as pessoas mais idosas acabam ficando praticamente sem opções de se divertirem saudavelmente e com relativa segurança, restando-lhes apenas o velho sofá, diante da velha TV!

Muito boas estas suas lembranças, melhor ainda esta sua crônica. Faz com que pensemos e, quem sabe, nos conscientizemos de que, nos unindo, possamos ainda fazer valer nossa vontade e mudar alguma coisa?!

Abraço.

margarida disse...

Modesto, no final da minha rua, lá no bairro da Penha tinha um lugar para jogar bocha e muitos senhores iam para lá se divertir.Assim pelo menos as mulheres sabiam onde seus maridos estavam.Quanto ao bingo, eu nunca entrei em uma casa assim, por não gostar, mas sei que muitos idosos gostavam de frequentá-la. Uma pena que nada disso existe mais.Parabéns pelo seu texto, gostei muito.

Wilson Natale disse...

LARUCCIA, carissimo!
Evviva la Boccia! Ahahahaaaaa!
Você só não contou que, vez ou outra, tinha nu pezz'e merda que não se conformava em perder e armava a maior encrenca (risos).
Antes do Boliche e do Bingo havia os pequenos clubes ou assossiações onde, não só os idosos, jogavam a "boccia", o "Trucco",até palitinho, a "Vispora", dominó e, nos fins de semana,à tarde ou á noite, se jogava a "Toto" (tômbola).
O que eu gosto mesmo é de jogar paciência com cartas; buraco e Mora com os amigos e, vez ou outra fazer uma fezinha no Bicho. Ninguém é perfeito... Ahahahahaaa!
Espero que você esteja cada vez mais cheio de saude.
Bacio in testa!
Natale
O bingo eletrônico eu não frequentei e, com razão existem mais "tretas" nos jogos ditos ofiaciais que nos oficiosos.