Corro pelas marginais dos rios sujos da Pauliceia de todos os
rumos
com o pudim de coco no saquinho plástico
e os esqueletos magros dos cachorros soltos
da cidade de ferida aberta atrás de mim.
Corro pela São João e a Ipiranga de toda gente de toda espécie
com o pão de mel na mão de unhas pretas pela fuligem cinza
e os motoqueiros de viseira inútil das buzinas insanas atrás de mim.
Corro pela Paulista da elegância com o anel de pedra de mil
quilates
no bolso direito das calças jeans e a ambulância do instituto do coração na
exclusiva faixa da via pública atrás de mim.
Corro pelo Minhocão do padre Péricles com o buquê no peito dos laços rosa entre as lanternas vermeho-brancas do subsolo escuro da Praça Roosevelt para lhe dar um beijo na sua boca inchada, mas a polícia de cavalos pardos atrás de mim.
Por Eloi Fonseca
Corro pelo Minhocão do padre Péricles com o buquê no peito dos laços rosa entre as lanternas vermeho-brancas do subsolo escuro da Praça Roosevelt para lhe dar um beijo na sua boca inchada, mas a polícia de cavalos pardos atrás de mim.
Por Eloi Fonseca
7 comentários:
Olá, eloi!
Seja bem vindo ao nosso blog.
Lembro-me desde episódio, desta foto... Nas mídias em geral ficou bem famosa.
E seu texto, poético, nos remete à realidade de nossa judiada, porém muito amada cidade de São Paulo.
Gostei muito.
Traga-nos mais textos, ok?
Muita paz!
Sonia Astrauskas
Bem vindo Eloi,
Tua corrida é parte integrante desse lufa-lufa paulistano.
São Paulo fecha o ano com corrida, are o ano com corrida e nós vivemos na corrida.
Parabéns pelo texto.
Agradecer a gentileza de Sônia Astrakas e de Miguel Chammas.
Ótima semana a ambos. Abraço.
Gostei muito do seu texto, Elói. Um belo retrato de nossa louca cidade. Parabéns. E bem-vindo ao blog. Espero mais textos.
Bom dia.
Obrigado Teresa.
Ótimo dia.
Abraço.
Elói
Em poucas palavras uma síntese perfeita de Sampa Parabéns
Retrato fiel desta cidade desvairada, louca corrida na luta pela existência, parabéns pelo texto.
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