Fiquei
pasma quando vi o que minha televisão atual é capaz de fazer. É uma máquina poderosa,
praticamente igual a um computador, de tela fina de led, fácil de carregar, de
uma imagem muito precisa onde podemos assistir programas em 3D.
Olhando
para meu novo monumento aqui na sala de tevê acabei por lembrar-me da primeira
televisão que ganhamos quando ainda éramos crianças, lá no bairro da Penha. Da marca SEMP preta e branca, era formada por
uma grande caixa com uma tela finalizada com um tubo, além de muito pesada
tinha um seletor de canais barulhento e toda vez que girávamos ele fazia um tlec,
tlec. Às vezes produzia um chiado e a imagem sumia restando apenas faixas
horizontais que podiam ser arrumadas nos botões de sintonia fina.
Bem, na
verdade era um trambolho se compararmos com as televisões dos dias de hoje, mas,
para nós, era a melhor televisão do mundo, pois sabíamos que iríamos assistir
os desenhos animados que eram apresentados dentro da seção “Zás Trás” e que a
garotada da rua compareceria em massa em casa, pois éramos a única família a
ter uma televisão, o que era uma grande novidade para todos.
Nossa
alegria foi imensa quando a TV chegou, minha mãe achou melhor colocá-la sobre
um móvel da sala e sentávamos no chão para assisti-la. Aos poucos, fomos nos
familiarizando com os canais, com o seletor barulhento e com nosso novo horário
de lazer. Meu pai era muito controlador e claro que controlava também os
programas que podíamos assistir.
Lembro-me
das dos desenhos alegres e deliciosos, eram uma atração infantil e que nos
divertiam muito, inclusive os comerciais que passavam nos intervalos entre os
desenhos. Nossos olhos eram praticamente colados na tevê para não perder sequer
uma imagem, tudo era importante e bem vindo, tanto é que deixou uma marca gostosa
de ser lembrada.
O comercial que eu mais gostava e que dava água
na boca era o do Biscoito São Luiz, tinha uma música fácil de memorizar e ao
mesmo tempo aparecia uma linda lancheira cheia de biscoitos, que eu imaginava
serem os mais gostosos que existiam.
Outros
comerciais também eu gostava, como a do Cobertor Parahyba, aquela musiquinha
que acompanhava , marcava minha hora de dormir.
Alguns
dos comercias eram feitos com desenhos animados e uma boa sonoridade para
fisgar as crianças. Ainda me lembro de
um comercial em forma de desenho animado da VARIG, ele contava a historia do
Brasil, tinha “jingle” fácil e era de interação com público. O outro comercial também
da Varig mais tocado na época do natal, tinha uma apresentação com uma
estrelinha da companhia e o “jingle” era de Natal, tudo muito bonito para meus
olhos de criança.
Desta
forma, a televisão entrou em minha vida e também naqueles televizinhos da Rua
Antônio Lobo, local em que eu morava. Com o tempo ela foi barateando e outras
pessoas foram adquirindo. Com o tempo a TV se alastrou e hoje faz parte de
todas as casas dos paulistanos, inclusive nas mais humildes desta grande cidade
de São Paulo. Temos TVs de última geração até as mais simples, mas estão todas ali,
fazendo parte do cotidiano das nossas famílias, entrando nas casas e na vida de
todos os paulistanos.
Por
Maragarida Peramezza
17 comentários:
Olá, Margarida!
Que texto gostoso! Me fez voltar à infância querida, quando meu amado pai trouxe nossa primeira TV. Foi uma alegria sem tamanho.
Lembro-me que, naquele dia, final de tarde, ficamos meu irmão e eu assistindo tudo, sentados no chão.
Quando acabou a programação, o canal ficava fora do ar, mas na tela ficava a imagem daquele índio... imagem parada, sem som, mas eu ficava lá, olhando para aquela imagem, quase sem piscar, tamanho meu encantamento. Precisa nossa mãe ralhar conosco para desligarmos a TV e irmos dormir.
Velhos tempos, belos dias!
Valeu, Margarida!
Muita paz! Beijossssssss
Marga, eu fui durante muito tempo um constante televizinho. Não perdia qualquer programa infantil mesmo que tivesse de percorrer longas distancias atrás de um aparelho de TV ligado. Você de fez lembrar das musicas de comerciais tais como "É hora do lanche, que hora tão feliz, queremos biscoitos São Luiz...", ou então, "Já é hora de dormir, não espere mamãe mandar, um bom sono prá você e um alegre despertar..."
Coias que nos fazem lembrar daqaueles bons tempos, vieram à baila com singelo tecto. Obrigado!
Soninha e Miguel, quantas coisas a televisão nos trouxe naquela época sem contar com o mundo de imaginações. Nossa quantas lembranças! Obrigada pelo comentário.
Mana, se me lembro e quanto dessa TV!!!!...Ela foi montada pelo Sr.Narciso,que era técnico em eletrônica.Ele era o encarregado do som nas procissões do bairro., lembra-se?
Seu texto me fez voltar uns 60 anos, mas mesmo assim,ainda estão vivas em minha memoria,até a decoração da nossa sala e,o tal móvel,onde a mamãe colocou a "famosa"TV...Bjos querida.
Mana, lembro que o Sr. Narciso ia muitas vezes consertar a nossa TV. E quando o vento derrubava a antena que ficava no telhado da nossa casa, aí ficávamos sem as imagens...era um sofrimento,rsrsrsr. Obrigada mana pelo comentário, beijos.
Delícia de texto, Margarida. A tv chegou ao Brasil em 51, mas na minha casa chegou no Natal de 58. Enquanto isso, era tele-vizinha e não perdia o Cirquinho Bom-Bril, o Sítio do Pica-pau Amarelo, o Clube dos Artistas. Tempo bom que não volta, mas que deixou boas lembranças.
Triste aquele que não tem o que lembrar.
Eu também adorava o Sítio do Pica-pau Amarelo, como era bom. Muito obrigada pelo cometário no meu texto.
Tempo gostoso e alegre, Peramezza, os primórdios da era eletrônica, (pelo menos, pra nos, né?), anunciando maravilhas nesse campo de entretenimentos a embalar nossos sonhos mais ousados. Lembro bem da marca Semp e a Invictus, todas de procedência estrangeira, (japonesa), montadas e batizadas com nomes pronunciáveis. As programações, sempre ao vivo e em filmes, ainda sem os recursos do video-tape, embalavam, principalmente as crianças, ávidos de desenhos e filmes adaptados pra TV. Doce lembrança, Margarida, parabéns.
Modesto
Quando mudamos para São Paulo tornamo-nos tele vizinhos de tele vizinhos. Explico- íamos à casa de Tia Zilda, que morava próximo, e com ela íamosà de sua amiga e vizinha Myrtes Marques. Esta sim, tinha TV, que só pegava a Tupi, com faixas, zunidos e distorções. E assim tudo começou...
Modesto, nossa quantas mudanças já passamos e sabe Deus quantas ainda iremos passar não é mesmo? Muito obrigada pelo comentário. Beijos.
Saidenberg, que maratona para ser televizinho, e ainda pra ver só a tupi sem contar com os zumbidos....rsrsr. Muito obrigada pelo comentário, beijos.
Marga, que delícia voltar a ler os seus textos, matar as saudades. Isso me provoca uma imensa alegria, Parabéns pelas memórias deliciosas de um tempinho muito bom no meio das nossas limitações. Um abraço da Vera Moratta.
Vera, estamos felizes por você estar aqui. Saiba que sou sua fã e muito obrigada pelo comentário. Um beijo amiga.
PERAMEZZA:
Delícia de texto!
Como praticamente assistíamos os mesmos programas, atenho-me ao televisor. A princípio era um trambolho com uma enorme caixa de madeira. As telas tinham 17, ou 21 polegadas (mais tarde vieram as de 23 e 29 polegadas.
Com o passar do tempo o televisor passou a integrar a decoração do ambiente: Escolhia-se Embuia, Mogno ou Marfim. Aparecem as mesinhas especiais para os televisores. E, claro, os reguladores de voltagem.
Quando ligamos pela primeira vez o nosso televisor RCA existia só a TV Tupi, que era o canal 3, depois vieram a TV Paulista, canal 5 (Hoje Globo) e a TV Record, canal 7.As outras vieram mais tarde.
Depois do RCA, um Invictus e duas Philco e, nos anos 70 um sonho de consumo: Um TV a cores Telefunken 29 polegadas!Depois dela, no ínicio dos anos 90 troquei por uma Panasonic 32" que, como disse meu sobrinho, "morreo de véia" no início desse ano. E agora tenho a Led Samsung 40". Vamos ver quanto tempo vai durar...
Espero que dure tanto tempo quanto as palvras do palhaço Arrelia na minha memória:
"Como vai, como vai, como vai!
Como vai, como vai, vai vai!
Muito bem, muito bem, muito bem!
Muito bem, muito bem,bem, bem!
Abraços,
Natale
Natale, era assim mesmo e tudo foi evoluindo e agora acho que não para mais. Acho que temos uma TV igual e me junto a você....vamos ver até quando vai durar....hahaha. Muito obrigada e grande abraço.
Margarida!
Delícia de texto! Me fez voltar ao tempo de infância onde esperava ansiosamente os domingos para assistir ao meu programa favorito: O Circo do Arrelia, com seu cumprimento sempre igual ao Pimentinha, como bem lembrou o Natale. Tinha também os desenhos animados e os famosos comerciais, dois deles, como com você, os meus favoritos: o da Varig e o dos Cobertores Paraíba. E o meu primeiro contato com teatro foi com o Teleteatro Tupy, que me fazia viajar e sonhar. Mesmo quando meu pai não queria que eu assistisse e eu ficava escondido atrás de uma cortina... ah! bons e ingênuos tempos aqueles!
Abraço.
De que ano é esse tv da foto ?
Postar um comentário