Texto sem edição
Na ultima
sexta feira quando os foliões ainda faziam seus últimos preparativos para
encarar o carnaval paulistano, eu andando pelas ruas da minha Freguesia do Ó,
matando minhas saudades do bairro em que nasci e que vivi até meus 38 anos.
Parado em
frente a casa em que nasci, agradecendo o privilégio de poder ver aquele o
local totalmente preservado e tombado pelo patrimônio, e assim poder me sentir
como em um passe de magica de volta aos anos quarenta, quando em 1948 fui
conhecer o Estádio do Pacaembu, levado de carona por um vizinho bondoso chamado
João Margine, fanático palmeirense que fez tudo para me levar naquele jogo
entre o Corinthians e a Portuguesa de Desportos, permitindo assim que eu
pudesse ver o meu Timão ganhar de virada de 3 a 2, do forte time da Portuguesa
na época e memorizar para sempre a escalação do meu Corinthians de 1948, que
era: Bino Domingos e Belacosa, Palmer Hélio Leite e Aleixo, Cláudio, Baltazar,
Servilho, Nenê e Noronha, jogo este que por sinal nunca mais esqueci, mesmo
estando na época com apenas nove anos de idade, sendo talvez esse o principal
motivo, que solidificou e selou para sempre o meu amor pelo Corinthians, amor
esse que aumentou ainda mais recentemente com a conquista da Libertadores e do
Mundial. Como também a rivalidade e as dores de cotovelais de nossos
adversários e eternos rivais.
Depois
dessa reflexão diante daquela casa da minha infância, já de volta para o carro
ao lado do Jardim que no passado havia sido um campinho, onde eu e meus amigos
de infância como também outros marmanjos, jogávamos nossas peladas diariamente,
para o desespero das vidraças das janelas das casas dos nossos pais.
Estava
para entrar no carro quando vi no gramado daquele agora jardim publico uma
peteca.
Ao
segurar a mesma em minhas mãos e entrar no carro, comecei há imaginar quantos
anos já fazia que eu não via ou ouvia falar de uma peteca.
Distraído
imaginei o velho Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó ainda sem asfalto, onde
eu meus amigos e amigas ainda meninos, naquelas ruas ainda de terra, e quase
sem transito de veículos, jogávamos livremente e sem receio, taco, barra-bol. e
muita peteca. Recordei alguns nomes de amigos o Beto seus manos Mario e João
Lourenço, Wilson, o Zeca, o Aguinaldo, o Arnaldo e a Cecilia Faria. a Terezinha
e o Zelito Simões. o Celso Corradini, a Teresa e o Renatinho Zampieri o Darcy
Simões, o Toneca, o malucão do Paraná, o Vieira, o Pereirinha, a Clarice, a
Lourdes, o Pedrinho e seu mano Claudio Bicudo, o Elói Siqueira, o Tonhão, o
Erci e o Dedé filhos do Seu Caporto, O Nelson e a Terezinha Abate, que depois
de casar com o cantor Tony Campelo irmão da Famosa cantora Cely, tornou-se uma
atriz Global conhecida como Teresa Sodré.
Segurando
aquela peteca achada assim por acaso em minhas mãos. Foi recordando-me um pouco
de toda a minha infância adolescência e juventude, nome de famílias conhecidas
que nunca mais soube delas, pessoas ilustres, e importantes para o bairro.
Do
bondoso e saudoso João Abrão, a muito já falecido, fundador da Contábil Ozanan
e presidente dos Vicentinos nos anos 50, grande benfeitor do Bairro, ao qual eu
e minha falecida mãe e irmãs, temos eternamente uma divida de gratidão.
Outro que
muita gratidão nossa merece, é aquele que em minha opinião foi a pessoa que
mais fez pelo bairro até os dias atuais e que merecia pelo menos um busto em
Praça Publica na Freguesia, pelo muito que fez e ajudou as pessoas menos
favorecidas do bairro, sem querer nada em troca, e que mais tarde morreu pobre
praticamente só e esquecido, já que era oriundo de Portugal e não tinha
familiares no Brasil, seu nome, Joaquim Fernandes.
Recordo
também aqui do saudoso e querido Professor Salvador Ligabue, talentoso artista
pintor, que imortalizou com sua arte em tela, cenários e flagrantes da antiga
Freguesia dos meus tempos de menino. Atualmente no bairro existe um Centro
Cultural que leva o seu nome, nada mais justo.
Em fim,
quantas recordações uma saudosa peteca nos traz, se eu pudesse voltar ao
passado eu diria a todos eles, que eu estou com muitas saudades, uma grande
saudade de todos eles.
Por
Arthur Miranda
15 comentários:
Olá, Arthur!
Um pequeno objeto fez você reportar-se à sua infância querida e tantas outras recordações vieram-lhe à memórias...
Pessoas queridas que já se foram, outras tantas que ainda estão por aqui e o seu velho e querido bairro da Freguesia do Ó!
Muito bacana, viu?
Obrigada.
Muita paz!
Parabéns pela crônica quase musical. Não música que remete à saudades sofridas, ms à nostalgia, lembrança dos bons tempos... Menos Gardel y Lepera e mais Ney Lopes, Zeca do Pagode Pequeno...
Abraço grande do Ignacio
Arthur, quantas lembranças e doces saudades lhe trouxe uma simples peteca. Saudades do seu bairro e de pessoas que movimentaram sua vida nos tempos de outrora. Parabéns pela linda cronica.
PS: sempre gostei de jogar peteca, comprei uma para meu neto e expliquei como fazíamos quando criança.Um abraço.
Arthur, então você também viu o Domingos da Guia"Divino Mestre", mesmo parando, jogar, heim? Somos privilegiados, pudemos ver Gilmar, Cabeção, Bino "Gato Preto", Belacosa, Valussi, Belfare, Luizinho, Cláudio, Mário, Roberto, Idário e vários outros mandatários da nação alvinegra do Parque São Jorge. (Pelé e Zizinho, dos inimigos (rs!)
assim como o Clovis Bornay foi, são hors concours - mas valeu a pena tê-los visto também.
Grande abraço
Ignacio
Tutu, é muito bom recordar passagens de há muito vividas. Nossa memória, cada vez mais, nos prova sua eficiencia.
Chega até mao absurdo de nos lembraer os ultimos tapas na pteca que corajosamente nós demos tempos atrás rsrsrsrs
Valeu amigo
Arthur!
Linda crônica relembrando os amigos dos tempos de criança, nomeando-os e mostrando o quanto os queria/quer bem!
E já que comentou sobre o benfeitor do bairro, o português Joaquim Fernandes, que acabou morrendo pobre e esquecido, que tal a sugestão de nos contar sua história, resgatando, assim, sua memória? Se não o homenageiam com um busto, você pode imortalizá-lo com uma bela crônica!
Abraço.
Zeca, belíssima ideia não havia pensado nisso, vou tentar escrever alguma coisa sobre o Seu Joaquim Fernandes. OBRIGADUUUUU.
Miranda, suas recordações, pautadas por uma peteca, faz sua memória despertar de tal forma que até um pobre habitante do bairro, sr. Fernandes, mereceu um lugarzinho na formidável crônica. E, por sugestão do Zeca vc vai contar mais algumas passagens da vida desse senhor. Parabéns, Arthur, além de ótimo ator vc é um grande contador de histórias com extraordinária memória. Parabéns, querido amigo.
Laruccia
Arthur, parabéns por mais este texto, elaborado com maestria tendo como pano de fundo uma simples peteca.- O meia-esquerda Nenê que consta na escalação do time do Corinthians é irmão da Jurema e meu cunhado, infelizmente já falecido, ele foi revelado pelo Clube Atlético Ypiranga, celeiro de grandes craques do passado, abraços, Nelinho.-
Arthur, parabéns por mais este texto, elaborado com maestria tendo como pano de fundo uma simples peteca.- O meia-esquerda Nenê que consta na escalação do time do Corinthians é irmão da Jurema e meu cunhado, infelizmente já falecido, ele foi revelado pelo Clube Atlético Ypiranga, celeiro de grandes craques do passado, abraços, Nelinho.-
Arthur, parabéns por mais este texto, elaborado com maestria tendo como pano de fundo uma simples peteca.- O meia-esquerda Nenê que consta na escalação do time do Corinthians é irmão da Jurema e meu cunhado, infelizmente já falecido, ele foi revelado pelo Clube Atlético Ypiranga, celeiro de grandes craques do passado, abraços, Nelinho.-
Arthur, parabéns por mais este texto, elaborado com maestria tendo como pano de fundo uma simples peteca.- O meia-esquerda Nenê que consta na escalação do time do Corinthians é irmão da Jurema e meu cunhado, infelizmente já falecido, ele foi revelado pelo Clube Atlético Ypiranga, celeiro de grandes craques do passado, abraços, Nelinho.-
Arthur, parabéns por mais este texto, elaborado com maestria tendo como pano de fundo uma simples peteca.- O meia-esquerda Nenê que consta na escalação do time do Corinthians é irmão da Jurema e meu cunhado, infelizmente já falecido, ele foi revelado pelo Clube Atlético Ypiranga, celeiro de grandes craques do passado, abraços, Nelinho.-
Arthur, este maldito 3G da Vivo me deixa maluco!!! clíquei pensando que não tinha sido enviada a mensagem!!! abraços.
Arthur, este maldito 3G da Vivo me deixa maluco!!! clíquei pensando que não tinha sido enviada a mensagem!!! abraços.
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