Votei pela primeira vez em minha vida em outubro de
1958, em uma seção eleitoral que funcionava no Grupo Escolar Padre Manoel da
Nóbrega, situado na Avenida Itaberaba no bairro da Freguesia do Ó em São Paulo,
no mesmo local onde fiz os meus estudos fundamentais e terminei o meu primário
aos 11 anos de idade.
Ao votar pela primeira vez estava com 20 anos
incompletos, com uma muita garra e vontade de votar nos candidatos que segundo
minhas convicções iriam mudar as coisas. Sou, portanto nos dias hoje
considerado um velho eleitor, como também um eleitor velho.
Depois voltei às urnas em 1960, novamente cheio de
garra e vontade de levar o meu candidato vencedor a governador de São Paulo em
1958, para à presidente do Brasil, agora com maior participação nas eleições,
pois além de eleitor eu atuei como primeiro secretário em minha seção
eleitoral. Só Deus pode explicar com que felicidade e alegria eu trabalhei e
cumpri o meu direito de cidadão.
Depois disso por vários anos a ditadura militar de
1964, roubou essa minha satisfação cívica e meias dúzias de gatos pingados
passaram a decidir quem iria comandar o nosso estado, e o nosso país.
Então depois de vários anos sem poder exercer esse
meu direito de escolher nossos dirigentes, vieram as Diretas já eu já não
estava morando mais em minha querida cidade de São Paulo, mas não transferi meu
título, pois achava que isso me mantinha mais ligado a São Paulo, mesmo morando
em Campos do Jordão.
Houve uma eleição municipal aqui em São Paulo em
1985, e eu estava cumprindo um compromisso na cidade de Passos em Minas Gerais,
saí cedinho da cidade em meu carro, votei em minha secção eleitoral aqui em São
Paulo, voltei á Passos em Minas para cumprir meu compromisso, que era uma
palestra na igreja Matriz de Passos cheio de alegria, e muito feliz por ter
podido exercer meu direito de escolher o homem que iria comandar os destinos da
minha querida cidade.
O meu candidato não ganhou ficou em terceiro lugar,
mas eu estava feliz, por haver participado e ter feito um grande sacrifício
para isso pudesse acontecer.
O tempo passou e eu passei junto com o mesmo,
sempre votando, sempre acreditando em mudanças, soluções, saúde, asfalto,
honestidade, trabalho, bem comum, ensino, educação, postos de saúde, estradas,
hospitais, enfim tudo aquilo, que o povo deseja e precisa ao eleger seus
legítimos representantes.
E então depois de ditadura, mortes, torturas,
anistia, diretas já, plano cruzado, plano Collor, caras pintadas, privatizações
fraudulentas, mensalão, etc., etc. e tal.
Então agora nessas eleições 2013 vou votar mais uma
vez, mesmo estando desobrigado pela idade, mesmo porque sempre votei pelo
direito de votar e não por ser obrigado.
Vou votar sem nenhuma alegria, pois pela primeira
vez em minha vida não sinto tesão em votar, a picaretagem política, a
desonestidade de muitos políticos, hoje em dia filiados em todos os partidos
que por incrível que pareça, não exigem ficha limpa de seus filiados, e com
isso acabaram matando a minha alegria e aquele meu tesão de votar.
ELEITORES PAULISTAS, PAULISTANOS, E BRASILEIROS
TENHA TODOS UM "FELIZ" DIA DE ELEIÇÕES.
por: Arthur Miranda
7 comentários:
É isso mesmo Tutu, depois de assistir tantos desmandos, tantas sacanagens, a gente perde o tesão por visitar uma eleição.
Sou contra o voto obrigatório. Acredito qued o eleitgor deveria ter o dirfeito de votar e não a obrigação.
Mesmo assim, embora já dispednsado do voto, vou lá diaz 7 colocar minha indicação e, seja o que Deus quiser.
Eu gosto de votar, eu gosto de viver em uma democracia. Quando eu era pequena, eu morava na Argentina, em 1978 - e eu tenho lembranças muito tristes da ditadura. Fico feliz voto e os candidatos eleitos! Meu nome é Angi, trabalho em restaurantes em sao paulo.
ARTHUR:
Gosto de votar. Eu explico: O tempo me ensinou que votar virou um vício. Por falta de opção, ou pela mesmice de sempre, saímos a votar em candidatos que nada ou pouco fazem. Aqueles que colocam os interesses dos seus partidos acima dos interesses do POVO a quem deveriam servir.
Agora gosto de votar porque voto consciente. Dou chance àqueles que, na minha opinião, têm algo a oferecer.
Gosto de votar porque aprendi que se aquele em que eu havia votado deixou a desejar, sou desobrigado a não votar mais nele.
Enfim, aprendi que votar em branco, anular o voto, também e votar com consciência.Consciência de quem sabe que não contribuiu para eleição daqueles que nada, ou pouco fazem.
Então, meu amigo: vamos votar, ou "branquear", ou anular com muita consciência.
Sou obrigado a votar mas só eu sou o dono do meu voto!
Abração,
Natale
Arthur, tenho lembranças positivas das eleições passadas.Eu era pequena, mas já ajudava meu pai orientar o pessoal lá da rua onde morava. Assim cresci e não via a hora de votar, gosto até hoje, mesmo sem opções de candidatos cumpro com gosto este momento. Um grande beijo.
Votar para mim é um privilégio. Fiquei um tempão vendo eleitos biônicos que nem sei. Adorei o texto!
Arthur!
Nem lembro mais quando votei pela primeira vez! Afinal, no ano da minha estréia nas urnas, estávamos sob a ditadura que nos manteve sob as suas botas durante tanto tempo!
Mas tinha um pai que se dizia "comunista" em casa e tios que gostavam de discutir o que se passava nos bastidores do poder. Tudo na sala ou na cozinha de casa, em volta da mesa e entre família, já que "as paredes tinham ouvidos" e a mão torta da ditadura era perigosíssima.
E foi assim que adulteci e acompanhei, de longe e discretamente o que se passava no nosso país.
Quando pude, enfim, votar, o fiz com gosto e com a sensação de, pelo menos nesse momento tão particular, poder exercer minha liberdade de escolher meus representantes. Ou não, no caso de não julgar nenhum dos candidatos dignos do meu voto. Aí vale, sim, o branco e o nulo como forma de protesto, embora seja uma forma ainda torta, que se reverte em benefícios para os candidatos que nem passariam pelo meu escrutínio.
Mas tudo vale a pena quando somos conscientes!
Abraço.
Tutu, um belo trabalho sobre as eleições. Trabalhei em 1964 e 1968, como mesário e presidente, na época das cédulas. Gostei da sua narrativa a respeito. Parabéns, Arthur.
Laruccia
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