Escrever
e “poetar” são duas coisas que gosto. Ler, então, é a glória... É estar a
caminho do céu. Tento perceber a poesia que se insinua no meio das palavras
digitadas!
E
música e letra, então? Letra é diferente de poesia. Mas, há sempre poesia na
letra para designar os versos entoados. A palavra cantada chama-se letra, que
deriva da palavra escrita.
Ah! Como é maravilhosa a elegância
intelectual! Encontrei-a na juventude
(época do seu maior esplendor) quando se respirava o português castiço. Desisti
várias vezes... Não tinha tempo... Recomecei...
Frequentar
uma faculdade... que sonho! A USP foi
fundada depois da revolução de l930. Arrebanhou pensadores do mundo todo para
formar uma escola nacional... infelizmente, foi perdendo suas raízes depois da
ditadura. Com ela, também, dispersaram-se meus sonhos! Hoje, até me pergunto:
quais eram eles? Não encontro resposta. Acredito que era apenas, sede de saber,
de me encontrar, de viver, de conversar com meus iguais. Mas, cadê essa gente
boa que falava a mesma língua, sonhava os mesmos sonhos e vivia numa outra
dimensão? Assim como eu?
Será
que morreram com seus sonhos realizados? Foram mortos? Jamais saberei...
Eu só
sei que, do mundo que esperamos aqueles anos todos, daquela nostalgia, daquele
medo do “e, agora”, restou a consciência de uma geração de que foram anos
únicos e privilegiados!
Tínhamos
tantos sonhos, que tenho inveja de você que ainda tem pela frente tanta coisa
com o que se emocionar!
Por Lia
Beatriz Ferrero
8 comentários:
Beleza!
Um texto tão bem construido, quase transformado em poesia poetada por uma sensível poetiza das letras escritas e cantadas.
Gostei!
Um trabalho que, por si já merece nossa atenção. Realmente, as transformações que o idioma sofre (e vai sofrer muito mais)que sejam, pelo menos indicadores de progresso, não influência de outro idioma. Nosso idioma já é riquíssimo em tudo que se quer dizer. Parabéns, Rose.
Modesto
Desculpe, Lia, estava com a ideia fixa de que a Rose era a autora.
Modesto
Olá, Lia!
Bem aventurados os puderam ter requintada educação.
Felizes os tempos em que se primava pelo português correto e pelo bem falar.
Hoje o internetez detonou nossa bela língua portuguesa. Porém, ainda podemos salva-la, falando e escrevendo corretamente, sempre que podemos.
Valeu, Lia! Obrigada.
Muita paz!
Obrigada Sr. Modesto pelo seu comentário!
Fiquei curiosa: quem é a Rose? rs
Lia:
Nesse seu momento de introspecção,as as alegrias, os medos e as dúvidas de todos nós... E a saudade da nossa caminhada pela vida e conquistas.
Hoje, outros tempos, muda-se o ideal, muda a ideologia, mas não muda o ser humano que ainda busca, ainda se encanta; ainda preocupa-se com os tantos porquês da vida.
E, mesmo que a mão não a escreva, mesmo que os lábios não a recite, há dentro de nós a poesia.
Na verdade somos todos uma Ode à vida.
Amei o teu texto!
Abração,
Natale
Lia, a Rose é esposa de meu sobrinho Walter, que lhe prometi um texto sobre o casamento de seu filho, Rafael. Fazendo o comentário, lembrei da minha promessa. Um abraço
Modesto
Lia, parabéns pelo seu lindo texto, poético e nostálgico, abraços, Nelinho.-
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