quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pensamentos...

Escrever e “poetar” são duas coisas que gosto. Ler, então, é a glória... É estar a caminho do céu. Tento perceber a poesia que se insinua no meio das palavras digitadas!
E música e letra, então? Letra é diferente de poesia. Mas, há sempre poesia na letra para designar os versos entoados. A palavra cantada chama-se letra, que deriva da palavra escrita.
Ah!  Como é maravilhosa a elegância intelectual!  Encontrei-a na juventude (época do seu maior esplendor) quando se respirava o português castiço. Desisti várias vezes... Não tinha tempo... Recomecei...
Frequentar uma faculdade... que sonho!  A USP foi fundada depois da revolução de l930. Arrebanhou pensadores do mundo todo para formar uma escola nacional... infelizmente, foi perdendo suas raízes depois da ditadura. Com ela, também, dispersaram-se meus sonhos! Hoje, até me pergunto: quais eram eles? Não encontro resposta. Acredito que era apenas, sede de saber, de me encontrar, de viver, de conversar com meus iguais. Mas, cadê essa gente boa que falava a mesma língua, sonhava os mesmos sonhos e vivia numa outra dimensão? Assim como eu?
Será que morreram com seus sonhos realizados? Foram mortos? Jamais saberei...
Eu só sei que, do mundo que esperamos aqueles anos todos, daquela nostalgia, daquele medo do “e, agora”, restou a consciência de uma geração de que foram anos únicos e privilegiados!
Tínhamos tantos sonhos, que tenho inveja de você que ainda tem pela frente tanta coisa com o que se emocionar!

Por Lia Beatriz Ferrero

8 comentários:

Miguel S. G. Chammas disse...

Beleza!
Um texto tão bem construido, quase transformado em poesia poetada por uma sensível poetiza das letras escritas e cantadas.
Gostei!

Modesto disse...

Um trabalho que, por si já merece nossa atenção. Realmente, as transformações que o idioma sofre (e vai sofrer muito mais)que sejam, pelo menos indicadores de progresso, não influência de outro idioma. Nosso idioma já é riquíssimo em tudo que se quer dizer. Parabéns, Rose.
Modesto

Modesto disse...

Desculpe, Lia, estava com a ideia fixa de que a Rose era a autora.
Modesto

Soninha disse...

Olá, Lia!

Bem aventurados os puderam ter requintada educação.
Felizes os tempos em que se primava pelo português correto e pelo bem falar.
Hoje o internetez detonou nossa bela língua portuguesa. Porém, ainda podemos salva-la, falando e escrevendo corretamente, sempre que podemos.
Valeu, Lia! Obrigada.
Muita paz!

Lia Beatriz Ferrero Salles Silva disse...

Obrigada Sr. Modesto pelo seu comentário!
Fiquei curiosa: quem é a Rose? rs

Wilson Natale disse...

Lia:
Nesse seu momento de introspecção,as as alegrias, os medos e as dúvidas de todos nós... E a saudade da nossa caminhada pela vida e conquistas.
Hoje, outros tempos, muda-se o ideal, muda a ideologia, mas não muda o ser humano que ainda busca, ainda se encanta; ainda preocupa-se com os tantos porquês da vida.
E, mesmo que a mão não a escreva, mesmo que os lábios não a recite, há dentro de nós a poesia.
Na verdade somos todos uma Ode à vida.
Amei o teu texto!
Abração,
Natale

Modesto disse...

Lia, a Rose é esposa de meu sobrinho Walter, que lhe prometi um texto sobre o casamento de seu filho, Rafael. Fazendo o comentário, lembrei da minha promessa. Um abraço
Modesto

Leonello Tesser (Nelinho) disse...

Lia, parabéns pelo seu lindo texto, poético e nostálgico, abraços, Nelinho.-