terça-feira, 27 de março de 2012

Por fim acabei aceitando (meditação na semana santa)

Por fim acabei aceitando,
Que meu corpo, não é imortal.
que ninguém, nesse mundo é o tal.
Todo mundo envelhecerá
E por mais que alguém sempre tente,
ninguém ficará pra semente.
Por fim acabei aceitando,
que se ainda estou vivo no mundo,
É para tentar dar um pouco de mim.
ser alguém para o meu semelhante
caminhar e seguir sempre avante,
e um dia por certo partir.
Por fim acabei aceitando
que meus pais e irmãos não durariam para sempre.
que meus filhos todo dia um pouco,
caminhariam sem precisar de mim.
Que eles não eram como antes eu supunha,
propriedade exclusiva só minha.
E que a liberdade e livre escolha
era um direito deles também.
Por fim acabei aceitando
Que todos meus bens e meus dons
foram a mim confiados e concedidos
apenas por empréstimo.
E que nesse mundo eu sou apenas
um simples caseiro.
Cuidando da propriedade do nosso
Proprietário e Senhor.
Por fim acabei aceitando.
que um dia deixarei esse mundo,
sem nada do que eu juntei
que meus bens, e todos meus tesouros
partilhados seriam um dia
por outros que no futuro estarão por aqui.
Por fim acabei aceitando,
que meu apego aos bens materiais
só dificultariam um dia ainda mais,
a minha despedida, e a minha viagem de volta.
Por fim acabei aceitando, que meu carro,
minha conta bancaria,
A minha casa na praia.
Nada disso realmente jamais foi propriedade minha,
estava tudo consignado.
Não foi fácil ! Mas eu aceitei.
Tive que aceitar até que eu nunca sou nada.
e que o mundo continuaria sua longa caminhada
sem precisar mais de mim.
Virei um campo de Lutas
e no meio das escaramuças
eu de repente parei.
Parei, quando notei,
o meu orgulho ferido,
a prepotência abalada
a minha aparência mudada,
pelos muitos anos vividos
Então matei minha arrogância.
a minha enorme ganância
me enchi de enorme esperança.
e procurei encontrar só a Paz.
Pois se não é muito fácil mudar.
mais difícil ainda é, aceitar.
Para meditação durante a semana santa.
Por Arthur Miranda (tutu)

9 comentários:

Miguel S. G. Chammas disse...

Tutu, graças a Êle você acabou aceitando.
Eu também aceite e depois da tormenta, passei a viver melhor.
Obrigado por me lembrar dessa aceitação. Lembrá-la nos faz crescer espiritulmente

Soninha disse...

Oieeeee...

Realmente, é o melhor que temos a fazer...
Fazer o bem, sempre. Mesmo que seja uma pequena parte, pois sempre germirarão as boas sementes, por menores que sejam.
As grandes mudanças acontecem primeiramente nas pequenas atitudes e, se quisermos transformar o mundo, realmente temos de dar o primeiro passo.
Muito boa esta sua reflexão.
Parabéns!
Obrigada.
Muita paz!

Laruccia disse...

Essa delicada introspecção, nos faz repensar o quanto de tempo e saúde temos perdido ao tentar "ajustar" nossas vidas na vã possibbilidade de alcansar o inatingível ápice daquilo que julgamos ser o melhor pra nós. Obrigado pelo alerta, Arthur e parabéns pelo extraordinário texto.
Laruccia

margarida disse...

Arthur, começar a aceitar é o melhor caminho para nos aproximarmos de Deus. Realmente não levaremos nada na bagagem para vida eterna, apenas aquilo que somos em amor , em atitudes e em crenças.Parabéns pelo texto e um grande abraço.

Falcon disse...

Tutu antes se você o mundo era um. Depois de você esta sendo outro, sim outro, um mundo com você presente.

Wilson Natale disse...

Ótimo Arthur!
Não somos o único no universo. Somos apenas mais um seguindo as leis que o regem.
Acreditamos ser imortal mesmo a vida dizendo-nos que não.
Um dia a gente "acorda" e se assusta; incomoda-se, chora e aceita. Não somos imortais, nem os únicos e descobrimos que há uma vida a se viver em toda a sua plenitude. Entendemos então que tudo muda, o corpo muda, mas a nossa alma continua a mesma e ela não é deste mundo.
Abração,
Natale.

Leonello Tesser (Nelinho) disse...

Arthur, tua reflexão me fez rever alguns conceitos que eu tinha a respeito de nossa existência, lutamos as vezes para alcançar algum bem material que no final não irá conosco quando soar a nossa hora, parabéns pelo belo texto, abraços, Leonello Tesser (Nelinho).-

Leonello Tesser (Nelinho) disse...

Arthur, tua reflexão me fez rever alguns conceitos que eu tinha a respeito de nossa existência, lutamos as vezes para alcançar algum bem material que no final não irá conosco quando soar a nossa hora, parabéns pelo belo texto, abraços, Leonello Tesser (Nelinho).-

Zeca disse...

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Arthur!

Quem de nós,
um dia,
não percebeu
que havia virado
um campo de lutas?
E isso acontece!
E muito!

Belíssima meditação e belíssimo lembrete aos que preferem ignorar os sinais da inexorável passagem do tempo... e da proximidade, cada vez maior, da data na qual preferimos nem pensar...

Parabéns!
Excelente!

Abraço

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