imagem: Shopping Bourbon - Pompéia
Fomos
criados praticamente juntos, brincávamos, fizemos a primeira comunhão,
estudamos, crescemos, fizemos o alistamento militar, fomos à auto escola e
tiramos a carteira de habilitação juntos. Depois em 1960, Mário e seus pais
deixaram a Freguesia do Ó, foram morar na Pompéia.
Ficou um
imenso vazio no cotidiano de minha vida, aquele amigo de tantos anos, passou a
fazer muita falta, mesmo ele sendo um doente palmeirense e eu tremendo corintiano,
por seis meses eu senti a ausência tanto dele como a do seu irmão um fanático
são paulino também meu querido amigo.
Com o
tempo fui me adaptando e fazendo novas amizades por fim em 1977, também deixei
a cidade passando então a viver por longos 28 anos em Campos do Jordão, depois
mais três em Taubaté até estacionar aqui em Lorena, onde moro hoje em dia.
Amando
muito São Paulo e morando a menos de 200 quilômetros distante da mesma, está
claro que visito à nossa querida São Paulo praticamente todos os meses.
Assim às
vezes passeando em São Paulo, visito parente, revejo os poucos amigos de
infância que assim como eu ainda permanecem heroicamente nessa vida,
mesmo com o achatado salário de aposentado do INSS.
No ultimo
mês de maio estive em São Paulo e andei pelo centro velho, Praça Ramos, Sete de
Abril, Vinte Quatro de Maio, Praça da Republica, AV. Ipiranga, Av. São João,
AV. Duque de Caxias, depois cansado de bater perna matando saudades e
recordando velhos locais onde existiram os antigos Cinemas, que durante os anos
dourados de 50 e 60, saciaram minha sede de cultura e diversão. Resolvi então
pegar uma borracha (como se falava na gíria dos velhos tempos, com referencia a
andar de ônibus) e assim acabei chegando ao bairro de Pompéia, bem ao lado das
ruínas do velho Parque Antártica na Rua Turiassú.
Ao entrar
no Shopping Bourbon, vejo um senhor ostentando um largo sorriso, na hora falei
comigo mesmo, meu Deus! Posso estar enganado, mas esse cara é o Mário.
Fui
andando passo a passo atrás dele, tentando ter mais certeza e então parei ao
seu lado fazendo a clássica pergunta:
-Diga-me,
por favor, seu nome por acaso é Mario. (Pela resposta eu vi que era ele mesmo).
-É sim me
respondeu sorrindo, mas não é por acaso.
Notei que
o mesmo não me reconheceu, pudera depois de 35 a 40 carnavais passados...
Falei.
-Sou o Tutu! Lá da Freguesia do Ó.
Reconheceu-me
na hora. -Tutu, quanto tempo. E então fomos tomar café, e batemos aquele papo
represado há tantos anos, falamos dos filhos, dos netos da família, e foi então
que o Mário me contou uma incrível e hilária historia de uma viagem que ele fez
no feriadão de primeiro de maio para a cidade de Avaré.
Repasso a
mesma aqui, para o deleite de todos os nossos amigos aqui desse famoso e
querido Site:
Mário
resolveu alugar uma casa ao lado de uma represa em Avaré, e assim passar o
feriadão do Dia do trabalho "trabalhando" o dia inteiro a beira da
represa juntamente com sua esposa Marly.
Como sua
sogra decidiu passar o feriadão com eles, Mário acabou incluindo a mesma nesse
passeio.
Na hora
da partida de São Paulo a sogra alegou que não estava muito bem e que se não
fosse incomodo para ninguém dava preferência para fazer a viagem no banco
dianteiro, à filha dela então atendendo ao pedido de sua mãe, foi para o banco
de trás e a sogra, sua mãe ficou no banco dianteiro junto ao motorista.
Saíram da
Vila Pompéia às 10h. da manhã, pegaram o viaduto Sumaré, passaram ao lado do
Shopping West Plaza - Barra Funda, chegaram a marginal Tiete e rumaram para a
Rodovia Castelo Branco, e daí Osasco, Carapicuíba, Barueri, parando em um
restaurante na altura de Sorocaba para almoçar.
Depois
seguiram viagem e ao chegar perto de Bofete, um guarda parou o carro e
aconteceu o seguinte dialogo:
-Seus
documentos, por favor. O senhor estava a 130 km/h e a velocidade máxima nesse
trecho é de 100!
-Não, seu
guarda, eu estava a menos de 100 com certeza.
(mas a
sogra, ao lado corrige:).
- Ah,
Mário o que é isso! Você estava a 130 ou mais.
-Mario
olha para a sogra P da vida e ela continua:
-E tem
mais uma coisa, a sua lanterna direita não está funcionando...
-Mário
(com um sorriso amarelo fralda) - Minha lanterna? Pô eu nem sabia disso, deve
ter pifado depois que eu entrei na estrada lá em São Paulo...
(Porem, a
sogra insiste:).
- Ah,
Mário, por favor, que mentira! Você vem falando a várias semanas que precisa
arrumar um tempinho e mandar consertar a lanterna!
Mário
está com uma cara parecida com a de torcedor palmeirense, depois do segundo gol
dos reservas do CORINTHIANS. E então fulo da vida disfarçadamente faz
sinal para que a mesma fique quieta.
-E o
senhor está sem o cinto de segurança?
-Mas, seu
guarda, eu juro que estava com ele. Eu só tirei para pegar os documentos que o
senhor me pediu.
- Ah!
Mário, essa não! Você nunca usa esse cinto!
Mário não
se contém e grita para á sogra:
- Cale
essa boca, sua Bocuda!
O guarda
se inclina e pergunta amavelmente para á senhora:
-Ele
sempre grita assim com a senhora?
-Não seu
guarda; só quando ele está bêbado!
Moral da
Historia:
Se Beber Não
Dirija, ou Jamais Leve a Sogra.
Por
Arthur Miranda
6 comentários:
Arthur que maravilha de encontro seu e do amigo de infãncia Mario, deve ter sido emocionante.Amigos de infãncia...tão distantes ...e sempre tão presentes !
E aí quando vocês virão para Campos do Jordão?
grande abraço
Amigo Tutu, mais um te3xto cheio de comicidade que lhe é peculiar.
Acho que teu amigo poderia fazer um sogracídio.
Valeu!
Pois é, Tutu, quando se vai passear e levar a sogra, deve-se agradecer a Deus por te-la levado, ela é sua conciência, nunca vai te deixar sem respostas nas mais enrascadas conversas com seguranças. Depois, durante o trageto, pare num restaurante de beira de estrada, enquanto ela (a sogra) vai a toilete, entre no carro e deixe ela lá. Mais tarde vc diz a ela que seus esquecimentos se agravaram de tal forma que, não estando ela presente para lembra~lo, esqueceu-a totalmente. Parabéns pela crônica, Arthur.
Laruccia
Tutu cada um tem a sogra que merece. este teu amigo matou muito passarinho quando criança.
Grande abraço
Marcos Falcon
Tutu, como sempre o teu senso de humor é sensacional, esse teu amigo deve ter batido muito em criança na vida anterior para ter uma sogra assim, abraços, Nelinho.-
Arthur!
Depois da leitura de mais uma das suas deliciosas crônicas, só me resta agradecer por não ser aquele seu amigo, pois acabaria indo parar no xilindró por sogricídio.
Abraço.
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