segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Eu vi... Estou vendo...

1554 – 2012 = 458 anos de vitórias incontestáveis.
Eu vi esta portentosa cidade nascer...
A primeira visão que guardo em minhas lembranças, foi seu perfil horizontal. Do meu bairro, o Braz, vislumbro, como um campo coalhado de foguetes esperando o “start” pra subirem, tentando alcançar a estratosfera do progresso. O único que foge, em altura das estruturas verticais é o prédio do Martinelli. Isso em 1932.
Alguns anos depois, quando passo a fiscalizar seu desenvolvimento, São Paulo está estacionado, parado com sua vida acalentada por manhãs fresquinhas, tardes ensolaradas e noites frias, umedecidas por garôas auspiciosas e românticas. Quietude completa, estações de rádio encerrando suas programações as duas horas da tarde, mulheres estendendo suas roupas lavadas e co aradas, garotadas brincando na rua Assumpção, pasmaceira total. De repente, assinalados por um observador extra-terráqueo, a cidade desperta, como que dizendo: “Olhem, estamos sendo observados, analisados, não podemos titubear...”

EU VI, na inocência dos primeiros anos de aprendizado, olhava e dizia pra mim: “Esta cidade de São Paulo não pode continuar assim”. Arregacei as mangas de minha tosca “ganeta” (camiseta) e gritei, com tudo o que meus pulmões podiam suportar: “Pessoal, vamos acordar, vamos chegar lá, vamos progredir e isso só se consegue trabalhando”. Comecei a fazer as devidas comparações, confrontando, primeiro com a “Gotham City”, (eles tinham o Batman e nós, não). Tinham Namor, o Principe Submarino, o Superman, depois ganharam o “Spirit”. Aí acordei, aquilo tudo era ficção mas, em população, perdia-mos pro Rio. Não demorou muito, passamos o Rio, depois o México, depois New York, Chicago, na América do Sul somos imbatíveis, os edifícios se alastram, multiplicam, bairros inteiros aparecem do nada, primeiro em televisão, em metrô, aeroportos movimentadíssimos, (o maior das Américas, do Sul e a Central), super avenidas, viadutos se cruzando em todas as partes, como se fossem montados por uma criança “gigantesca” com partes sobrepostas, finalizam a construção em tempo que levariam, se fossem utilizados os critérios antigos, 4 a 5 vezes muito mais do que a moderna engenharia paulista, exibindo ao mundo a mais avançada técnica. Vejo, agora de onde moro, zona Oeste, há pouco mais de 40 anos, incalculável crescimento, estasiando o mundo, a vertiginosa explosão da população com representantes de todas as raças, nacionalidades, etnias, religiões as mais exóticas do mundo, confirmando a acertiva de que ao mesclarem raças, se consegue um perfil diferente e bem superior aos seus indivíduos que a originaram.
ESTOU VENDO... São Paulo, magnífica cidade amorosa, piedosa, oportuna, gigantesca na sua humildade, soberba no acolhimento de trabalhadores, visionários e aventureiros, impactante na seleção dos que trabalham e crescem com ela. E vamos continuar vendo esse progresso, essa opulência, esse desejo incontrolável de ser a maior do mundo. E VAI SER...
 PARABÉNS, SÃO PAULO, DE ANCHIETA, DE NOBREGA, SALVE 25 de janeiro, 1554 = 2012 - 458 ANOS DE SURPRESAS – MIL.
Por Modesto Laruccia

8 comentários:

Miguel S. G. Chammas disse...

Laru, li este texto com um orgulho mais do que enorme.
Ia lendo e a cada linha lida o orgulho aumentava cdentro do peito.
Agora, depois do texto lido a minha vontade de gritar a plenos pulmões: "MODESTO, EU TAMBÉM, DESDE 1940 VI TODAS ESSAS TRANSFIGURAÇÕES LÁ DA MINHA QUERIDA RUA AUGISTA, DEPOIS DO MEU QUERIDO BIXIGA, E DE TODOS OS LUGARES DESTA SAMPA, ONDE MEUS P´PEZS PUDERAM PISAR"
Obrigado Mô, por alfinetar o meu orgulho im tanto quzanto adormecido.

POR ONDE MEUS PÉS TGIVERAM A HO

Leonello Tesser (Nelinho) disse...

Modesto, esta cidade cresce a cada dia, para nosso orgulho o progresso chega e a gente quase não tem tempo de acompanhar, belo texto, abraços, Nelinho.

Lia Beatriz Ferrero Salles Silva disse...

São Paulo é maravilhosa... e o mais importante... ELA É NOSSA! TODINHA!

Luiz Saidenberg disse...

Belo texto, Modesto. Você viu, e certamente verá por muitos anos, a monstruosa cidade em expansão, escapando a todos limites e definições, rumando, como as paralelas, ao inimaginável infinito...

Cida disse...

... e teve você por testemunha e o terá por tanto tempo ainda...
que assim seja!
Abraços

Arthur Miranda disse...

Em 1946, quando iniciei meu curso primário a população paulistana era de 1.940.000 habitantes, em 1977 quando deixei São Paulo e fui para Campos do Jordão já eram mais de 8 milhões, também assisti e participei desse incrível crescimento, vi nosso chão virar asfalto, as casas crescerem para o Alto, As Pontes de madeiras virarem de concreto, as curvas do Tietê ficarem uma reta. As Marginais nascerem. O batedor de carteira virar Trombadão, e o meu Corinthians varias vezes tornar-se Campeão. Portanto VIVA SÃO PAULO, e meus sinceros parabéns, do Brás com z, até a Freguesia. Da Penha até a Lapa, e de Santana a Santo Amaro, e muito desse meus parabéns para você grande Modesto.

margarida disse...

Modesto, que privilegio participar do crescimento da cidade.Você viu e ainda verá as novidades que a cidade vai nos apresentar.Como diz a musica: São Paulo não para de crescer.Um grande beijo e parabéns pelo texto.

Wilson Natale disse...

Beleza, Larù!
Acho que São Paulo foi feita sob medida para cada um de nós - os paulistanos.
A cidade é inquieta, ansiosa. Precisa se movimentar na sua metamorfose. Como nós.
Não pode parar porque nessa metamofe ela sabe que precisa rejuvenecer mais rápido que a proporção em que envelhece.Como nós.
Julga-se louca, desvairada.Não entende que é apenas mutante. Como nós.
São Paulo e paulistas que romperam o casulo, fixados em uma árvore esperando a completa metamorfose.
Um dia as asas secarão,se abrirão.
E a grande borboleta - a mais
linda e colorida com todas as cores do passado, presente, filigranada com as cores do futuro voará magnífica e perfeita. Ela e nós...
Abração,
Natale