sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Viaducto Santa Ephigenia - 100 anos 26/07/1913 - 26/07/013


imagem: Viaduto Santa Efigênia 1913 e 2013

Alguém, Paulista e Paulistano pode me dizer, em número de quilômetros, o quanto andou, percorrendo, indo e vindo, pelo Viaduto de Santa Efigênia?
Duvido que alguém saiba... Nem eu mesmo o sei. Com certeza foram muitos!
Quem, Paulista e Paulistano, hoje, ainda se lembra dele? Quero acreditar que, muitos ainda se lembram... Que não o esqueceram.
Mas, ao que parece, a Prefeitura, a Regional da Sé, a São Paulo Turismo, esqueceram dele.
Amanhã, ao que me parece, o Viaduto de Santa Efigênia completará  os seus 100 anos, sem bolo e sem festa. E sem convidados...
Sem festa, O MAIS ANTIGO VIADUTO EM USO DE SÃO PAULO está, como um velho hóspede de um desses depósitos, pomposamente chamados de Casa de Repouso, à espera de parentes que não virão.
_ “NATALE, VOCÊ SE ENGANOU! O MAIS ANTIGO VIADUTO DE SÃO PAULO É O DO CHÁ”!
_ “NÃO ME ENGANEI, NÃO! O PRIMEIRO VIADUTO DO CHÁ (inaugurado em 1892) FOI DESMONTADO Entre 1938-1939, QUANDO O SEGUNDO VIADUTO, EM CONCRETO, FOI INAUGURADO (1938). E O SEGUNDO VIADUTO AINDA NÃO CHEGOU AOS 80 ANOS”.
Penso com ironia no ano de 1992, quando se fez com toda a pompa e circunstância, as “festas de 100 anos” de um viaduto que tinha pouco mais de 50 anos...
Voltemos ao Santa Efigênia.
Ao contrário do antigo Viaduto do Chá, o Viaduto de Santa Efigênia é uma obra de arte.
Projeto de Júlio Micheli, parte metálica importada da Bélgica e montagem a cargo da Firma Lidgerwood Manufaturing Co. Ltd.
O peso do aço dissolve-se, na beleza do projeto, passando a impressão de leveza.  Arcos apoiados em pedra de cantaria finamente recortada. Os parapeitos da pista  é um fino trabalho de serralheria, estilo “Art Nouveau”. E neles, de espaço em espaço, afixadas luminárias no mesmo estilo. Nas calçadas, postes em forma de tridentes sustentando a rede elétrica dos bondes. E, do lado esquerdo de quem vai do Largo São Bento ao Largo de Santa Efigênia, uma escada levava ao sanitário público (local onde hoje está o mezanino da estação São Bento do metro). Um dos primeiros sanitários a ser cuidado, sanitizado e vigiado pela prefeitura.
Viaduto de Santa Efigênia. 100 anos embelezando a Cidade, poupando a ´população das agruras da Ladeira de São João e, mais que isso, 100 anos como testemunha da História de São Paulo, como as Revoluções de 1924 e 1932.
E 100 anos -  um século, de sua história pessoal:
No começo, os bondes eram “os senhores do viaduto”. Então vieram os automóveis. Velhos “landaus”, “coches” e suas parelhas foram aposentados. Bondes e automóveis! Bondes,  automóveis e – Meu Deus! – os “Omnibus” (ônibus)!... Bondes, automóveis, ônibus, lotações, utilitários, motos... Depois Lambrettas, Vespas, Volkswagens, Dauphines, Gordines, DKWs e, acredite, um trambolho de nome Romi-Izzeta!...
São Paulo, uma cidade evoluída, progressista. Da pra acreditar que ainda circulam carroças de entrega? Pois é!...
E o Viaduto, através das décadas foi sendo abalado na sua capacidade estática e rolante, necessitando, cada vez mais, de reparações onerosas. Quase desativado foi deixado ao Deus dará... As lindas luminárias desaparecidas há muito tempo, o banheiro em extrema decadência foi fechado. Agonizava o viaduto.
Durante e depois da construção da Estação São Bento do Metro, de passagem de pedestre, o Santa Efigênia foi tomado pelos ambulantes.
Com a revitalização do Vale do Anhangabaú, cogitou-se o desmonte do Viaduto. O clamor público fez com que o Patrimônio Histórico reagisse rápido tombando o Santa Efigênia. Restaurado, transformado em calçadão ele continua lá. Sabe Deus por quanto tempo!
Ele é velho, velhíssimo. Mas é tão Paulistanamente Paulista. Ele é São Paulo.
Alguém, Paulista e Paulistano pode me dizer, em número de quilômetros, o quanto andou, percorrendo, indo e vindo, pelo Viaduto de Santa Efigênia?...





Por Wilson Natale

quinta-feira, 1 de agosto de 2013



Olá, amigos!

Nosso querido colaborador Modesto Laruccia nos avisou sobre o falecimento de Izaura Marques Piffer, antiga atriz da Rádio Record, aos 93 anos.
Modesto escreveu, há algum tempo, um texto sobre ela, aqui mesmo no blog:

Que Jesus a receba e lhe proporcione um despertar bem tranquilo, na espiritualidade.
Nosso mais profundo pesar e respeito por ela.
Muita paz! Beijossss

Sonia Astrauskas - Memórias de Sampa

Como vê meu coração!



Recordo-te com as cadeiras na calçada, as brincadeiras de rua e do entardecer que suavemente anunciava o fim do dia. Lembro que à noite, apenas a luz da lua por muitas vezes era a nossa maior guia e como era bom tê-la como nossa companheira noturna sempre vigiando as nossas travessuras.
Os passeios de bondes, o coreto lá na praça, o circo de rua, o Grupo Escolar de avental branco e laços de fitas, as fogueiras de São João, as pipas lá no céu, o jogo bolinhas e de botões lá na calçada, são cenários dos inúmeros que guardo na lembrança e que o tempo não apagou.
A sensibilidade dos meus olhos percebem os pinceis mais nobres cobrirem todos os teus cenários com o colorido das pessoas e isso é o que Sampa tem de melhor.
Hoje, fico deslumbrada com os pedacinhos de São Paulo. Aos poucos a percorro e vão surgindo novos parques, novas estações do metro, edifícios com novos figurinos, lindas pontes suspensas, shoppings pra ninguém botar defeito, novas escolas, templos religiosos, centros esportivos e de lazer, praças, ótimos restaurantes, grandes avenidas, até fonte sendo restaurada e muito mais. Sampa tem muita coisa maravilhosa que surpreende meu olhar, mas tem outras que não gosto de ver.
São Paulo, todos sabem, é uma mistura de gente. Gente que trabalha ou não, que chora e que ri que cuida e descuida também. Gente que não sai do celular, do computador, da tevê. Gente pobre e rica também, gente que pede e muita gente que dá. Gente que destrói, mas que constrói também. Gente que apenas por aqui passa, mas tem os que ficam também. Gente que procura e acha e os que nunca acham. É gente de todas as zonas da cidade, gente de todos os cantos do Brasil, é gente de todos os lugares do mundo.
Hoje, minha querida São Paulo é assim que te vejo, com um coração que às vezes mergulha no teu passado, mas que na maioria dos meus momentos vive você no presente e te ama como você é com suas qualidades e seus defeitos.
Você tem sido o palco da minha vida e de tantos outros que por aqui vivem e daqueles que te procuram. São Paulo é minha cidade querida e minha paixão, me orgulho de aqui ter nascido. Parabenizo-te  por toda sua metamorfose e estarei com você sempre!




Por Margarida Peramezza