Na última segunda-feira, dia 8/4, faleceu na Espanha a famosa artista e cantora
Sarita Montiel; tomo a liberdade de transcrever um comentário feito pelo
jornalista Ruy Castro, publicado na Folha de São Paulo, edição do dia
13/04/2013 sob o título "No Terraço Com Sarita":
"Sarita
Montiel, cantora e atriz espanhola, morreu na segunda-feira em Madri, aos 85
anos, segundo as agências. Sarita, 85? Que mentira. Todos sabemos que ela nunca
passou dos 31, 32 - quando sua beleza siderava as plateias em filmes como
"A Última Canção", "La Violetera" e "Carmen de
Ronda". Você perguntará: quem "sabemos"? Nós, os garotos que
víamos Sarita no cinema, nas revistas ou nas capas dos LPS, e perdíamos o sono
pensando em seus olhos verdes, cabelos castanhos, lábios carnudos - e em
seu decote (os adolescentes não são muito espirituais em suas fixações). Por
Sarita, e apenas por ela, ficávamos até o fim daqueles horríveis filmes
espanhóis, gemendo de inveja dos galãs e torcendo para que, ao cantar, ela
arfasse ao tentar certas notas e seu decote revelasse mais um pouco do que
pareciam duas pequenas obras-primas. O apogeu de Sarita foi entre 1958 e 1962.
Os EUA a ignoravam, mas ela tinha a Europa, o México e a América do Sul. E,
quando digo que Sarita nunca passou dos 31, 32, é porque, dali - a partir,
talvez, de "Meu Último Tango" ou "A Rainha do
Chantecler" -, começamos a trocá-la por paixões mais próximas e palpáveis.
Quem sabe sentindo-se traída, foi saindo das telas aos poucos e, com isso, poupou-nos
de vê-la envelhecer. Mas, no auge do estrelato, Sarita veio ao Rio, e Ivan
Lamounier, presidente da distribuidora Condor Filmes, deu-lhe uma festa em sua
cobertura no Leblon. Todo pessoal do cinema foi convidado. A noite era de lua
cheia; a música, ao vivo, e o implacável galã nacional Anselmo Duarte tirou
Sarita para dançar no terraço. Nascia ali um romance? Bem, se o romance
aconteceu, não sei. Só sei que, ao sair à noite nesse mesmo terraço, onde hoje
moro, vejo Sarita e Anselmo dançando ao luar e me surpreendo gemendo de
inveja do Anselmo."
Assim meus amigos,
como o jornalista, eu também me surpreendo sentindo saudades da noite de um
sábado quando, na fila para tirar ingresso, estava ansioso para assistir o
famoso filme "La Violetera" na tela do hoje extinto Cine Anchieta (ou
será o Samarone?) não importa, o certo é que essa artista realmente mexia com
nossas emoções.
Puxando pela memória não posso deixar de citar outra famosa
artista (para mim a mulher mais bela que já vi); estou falando de Maria Félix a
grande estrela do cinema mexicano. Ainda guardo em minha memória as cenas dos
filmes "A Deusa Ajoelhada", "Quarta-Feira de Cinzas" e
"Dona Diabla" nos quais ela contracenou com o não menos famoso Arturo
de Cordoba, estes filmes eu assisti no também já extinto Cine Alhambra, lá na
Rua Direta, junto com meu falecido amigo Fausto Rovella e, confesso a vocês:
essa mulher também me fez gemer de inveja do Arturo e conseguia mexer com a
libido nos meus primeiros anos de adolescência.
São doces memórias de personagens que, de uma forma ou de outra,
fazem parte do nosso saudoso passado.
Por Leonello Tesser (Nelinho)
Olá, Nelinho!
ResponderExcluirVelhas lembranças, boas recordações...
Eu lembro do filme La violetera... vi quando ainda era menina e a canção marcou, pois era singela, alegre... Ao meno para mim.
A vida é assim mesmo; vão-se os ídolos e vem outros; todos marcam nossa vida, de uma maneira ou de outra.
Valeu, Nelinho.
Muita paz!
Nelinho, juro de pés juntos que fomos, os dois e mais uma multidão de jovens, fieis admiradores dessa mulher que, além de belíssima, ainda cantava e muito bem.
ResponderExcluirAinda hoje, fecho meus olhos e a vejo cantando "Volver" e volto a considerar que vinte años no es nadia...
Nelinho!
ResponderExcluirBela e merecida homenagem àquela que foi, sem sombra de dúvida, um dos ídolos da nossa juventude. Era fã dela, tanto pelos filmes quanto pelos discos e, como diz o jornalista, também me sentia fascinado pelo que os generosos decotes revelavam... e para completar, outra homenagem prestada à não menos fascinante Maria Félix!
Bons tempos aqueles em que adolescentes, como fomos, se fascinavam com o produto da imaginação, favorecido por decotes sensuais e olhares provocativos!
Abraço.
Nelinho, linda sua homenagem a esta bela mulher que mexeu com os corações masculinos. Lembro da musica La Violetera, todos gostavam de cantar. parabéns pelo lindo texto, um abraço.
ResponderExcluirNello:
ResponderExcluirCá entre nós, que ninguém nos ouça,"Y que pechos tenía la Montiel,Diós mio"!!!
Sarita foi uma das maiores atriz-cantora que o mundo já viu.
O primeiro que vi foi "La Violetera". Depois, um a um, vi todos.
Linda, sedutora, voz "caliente", encantava a todos.
Uma homenagem mais que justa a sua.
Mas Sarita não morreu! Continua nos filmes. Não nas telas dos cinemas, pois estes quase não existem, mas nos clips do YouTube, na Internet.
Quanto a Maria Félix, a "Grande Damme" do cinema mexicano,e, também do cinema francês,eu a defino como todos a definiam: "Grande y la unica".
Valeu pelo texto e lembranças.
Abração,
Natale